Vencedor em Le Mans, Hartley alerta Alonso sobre tráfego e pilotagem à noite, mas prevê: “É óbvio que ele vai ser rápido”

Bicampeão do Mundial de Endurance e vencedor das 24h de Le Mans no ano passado, Brendon Hartley acredita que Fernando Alonso tem todos os elementos para fazer uma grande participação em La Sarthe. O neozelandês deu dicas ao novo piloto da Toyota no WEC e afirmou: “Ele é muito profissional e vai curtir”

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A temporada 2018 marca um importante momento na carreira de Fernando Alonso. Fato raro nos dias atuais, ainda mais para um piloto do seu calibre de bicampeão mundial de F1, o espanhol vai se dedicar integralmente não apenas à principal categoria do automobilismo, onde vai representar a McLaren pelo quarto ano seguido, mas também a Toyota no Mundial de Endurance, sobretudo nas 24 Horas de Le Mans, na qual a vitória é um dos grandes objetivos do asturiano.

 
Brendon Hartley meio que faz o caminho inverso. Depois de trilhar boa parte da sua carreira nas corridas de longa duração, e com muito sucesso, o neozelandês parte para a F1 em tempo integral nesta temporada de 2018 com a Toro Rosso depois de ter feito sua estreia nas quatro últimas provas do último ano. Um 2017 muito movimentado e vencedor para Hartley, que conquistou o bicampeonato do Mundial de Endurance e a grande vitória nas 24h de Le Mans ao lado de Timo Bernhard e Earl Bamber, representando a Porsche.
 
E no alto da sua bela passagem pelo endurance, Hartley deu dicas a Alonso sobre como ser bem-sucedido nas provas de longa duração e, principalmente, em Le Mans. Em entrevista ao site espanhol ‘Soy Motor’, Brendon previu. “É óbvio que ele vai ser rápido, porque ele é um dos pilotos mais rápidos do mundo. Sem dúvidas”.
Dono de histórico vitorioso em Le Mans e no WEC, Hartley deu dicas ao 'novato' Fernando Alonso  (Foto: FIA WEC)
Um dos desafios que o neozelandês acredita que Alonso vai ter de lidar é com o tráfego. No endurance, diferente do que acontece na F1, são os carros mais rápidos que têm de ‘se virar’ para passar os mais lentos. Fato que vai ser corriqueiro para o espanhol, uma vez que vai ter às mãos o LMP1, contra tantos outros LMP2 e carros GT.
 
“Algo que uma hora ele vai entender é que ele tem de ser paciente com o tráfego. Dedicar seu tempo para entender os carros que há pela frente. Pode ser que isso seja frustrante no começo, porque no WEC não há só uma corrida, mas várias, e em todas elas deve haver respeito. Ele tem de ser eficiente, mas também agressivo. Encontrar esse equilíbrio leva tempo e é o mais difícil”, salientou.
 
Hartley lembrou que a preparação para Le Mans é totalmente diferente de qualquer outro evento do esporte a motor. “São 12 meses de trabalho para uma única corrida. Quando você chega lá, você representa a Porsche e é observado por isso. Sabe que basta um pequeno erro para arruinar o trabalho de tantas pessoas. Le Mans é um fim de semana muito exigente, com muitas atividades programadas. Chegar descansado à corrida já é um desafio”.
 
O piloto da Toro Rosso também salientou a dificuldade que é pilotar à noite. Para ele, em particular, foi uma grande diversão, mas Hartley alertou Alonso para o que pode ser uma dificuldade em Sarthe. “Uma das minhas melhores experiências nas minhas primeiras 24h foi a pilotagem noturna. Quando você está lá, sente uma enorme adrenalina. Tem uma visão de túnel e é como se estivesse na velocidade da luz. Você perde todas as suas referências e pilota por instinto. Nem todos os pilotos são bons nisso, mas gostei demais”.
Brendon Hartley traçou diferenças significativas entre o que viu no WEC e agora, na F1 (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
 
Diferenças em relação a F1 e WEC
 
Mesmo com pouco tempo de F1, Hartley já é capaz de traçar características bem distintas em relação ao Mundial de Endurance. “Com os companheiros de Le Mans você pode ser mais aberto. Pode compartilhar seus conhecimentos. Você faz parte da equipe e cria um vínculo. É uma relação bem diferente com a que pode ter na F1. Na Toro Rosso, me sinto parte da equipe e me dou bem com Pierre Gasly, mas a relação como companheiros de equipe é diferente”.
 
“Entre as diferenças que existem, os pneus são o que mais destaco. Com os Pirelli você tem de aprender muitas coisas se quiser tirar o máximo de sua performance. É parte do teu trabalho enquanto piloto. E fazer um fim de semana completo na F1 é muito difícil porque há muita competitividade e muitos elementos que pode ser que os fãs não consigam ver”, salientou.
 
“Também há muitas coisas que são parecidas. A complexidade dos carros é uma delas. No WEC nós tínhamos menos combustível por volta, de modo que os tempos eram mais lentos porque tínhamos de economizar gasolina. Mas tínhamos tração 4×4, e isso ajuda muito na pilotagem”, complementou Brendon, que definiu o que espera do piloto da McLaren. “Alonso vai ver que [o WEC] é muito profissional e ele vai curtir”.
 

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Por fim, Hartley falou sobre sua expectativa para disputar uma temporada completa na F1.  “Ninguém esperava que isso aconteceria, mas tinha esse sonho e estou trabalhando duro. Estou feliz com meu crescimento como piloto. Sendo realista, não pensava que essa chance chegaria a mim. Foi uma loucura e foi real, mas agradeço a Helmut Marko e à Red Bull. Me levaram a Austin depois de um único teste no simulador”.

 
Simples, o neozelandês deixou claro que não se importa com a fama que a F1 pode lhe proporcionar. E garante que, em termos de vida pessoal, tudo segue como sempre esteve. “Minha vida não mudou. É importante que nada mude, porque sei quem sou como pessoa. Tenho 28 anos e cresci muito nesses últimos anos. Minha vontade era encarar a F1 com os pés no chão e manter a atenção nas coisas importantes”, complementou.
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