Audi sacramenta domínio com vitória de Ekström debaixo de forte chuva na corrida 2 em Hockenheim

Mattias Ekström conquistou a vitória na segunda corrida da temporada 2015 do DTM, realizada neste domingo (3), em Hockenheim. O sueco aliou a boa performance do seu Audi RS 5 com o belo trabalho diante do asfalto bastante molhado do circuito alemão para triunfar com tranquilidade. Ekström terminou 7s à frente de outro carro da Audi, pilotado pelo italiano Edoardo Mortara. Gary Paffett, que teve de largar em último após ter sido punido pela direção de prova por irregularidades no sistema de asa móvel durante a classificação, foi brilhante ao longo de toda a corrida e aproveitou o forte rendimento do seu Mercedes para escalar o pelotão e terminar em terceiro lugar, apenas 0s8 atrás de Mortara.

Augusto Farfus, por sua vez, não conseguiu ter um bom desfecho de fim de semana em Hockenheim. O brasileiro conquistou na pista o 13º lugar no grid de largada, subiu para 11º depois das punições impostas a Paffett e Adrien Tambay, mas também recebeu punição por ter infringido o artigo 25.4.2 do regulamento desportivo do DTM. Segundo alegação da direção de prova, os mecânicos do Team RBM abriram a caixa contendo os pneus de chuva no começo da classificação antes de o diretor de prova declarar a pista molhada. Assim, Farfus largou em 16º. Mas o curitibano não conseguiu encontrar o melhor ritmo debaixo de chuva e enfrentou muitas dificuldades, terminando a corrida em 21º.

Mattias Ekström vibra com vitória em Hockenheim neste domingo (Foto: DTM)

Confira como foi a corrida 2 do DTM no circuito de Hockenheim:

Com o céu bastante nublado e a chuva a caminho, a segunda corrida da temporada 2015 começou com uma belíssima primeira volta de Marco Wittmann. De quarto lugar, o campeão do DTM no ano passado pulou para a ponta antes mesmo do Estádio. A verdade é que o pole Rockenfeller largou muito mal e foi superado por Edoardo Mortara, Mattias Ekström e depois por Wittmann, que fez uma bela manobra e ultrapassou o sueco da Audi no hairpin. Farfus, que teve de largar em 16º após sofrer nova punição, teve de empreender nova reação e completou o primeiro giro uma posição à frente.

Mas não demorou muito para o melhor ritmo da Audi se mostrar evidente em Hockenheim, e Ekström superou Wittmann para reassumir a liderança da corrida. O primeiro pelotão era formado também por Mortara, Rockenfeller e Martin Tomczyk. Mais atrás, vinha o segundo grupo puxado por António Félix da Costa, que vinha fazendo boa prova.

Enquanto Ekström se desgarrava e abria vantagem na ponta, Mortara tentava ultrapassar Wittmann para assumir o segundo lugar. Mais atrás, Tomczyk fez uma bela manobra e ganhou a posição de Rockenfeller, que realmente não vinha com melhor rendimento e começou a perder terreno. No segundo pelotão, Félix da Costa não resistiu à pressão imposta por Miguel Molina e caiu para sétimo lugar.

Ekström aproveitou vacilo de Rockenfeller na largada para assumir liderança (Foto: DTM)

Aí foi a vez de Wittmann perder rendimento e ser superado por Mortara. Até que a chuva finalmente deu as caras, ainda que de forma tímida, com 18 minutos de corrida, tornando o resultado da prova completamente imprevisível.

Quando a chuva ainda era amena, alguns pilotos, entre eles Farfus, fizeram o pit-stop obrigatório e colocaram pneus para pista molhada. E a escolha se mostrou acertada, já que o asfalto ficou bastante molhado poucos minutos depois. Assim, o tráfego dentro dos boxes ficou bastante intenso, com a maioria dos competidores colocando os compostos de chuva.

Mas mesmo com a mudança nas condições do clima, os ponteiros eram os mesmos. Mortara assumiu a liderança, seguido por Ekström, Wittmann, Tomczyk e Rockenfeller. Bruno Spengler, até então discreto no fim de semana, mostrava ótimo desempenho no molhado e já era o sexto lugar. Lá na frente, exatamente na metade da corrida, Mortara foi ultrapassado por Ekström, o novo líder da etapa dominical em Hockenheim.

Com toda a movimentação nos boxes e a chuva, Farfus chegou a assumir o nono lugar, mas apresentou grande queda de rendimento e perdeu muitas posições, despencando para 14º. Outra BMW, a de Spengler, também ficava para trás. Mesmo com pilotagem bastante agressiva, o canadense, campeão em 2012, não conseguiu resistir aos ataques de Robert Wickens e, principalmente, Gary Paffett, que fazia bela corrida e ocupava o sexto lugar.

Debaixo de muita chuva, Ekström não deu chances a ninguém em Hockenheim (Foto: DTM)

Restando 20 minutos e mais uma volta para o fim da corrida, Ekstr:öm liderava com certa tranquilidade. Mortara vinha em segundo, 5s à frente de Tomczyk. Impressionante, Paffett já era o quarto colocado e tinha o melhor rendimento dentre todos os pilotos no molhado em Hockenheim. O britânico da ART Grand Prix não tomava conhecimento dos seus adversários e fazia as ultrapassagens com facilidade. Paffett despontava como candidato ao pódio.

O piloto da Mercedes seguia em grande forma e, ao ultrapassar Tomczyk, já ocupava o terceiro lugar quando faltavam dez minutos para o fim da prova. Mas a diferença em relação a Ekström, o líder, era muito grande, mais de 15s. Restava então a briga pelo segundo lugar para Paffett. Nas últimas posições da corrida, Farfus enfrentava muitos problemas com a falta de ritmo do seu M4 e não conseguia evoluir mesmo depois de ter feito mais um pit-stop para troca de pneus.

Exceção feita aos carros de Tomczyk e Wittmann, que vinham em quarto e quinto, a BMW enfrentava dificuldades na chuva em Hockenheim. Spengler, depois de travar um belo duelo canadense com Robert Wickens, perdeu terreno e ficou sob pressão de Pascal Wehrlein, sendo ultrapassado pelo jovem alemão pouco depois. Maxime Martin, Tom Blomqvist e Félix da Costa também tinham de lidar com a falta de equilíbrio diante do asfalto extremamente molhado.

Em contrapartida, a Audi manteve o domínio exercido durante todo o fim de semana. Sem qualquer ameaça, a montadora comandou todas as atividades de pista e coroou uma performance perfeita ao colocar Ekström no topo do pódio em Hockenheim. Com tranquilidade, o sueco fez belíssimo trabalho na chuva e cruzou a linha de chegada após 35 voltas. Mortara terminou mesmo em segundo, 7s3 atrás do sueco e apenas 0s8 à frente de Paffett, que completou o pódio. Augusto Farfus terminou em 21º.

Campeonato

Na soma dos resultados desta primeira rodada dupla da temporada 2015, Edoardo Mortara assumiu a liderança no campeonato de pilotos. O italiano soma 30 pontos, contra 25 de Ekström e Jamie Green. Pascal Wehrlein tem 22, enquanto Mike Rockenfeller acumula 18 e Paul di Resta, 15. Com um ponto somado no sábado, Farfus está em 15º na classificação. No certame de construtores, a Audi tem 106, contra 58 da Mercedes e 38 da BMW.

A próxima rodada dupla do DTM acontece no fim do mês, entre 30 e 31 de maio no circuito de Lausitzring, na Alemanha.

DTM, etapa 1, Hockenheim, corrid 2, final:

FOI HORRÍVEL

Há exatos 21 anos, o acidente fatal de Ayrton Senna na curva Tamburello, no circuito de Ímola, na Itália, chocava o Brasil e o mundo do esporte. O tricampeão do mundo, à época defendendo a Williams #2, morreu no auge quando buscava quebrar os recordes do pentacampeão Juan Manuel Fangio, o então maior dono de títulos da história da F1. Mais de duas décadas depois do momento que marcou — e mudou — a categoria, Bernie Ecclestone, dirigente máximo da F1, falou sobre o tema e relembrou seu carinho e, principalmente, dos fãs do esporte em relação ao piloto brasileiro

VOZ DOS FÃS

Sem a força do público, que prestigia o DTM não apenas na Alemanha, mas também em outras praças como Holanda, Áustria e Rússia, o campeonato nada seria. E foi em nome deste público que o DTM mudou. Em busca de mais ação para ser mais atraente não somente ao espectador, mas também visando elevar o nível de disputa para agradar pilotos, equipes e montadoras, a organização da categoria promoveu muitas alterações no seu formato

UM ANO DEPOIS

A temporada de 2014 foi marcante para a carreira de Rob Smedley. Engenheiro de corrida de Felipe Massa durante boa parte da sua trajetória por Maranello, o britânico foi convidado pela Williams para trabalhar ao lado de Pat Symonds no desenvolvimento do desempenho do time. O engenheiro assumiu o posto de diretor de performance durante o GP do Bahrein. Um ano depois, Smedley fez um balanço positivo do seu trabalho em Grove, destacou o sentimento mais otimista por parte do grupo e assegurou que a meta para 2015 é reposicionar a Williams à frente da Ferrari, hoje segunda força da F1, só atrás da Mercedes

POR TÍTULO INÉDITO

Será um ano bastante representativo para Augusto Farfus. Diferente do que aconteceu em 2012, na sua temporada de estreia no DTM, e também em 2013, quando lutou pelo título até a penúltima etapa e fechou o certame como vice-campeão, em 2014 Farfus não venceu, ao contrário: foi um ano particularmente difícil, ou “estranho”, como definiu o próprio piloto. A BMW adotou o novo modelo M4, que se adequou melhor ao estilo de pilotagem de Marco Wittmann, que acabou ficando com o título, enquanto os outros pilotos da montadora bávara enfrentaram dificuldades e não conseguiram levar a BMW à conquista do campeonato dos Construtores, que acabou sendo vencido pela Audi