F-E aproveita despedida do Battersea Park, faz fila andar e negocia para manter Londres no calendário

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O Battersea Park não será, na próxima temporada, o local do eP de Londres. Isso, claro, se houver uma corrida da F-E na capital inglesa. Depois de a cidade não aparecer no calendário provisório da temporada 2016/17 da categoria, a organização do certame e a prefeitura local aproveitaram a prova do último domingo (3) para iniciarem as negociações e, quem sabe, viabilizarem um espaço para os monopostos elétricos andarem por lá no próximo ano.

Alejandro Agag, o diretor-executivo da F-E, conversou com integrantes do novo governo da cidade, incluindo Rajesh Agrawal, o vice-prefeito dedicado aos negócios na sede do governo do Reino Unido. Na pauta esteve justamente em qual parte de Londres a F-E vai passar – e o prazo para viabilizar a mudança. O certo, até agora, é que não vai ficar como está.

“Precisamos pensar bem rapidamente sobre onde e como vamos fazer [o eP] se quisermos a data de 24 de junho”, contou Agag para a revista inglesa ‘Autosport’, preocupado com a data que Londres ocuparia na próxima temporada.

O tempo é curto, apesar de não parecer. Afinal, há não só a questão de identificação de um novo local, criação de um novo traçado e adaptação de ruas, mas também a necessidade de obtenção de novas licenças e permissões. “Não é tão fácil quanto falar ‘vamos correr pelas ruas’”, relatou Agag. Além disso, o chefão da Formula E Holdings não quer abrir mão de continuar usando um circuito de rua no centro da cidade, que é um dos objetivos da categoria.

A reta do Battersea Park (Foto: F-E)

No ano passado, enquanto o Battersea estava a perigo, a F-E havia deixado o ExCel Centre de sobreaviso. Agag já deixou claro numa entrevista recente, porém, o local de Londres que gostaria de utilizar. “O sonho seria uma pista que passasse pelo Mall, Birdcage Walk e pela House Guards Parade". Se Londres não estiver pronta a tempo, a F-E tem na manga a opção de correr em Moscou no mesmo dia – apesar dessa não ser a solução preferida pelos organizadores.

A cidade é peça-chave nos planos de expansão da F-E, além de ter decidido o título nas duas temporadas. Porém, há um histórico de percalços no circuito de Battersea Park. Desde o ano passado a associação local de moradores de Wandsworth sempre se mostrou incomodada com as provas, além da categoria levar a uma disputa dentro da Câmara de Vereadores local. A prova de 2016 só foi garantida, via justiça, no final de maio.

Há também uma outra questão política: o acerto para a realização da F-E em Londres foi feito com o governo do antigo prefeito, Boris Johnson – em evidência por ter sido o maior defensor dentro do Tory, o partido com maioria do parlamento britânico, da saída do Reino Unido da União Europeia. Londres, é bom que se destaque, votou em peso contra o ‘Brexit’. O atual prefeito, Sadiq Khan, assumiu em maio e vem de um outro partido, que havia se oposto à realização do eP na câmara local. Notório defensor de tecnologias verdes, porém, Khan se mostra simpático ao campeonato.

Depois do Brexit, a expectativa tanta da categoria quanto das autoridades da cidade é que não haja um ‘ePrexit’. Tudo vai depender, no final das contas, da vontade política nesse caldeirão de opiniões conflitantes que se tornou a Inglaterra.