Milagre e missão cumprida: Di Grassi e Piquet terminam temporada marcada com altos e baixos

Como Audi e Jaguar contavam com expectativas diferentes para a temporada, a régua para medir o sucesso de Lucas Di Grassi e Nelsinho Piquet tem de ser diferente. Di Grassi sofreu com confiabilidade, mas depois fez valer o melhor carro do grid; Piquet, mesmo com erros durante o ano, fez o que a equipe esperava e marcou pontos com frequência. Um campeonato de extrema diferença de momentos durante os oito meses de carro na pista

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Em termos de resultado, Lucas Di Grassi e Nelsinho Piquet não viveram a melhor ou mesmo a pior temporada no 2017/18 da Fórmula E. Mas com a forma como as metades do campeonato sopraram ambos para direções diferentes mostra como funcionaram os altos e baixos dos dois. E, ainda mais curiosamente, entre si.

 
Na preparação para a temporada, a vida eram diferente para os dois. Di Grassi chegava como atual vigente e pela mesma equipe pela qual guia desde o começo do campeonato, mas que agora mudava a operação e dava controle total à Audi – com direito até a novo chefe, o ex-piloto Allan McNish. Piquet ingressava numa nova equipe, uma Jaguar que quer brigar pelo título no futuro mas que, mais jovem construtor do grid, esperava dar apenas um passo à frente em 2017/18.
 
Uma vez que os carros foram à pista, entretanto, o que se viu foi diferente. A Audi tinha problemas que apareceram como pontuais e se mostraram crônicos com o passar do campeonato, enquanto a Jaguar evidenciava sua melhora com relação ao ano anterior e dava aos seus dois pilotos, Piquet e Mitch Evans, condições de pontuar bastante e beirar a disputa do pódio. 
 
Nas primeiras quatro etapas do campeonato, a Audi se embananava com problemas sobretudo no carro #1. Di Grassi sofreu e foi jogado para trás nas corridas de Hong Kong; depois, nem completou no Marrocos e no Chile. Em Santiago, então, Di Grassi brigava com Piquet pelo quarto lugar quando um problema na bateria obrigou o abandono.
Lucas Di Grassi com sua Audi (Foto: Audi)

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A Audi não sabia o que fazer e nem entendia como Di Grassi tinha problemas e Abt não. "Temos que continuar trabalhando e entender isso. Precisamos ter o espírito de voltar mais fortes e rápido", disse McNish.

 
"Ter tantos problemas seguidos é muito frustrante porque somos rápidos", falou Di Grassi após a decepção em Santiago. "A primeira coisa que você aprende nas corridas é que, para ganhar uma corrida, primeiro é necessário terminá-la", afirmou.
 
Antes da etapa da Cidade do México, McNish revelou que a Audi havia identificado o problema e que resolveria para Punta del Este. Mais tarde, Di Grassi afirmou que se tratava de uma questão elétrica, embora ninguém jamais tenha detalhado muito. Fato é que Lucas fez os primeiros pontos da temporada com o nono lugar do México.
 
Enquanto a primeira parte da temporada se desenrolava como um desespero para um, o outro aparecia até surpreendentemente bem. Piquet jogara as expectativas para baixo antes do começo, afinal a Jaguar estava apenas na segunda temporada dela na FE e fora a lanterna do Campeonato de Equipes. Com expectativas baixas, Piquet rodeou o pódio. Foi quarto colocado na primeira corrida em Hong Kong e voltou ao quarto posto em Marrakech e na Cidade do México, além de um sexto posto em Santiago. 
Nelsinho Piquet (Foto: Jaguar)

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Levando em consideração que o companheiro, Evans, já conquistara um pódio e pontuava constantemente – apesar de Nelsinho ter mais ponto àquele momento -, o sucesso da Jaguar parecia ser para valer. Piquet chegou a Punta del Este com o quinto posto do campeonato e o pódio parecia questão de tempo.

 
"O carro mostrou que é rápido e confiável, tanto que estamos em quinto no campeonato de Pilotos e terceiro no de Equipes. Vamos continuar trabalhando forte e tentar buscar um lugar no pódio", afirmou antes de chegar ao Uruguai.
 
A Audi cumpriu o prometido. No Uruguai, Di Grassi ficou com o segundo posto sem problemas ou punições. Algo que se repetiu por outras três corridas em sequência: Roma, Paris e Berlim, essa última com uma dobradinha, já que Abt venceu. Depois, vitórias em Zurique e na primeira de Nova York e outro segundo lugar no traçado de Red Hook. Sem problemas de confiabilidade, Di Grassi não saiu mais do pódio nas últimas sete etapas do campeonato.
 
Quando a Audi deixou de ser um time problemático e passou a ter o melhor carro do grid, saiu do fim da classificação de Equipes para brigar pelo título. Di Grassi, com nível altíssimo, foi quem mais pontuou no período, mais até que o campeão Jean-Éric Vergne. O suficiente para pular de zero ponto no meio do campeonato para ser vice-campeão e para a Audi 'roubar a carteira' da Techeetah e conquistar o caneco de Construtores.
Lucas Di Grassi venceu em Zurique (Foto: Audi)

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O suficiente para Di Grassi afirmar categoricamente que fez seu melhor campeonato da FE, superior até ao do título individual. 

 
"Sete pódios em sequência mostraram que fomos competitivos quando o carro não quebrou. E também que a gente possuía todas as armas para conquistar bons resultados", disse. "Estou muito orgulhoso da equipe. A parte difícil é não entrar naquela espiral mental de duvidar de si enquanto estava longe do pódio. Acho que eu pilotei melhor nesse ano do que ano passado, porque eu não cometi erros".
 
Se a vida de um melhorou, a do outro ficou complicada. Piquet parou de viver bons momentos. Ele mesmo cometeu erros: bateu na classificação de Punta – e depois abandonou a corrida por problemas de câmbio e também bateu nos treinos livres de Paris, onde nem conseguiu participar da definição do grid. Tanto em Roma quanto em Paris, Nelsinho acabou abandonando por conta do cinto de segurança ter se soltado após a troca de carros.
 
No eP de Berlim, Piquet estava a momentos de voltar aos pontos quando se envolveu num toque com José María López e acabou sendo o 12º; em Zurique, novamente uma leve batida entrou no caminho: agora foi ele quem tocou a traseira de Abt após a largada, quando ocupava uma posição de pontuação. Os problemas não eram apenas com a equipe.
Piquet em Roma (Foto: José Mário Dias)

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Os erros dele e a queda de rendimento da Jaguar foram inegáveis, mas mesmo assim a equipe ficou satisfeita com o balanço geral da temporada. O chefe James Barclay renovou os contratos de Piquet e Evans e se disse feliz com o que ambos mostraram, bem como com os resultados.

 
"Não há motivo para mudar. Estamos montando uma fundação estável onde podemos capitalizar sobre uma campanha promissora e a quantidade de pontos que marcamos apenas em nossa segunda temporada na categoria", falou. E afirmou que o objetivo para o ano era pontuar com frequência, algo que aconteceu: Piquet voltou a pontuar na corrida final, fez um sétimo posto e fechou com 51 pontos. No total, a Jaguar fez 119 pontos comparados aos 27 da jornada anterior. 
 
A avaliação de Piquet com relação à temporada também mostrou que os resultados foram relativizados ao máximo na temporada. 
 
"Começamos bem a temporada mas depois tivemos alguns problemas técnicos, mas foi um ano de adaptação à equipe nova. A Jaguar progrediu muito em relação ao ano passado, que foi o primeiro da equipe. A próxima temporada será muito importante, e estamos trabalhando bastante", fechou.
 
As expectativas dos pilotos brasileiros da Fórmula E foram muito distintas nesta temporada e, cada um a sua maneira e tempo, correspondeu. Di Grassi está numa equipe que tem espinha dorsal pronta e orçamento enorme, enquanto Piquet participa de uma escuderia que, embora com larga história e orçamento considerável, ainda se estrutura para desafiar as rivais.
 
A partir da próxima temporada, que começa no próximo mês de dezembro, Di Grassi na Audi e Piquet na Jaguar ganham a companhia de mais um piloto brasileiro: Felipe Massa – na Venturi. Resta ver como as equipes se apresentam. 
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