Coluna 24 – Daytona, por Ozz Negri: Desafio do novo Endurance nos EUA

E um ano depois, no mesmo clima de competitividade e emoção das 24h de Daytona, estou de volta aqui no GRANDE PRÊMIO. Como aconteceu em 2013 pela primeira vez, a partir de hoje – e até a próxima segunda-feira – vou estar aqui com a minha coluna diária para contar um pouco dos bastidores dessa prova que acontece nesse final de semana

 
E um ano depois, no mesmo clima de competitividade e emoção das 24h de Daytona, estou de volta aqui no GRANDE PRÊMIO. Como aconteceu em 2013 pela primeira vez, a partir de hoje – e até a próxima segunda-feira – vou estar aqui com a minha coluna diária para contar um pouco dos bastidores dessa prova que acontece nesse final de semana pela 52ª vez na história. É por isso que eu quero começar fazendo dois agradecimentos especiais. O primeiro é para a direção do site, formada pelo Flavio Gomes e pelo Victor Martins. O outro é para os leitores que fazem do GRANDE PRÊMIO esse site tão importante e deram uma força muito especial para essa coluna no ano passado. É por causa do carinho de vocês e dessa ótima parceria que estou de volta.
 
Como vocês sabem, esse ano tem muita novidade. O site e a REVISTA WARM UP já mostraram bastante isso, mas nunca é demais reforçar que essa corrida marcará, também, a estréia desse novo campeonato de Endurance da Nascar nos Estados Unidos, que é o United SportsCar Championship. Até o ano passado eram dois campeonatos. O nosso, o Grand-Am, já pertencia à Nascar e tinha como principal prova as 24h de Daytona. O outro era o American Le Mans Series, que foi fundado pelo Don Panoz e sempre começava com outra prova muito tradicional do Endurance norte-americano e mundial, as 12h de Sebring. Com a fusão de ambas, essas duas importantes corridas passam a fazer parte de um único calendário, o do United SportsCar, que ao todo terá 12 corridas.
 
Vocês se lembram que no ano passado, por essa época, estava em plena recuperação de uma fratura na perna direita. Tanto que, depois da corrida, continuei o tratamento e acabei tendo de fazer uma cirurgia. Isso me afastou de algumas corridas, voltei bem e hoje estou em excelente forma novamente. Agora, uma coisa é certa. Para que eu pudesse estar aqui, hoje, tentando escrever alguma coisa para vocês e totalmente recuperado, eu contei com um suporte tão fabuloso da família, dos médicos, da equipe e dos fãs que eu, pra falar bem a verdade, não tenho palavras para agradecer. Isso tudo me deixou mais motivado ainda.
Ozz Negri (Foto: Vickie Miller)
Nesse ano muito especial na minha vida, pois estarei completando 50 anos de idade e 41 de carreira (é isso mesmo, comecei novinho de tudo no kart, com nove aninhos), defenderei novamente a Michael Shank Racing, time que faz parte da minha carreira e da minha vida de um modo muito, mas muito especial. Incluindo a do ano passado, já são 12 temporadas no Endurance dos Estados Unidos e dez na equipe do Shank. Outra coisa legal é que continuo com o meu parceiro John Pew pelo quarto ano consecutivo. Quem me conhece, sabe. Eu sou um cara muito família e é justamente esse o clima na equipe. Vitórias e derrotas são compartilhadas com a mesma intensidade. Aqui não tem essa de "eu ganhei" ou "eu perdi". Está todo mundo junto em qualquer situação, seja no pódio ou na rabeira do grid.
 
Durante as corridas "normais" do campeonato, aquelas com duração em torno de três horas, corremos sempre em dupla no Ford Riley #60, o John e eu. Mas para 24h de pé embaixo a gente tem reforço. E que reforço! O quarteto é completado pelo inglês Justin Wilson, que corre na Indy, e pelo norte-americano A. J. Allmendinger, da Nascar. Foi justamente essa formação que venceu as 24h de Daytona, certamente o principal momento da minha carreira até hoje, e terminou em terceiro no ano passado (nesse caso, com o suporte valioso do Marcos Ambrose, que participou dos treinos e da corrida para aliviar a minha carga por força da recuperação; sem dúvida, outro grande cara!).
 
Chefiados pelo Mike Shank e tendo como base um novo regulamento técnico, é assim que vamos enfrentar esse desafio com o chassi Riley, o novo motor Ford EcoBoost Turbo e o pneu Continental. É uma equação complicadíssima, para todos os envolvidos, equilibrar o máximo de velocidade com o mínimo de desgaste. É aquela história, você tem de acelerar o máximo possível e arrancar do carro tudo o que ele pode dar para lutar pela vitória, mas contanto que o conjunto não tenha sua confiabilidade comprometida. Eu vou deixar para falar um pouco da parte técnica na coluna de amanhã, mas quero encerrar por hoje dizendo que estão muito avançados os trabalhos para resolver essa equação.
 
Forte abraço e até amanhã!   
 
Oswaldo Negri Jr., mais conhecido nos Estados Unidos como Ozz Negri, nasceu em São Paulo no dia 29 de maio de 1964 e já completou 40 anos de carreira como piloto. No Brasil, começou no kart, passando a seguir pela F-Ford e F3, onde foi campeão em 1990. Na Europa, correu na F3 Inglesa. Ele compete no automobilismo da América do Norte desde 1997, sendo campeão Pan-americano de Indy Lights em 1998. Está iniciando a 13ª temporada no Endurance dos USA e venceu as 24h de Daytona em 2012.

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