‘Meu único arrependimento é não ter participado da Copa Stratum/coinBR antes. Agora, quero correr sempre’

Renato Ribeiro, organizador da Copa Stratum/coinBR, ficou com vontade de dividir a pista com as estrelas do kartismo amador brasileiro. Demorou, mas assim o fez, após mais de um ano de espera. Arrependimento? Só o de não ter feito isso antes

Renato Ribeiro é o principal organizador e idealizador da Copa Stratum/coinBR GP de Kart – mas, para contar o quão divertido é passar um dia na Copa com todos os kartistas, ele resolveu entrar na pista. A história você lê abaixo:

Até que eu fosse convencido a correr uma etapa da Copa Stratum/coinBR GP de Kart foram dez meses, oito etapas, três kartódromos, 162 pilotos diferentes e um troféu de 500 Milhas da Granja Viana conquistado graças aos pilotos que acreditam nessa ideia. Os caras são muito bons, estão disputando um prêmio foda – pode escrever foda no site, Victor? – e eu não queria atrapalhar ninguém. Imagina um André Mansano, líder e na boca de ser o primeiro piloto da Scuderia Stratum/coinBR GP 500 Milhas, atrapalhado por mim na corrida? Eu nunca iria me perdoar.

Só que de tanto ver os jornalistas do Grande Prêmio, convidados da Stratum/coinBR e pilotos da Copa saindo felizes do kart e depois das etapas, depois de ouvir histórias do José Ricardo de Oliveira no briefing, de ver todos os meses gente como o Rômulo e o Sérgio Neves dirigirem tanto para uma etapa, de ver os pilotos levando a família, as namoradas, minha vontade de viver essa experiência de outra forma aumentou. E lá fui eu, nem tão disfarçado de piloto e com um colete de iniciante – que poderia ser o de tartaruga –, para participar da mesma bateria que o Vinicius Piva. Com tudo o que eu tinha direito: chuva, pista escorregadia e um traçado que testa, além da sua pilotagem, seu condicionamento físico e sua cabeça.

A primeira coisa que a gente pensa é que 30 minutos de bateria é pouco tempo. Cara, acredite, 30 minutos de bateria numa pista com subidas e descidas como a da Granja Viana é tempo pra você sair cansado pra caramba!

Foram dez minutos de qualify. Patéticos e com incontáveis rodadas. Uma panca forte depois de uma rodada na entrada da reta e a última posição com nenhum louvor. Foi difícil andar na pista secando e eu demorei a entender que a cada saída do trilho o kart – e o mundo – iam girar. O tempo foi tão ruim que a sugestão era adotar a largada da MotoGP na Argentina, mas além de não estar no regulamento, achei isso ofensivo.  

Os 20 minutos de corrida até que foram melhores. Entendam por melhores: eu me mantive por mais tempo dentro da pista, mesmo num ritmo muito, MUITO abaixo dos demais pilotos. Nos 30 minutos totais eu devo ter rodado umas quinze vezes. Parei de contar na sétima vez.

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Mesmo longe do ritmo dos demais pilotos da Copa, é engraçado como andar com eles me ajudou a ter algum ritmo e a corrida foi melhor muito por conta disso. Mesmo sem entender até agora como eles fazem o mergulho, a diferença de aprendizado só por dividir pista com eles é grande. E para quem só andou em baterias de shopping, uma ajuda desse nível muda a vida e a experiência de andar de kart. O único problema, no meu caso, é que essa ajuda não durava mais de duas curvas porque os pilotos sumiam e eu só os via de novo quando já estavam para me dar outra volta. Levei quatro durante a corrida.

No fim se tratou de uma competição contra os meus próprios limites. E testar os próprios limites de forma controlada e segura é sempre muito legal.

Há também coisas que a gente vê com outros olhos quando sai do papel de organizador para o de mais um piloto da Copa. E a experiência me deixou ainda mais feliz por ver que estamos com gente muito boa.

A estrutura do Kartódromo da Granja Viana para os pilotos, desde os equipamentos de segurança até a iluminação da pista numa etapa noturna, é sensacional. Eu não tinha nenhuma dúvida de que a Copa está no kartódromo com a melhor estrutura que eu já vi na vida, mas estar pilotando um kart naquelas condições climáticas só reafirmou isso.

A tranquilidade que a equipe Amika dá para o piloto também vale nota. Desde pesagem, sorteio do kart – eu entendi porque tem piloto que fica ansioso com sorteio do kart: eu fiquei -, lastro, troca de kart…as coisas funcionam muito rápido e de forma muito automática, deixando o piloto tranquilo para só se concentrar só na pista.

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O meu desempenho só não foi melhor porque nem eles nem o JR de Oliveira fazem milagre. A minha diversão foi a melhor, muito pelo trabalho das equipes do kartódromo e da Amika.

Você é piloto de kart? Vá. Cara: o prêmio é foda – espero que a família brasileira não se chateie com o uso da palavra, mas eu não consigo definir de outro jeito como é participar ativamente nas 500 Milhas da Granja Viana.  Mas não é só isso.

A estrutura da Copa para quem pilota é profissional na acepção da palavra. A maioria dos pilotos consegue participar de duas baterias com o valor da inscrição, o que gera uma bela economia no bolso; você tem contato próximo com gente que anda profissionalmente – briefing com Rafael Suzuki que é o atual campeão das 500 Milhas KGV e o JR de Oliveira o atual pole – e tem um ponto essencial: você investe em um treino qualificado para você. Andar com gente boa – e não contar com a sorte de encontrar pilotos bons em uma bateria aberta – te melhora como piloto. E o que se recebe de dicas e orientações no briefing você leva para a Copa e para a sua vida de piloto amador.

Se você é dos meus e também é um “roda presa” que gosta da experiência de andar de kart? A experiência vale demais.

Você estará numa bateria com gente qualificada, num ambiente de disputa limpo e vai sair melhor piloto do que entrou porque, acredite, você aprende para caramba andando com esses caras.

Confesso que o único arrependimento foi o de ter demorado tanto para curtir o evento que a gente organiza. Eu deveria ter participado disso antes e deveria fazer isso mais vezes. É divertido demais.

E você também não deveria perder tempo e se inscrever para a próxima etapa, no dia 30 de junho no Kartódromo de Interlagos. Vai na minha: seja você um kartista quase profissional ou um cara que nunca sentou num kart, você vai ter motivos de sobra para sair de lá feliz da vida.

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