Piquet deixa ‘Crashgate’ de vez para trás e se consagra campeão da F-E. e.dams evolui, e Buemi lidera novo campeonato

O GRANDE PRÊMIO traz a retrospectiva da F-E em 2015. Diferente de todas as outras categorias, a F-E não encerra o ano com um desfecho, então a retrospectiva tem uma dinâmica diferente. A parte final da temporada 2014/15 teve Nelsinho Piquet mudando o rumo da sua carreira; enquanto a jornada 2015/16 apenas começou e tem o domínio da e.dams

A retrospectiva do 2015 na F-E é em formato diferente de todas as outras categorias. Enquanto todos os outros campeonatos grandes do automobilismo mundial já terminaram e funcionam em acordo com o calendário gregoriano, a F-E respeita outras datas. Um ano, por assim dizer, terminou em julho; o outro, está em curso. Entre os carros elétricos, 2015 tem dois anos.
 
As duas partes, aliás, são bem diferentes. Narrativas completamente distintas, que dividem um campeonato que mostra qualidade, mas evolui gradativamente para encontrar seu caminho em termos tecnológicos. Os carros e trens de força padrão que davam às equipes muito pouco com que trabalhar na primeira parte do ano, viraram trens próprios e diferenças claras de tecnologia, de abordagem e desempenho. Um ano que encerra seu calendário gregoriano sem uma definição, pois.
 
Uma briga pelo título da temporada inicial mudou de face algumas vezes. Lucas Di Grassi havia mostrado que seria um candidato encardido ao ir ao pódio nas três corridas de 2014, mas depois ganhou a companhia de Nelsinho Piquet. Entre os dois, um racha antigo ressurgiu e foi mostrado ao público pela primeira vez. Toque daqui e provocação de lá, entrevista esquisita no box dos primeiros colocados.
 
Di Grassi deu a sensação de que desgarraria do pelotão de vez quando venceu em Berlim – mas só por algumas horas, até a desclassificação polêmica. Tanto fizeram, os dois brasileiros, que quase ficaram os dois sem o título. Por um ponto e a resistência de Bruno Senna, Buemi não chegou. Piquet foi coroado campeão com justiça, num campeonato em que ajudou a montar uma China que começou distante das e.dams e Audi ABT.
Nelsinho Piquet: primeira temporada inesquecível (Foto: F-E)
Então, a preparação para a segunda temporada chegou e as equipes viraram construtoras. Oito apresentaram seus trens de força novos, duas procuraram suas soluções. Nem tudo saiu como o esperado, claro. A Andretti, que se gabava por ter desenvolvido suas partes por conta própria, não conseguiu ir à pista na temporada  resolveu não insistir e voltar ao trem de força original. 
 
Assim como a Andretti, a Trulli não andou em Donington Park e a dúvida sobre a situação da equipe começou a pairar. O ano termina com a equipe de Jarno Trulli com suas atividades encerradas e a promessa de que a Jaguar chega à F-E na próxima temporada, mais uma grande montadora com vasta história no automobilismo chegando com interesse nos monopostos elétricos.
 
Na pista, os novos trens de força mostram bastante diferença. De carros de uma marcha até cinco; carros mais pesados e mais leves. Entre tudo isso, o envolvimento crescido da Renault com a e.dams levou a um desenvolvimento imenso na fábrica em Viry-Châtillon. A e.dams tem de longe o melhor carro da temporada, algo que ninguém duvida. Daí a preocupação de um desequilíbrio que se vê em desempenho, mas não em números gerais até agora.
 
Diante disso, o GRANDE PRÊMIO relembra como foram as etapas da temporada 2014/15 e 2015/16 realizadas entre janeiro e dezembro deste 2015 e o que mais marcou no primeiro ano completo de existência da categoria.
António Félix da Costa no pódio em Buenos Aires (Foto: Getty Images)
Luso-Argentino
 
Buenos Aires, 10 de janeiro
 
A primeira corrida da F-E em 2015 tinha um certo peso, o de mostrar se de fato as provas do campeonato eram divertidos. A abertura do ano, em Pequim, foi bem sem graça, mas seguidas por provas para lá de divertidas em Putrajaya e Punta del Este, todas em 2014.
 
Buemi, favorito desde a pré-temporada em Donington Park, parecia embalar. Tinha ido ao pódio na Malásia e vencido, enfim, no Uruguai. Quando fez a pole na Argentina, a sensação era de que agora ia disparar. O suíço disparou, enquanto Lucas Di Grassi subia da quinta para a segunda posição, buscando manter a liderança do campeonato. 
 
Uma batida de Karun Chandhok no meio das trocas de carros obrigou o safety-car a entrar em ação e confundiu as coisas. Assim que a bandeira verde foi acionada, Buemi passou por uma zebra e teve quebra de suspensa. Fim de corrida para ele e vitória na mão de Lucas a 12 voltas do fim. Di Grassi, no entanto, também teve suspensão quebrada três voltas depois – sem controle completo do carro, ainda bateu no muro. 
 
Heidfeld, ainda com um FanBoost disponível, recebia a liderança. Atrás dele, Sam Bird passara António Félix da Costa e era o segundo colocado. Se depois da batida de Nicolas Prost nele em Pequim, parecia a hora da sorte sorrir para Nick, também não durou muito. A três voltas do final, recebeu um drive through por exceder o limite de velocidade nos pits; Bird havia ganho um momentos antes. O quarto líder em alguns poucos giros se tornou Félix da Costa.
 
E assim terminou. AFC se tornou o quarto vencedor em quatro provas da F-E, no comando de uma Aguri que antes da temporada era vista como o patinho feio do grid. Prost e Nelsinho Piquet o acompanharam no pódio.

Na classificação, Di Grassi ainda liderava com 58 pontos contra 48 de Bird e 42 de Buemi.

Prost vibrou muito com o triunfo em Miami (Foto: Reprodução/Twitter)
Novo líder
 
Miami, 14 de março
 
Depois da excelente chance que teve nas mãos – e viu ser tirada – de abrir a liderança do campeonato em Buenos Aires, Di Grassi se veria pela primeira vez desde o início do campeonato na posição de não estar na frente da tabela de pontos. 
 
O dia começou com Vergne mostrando ser uma força nas classificatórias. De Andretti, o francês fez a segunda pole em três corridas no campeonato. Assim como no Uruguai, JEV não ficou na briga até o fim, é bem verdade. Mas a disputa pela vitória em Miami foi talvez a melhor da F-E até hoje.
 
Num primeiro momento da prova, quem atacou Vergne foi Bird. Na bacia das almas antes de irem trocar de carros, Bird conseguiu passar o francês, mas sem ter muito o que fazer na pista, porque só tinha 4% de bateria e teve de diminuir a velocidade para não ter pane seca. No fim das contas, ficou longe da briga.
 
Ao fim das paradas, apareceu a figura que seria o destaque do dia. Scott Speed, estreando na Andretti ao lado de Vergne, pulou para o quinto lugar e começou a atacar. E Daniel Abt era o líder, então, com a ordem restabelecida.
 
Speed foi para dentro, atrasou a freada no final da reta oposta e levou Vergne. Já na volta 34, foi Di Grassi quem ficou para trás sem ter como desafiar. No penúltimo giro, o 38, Prost decidiu que era a hora de atacar Abt. Ele passou e Speed embarcou, passou também. 
 
Restavam apenas alguns metros, quando a briga de Speed e Prost explodiu. Diferente do que fez na China, Prost conseguiu segurar Speed, vencer e assumir a liderança do campeonato. Abt foi o terceiro. 
 
Com 67 tentos, Prost tinha sete de vantagem para Di Grassi. Bird tinha 52.
Nelsinho Piquet vence em Long Beach na F-E (Foto: AP)
Roteiro dos sonhos
 
Long Beach, 4 de abril
 
Não há como qualificar de uma forma diferente a vitória de Piquet em Long Beach na primeira semana de abril. Apenas alguns dias antes, a primeira vitória do pai, Nelson, na F1 havia completado 35 anos. Foi na mesma Long Beach onde agora a F-E passava. O capacete, exatamente igual ao que o pai usava naquele dia de 1980, deu o tom da homenagem que terminaria de forma muito mais substancial.
 
Piquet claramente vinha forte. A China tinha bom ritmo e podia de fato ameaçar chegar próximo à ponta pela primeira vez. Junto de Prost e Di Grassi, estava pronto para sair nas primeiras posições quando Abt tomou a pole de assalto no treino classificatório.
 
Mas não demoraria mais que alguns segundos para Nelsinho tomar o controle da corrida. Na largada, pulou para a ponta passando Prost e Abt com facilidade. Daí em diante, foi só abrir vantagem. Em nenhum momento pareceu que seria ameaçado. 
 
Prost, por sua vez, foi caindo. Primeiro Vergne, Di Grassi, depois Félix da Costa. Vergne ganhara espaço na frente e tinha o terceiro posto. O francês subiu para segundo ao passar Abt logo após a troca de carros. 
 
Perto do final da prova, o alemão foi punido por exceder o limite do uso de energia, abrindo espaço para Di Grassi ir ao pódio. Pior também para Leonardo DiCaprio, co-dono da Venturi, ao ver Heidfeld e Stéphane Sarrazin se tocarem.
 
Assim como o pai, Nelsinho venceu em Long Beach. E para o resto do grid, mostrou que era um candidato para valer na luta pelo título. Sexto vencedor em seis corridas.
 
Com o terceiro lugar, Di Grassi retomou a liderança da competição: 75 pontos contra 74 de Piquet e 69 de Prost.
Repórter da F-E entrevista Di Grassi com Piquet ali ao lado. Dessa vez não teve briga (Foto: F-E)
Treta do ano
 
Monte Carlo, 9 de maio
 
Junto da etapa europeia da primeira temporada da F-E, começaria também a treta do ano. E entre dois pilotos brasileiros. Não que fosse exatamente uma surpresa que Piquet e Di Grassi não fossem muito amigos, mas quando os dois se estranharam e tornaram a inimizade pública, o resultado foi um tanto quanto estranho. 
 
Os dois foram juntos à pista no mesmo grupo – com Lucas levando a melhor na primeira rodada de voltas rápidas. Ao sair do carro, Nelsinho esbravejou que o compatriota o atrapalhou na segunda tentativa, algo negado por Di Grassi. Como momentaneamente ficaram no cercadinho dos três primeiros colocados, tiveram de sentar ao lado um do outro com um olhar pouco amistoso. Com direito a provocação e Piquet dizendo que sempre anda à frente de Di Grassi em qualquer categoria.
 
No fim, a briga entre os dois rende, mas a pole foi de Buemi. Assim como a corrida. O suíço chegou a ser ameaçado por um breve momento quando Di Grassi tentou a sorte. Não rolou, e sobrou para o piloto da Audi ABT se defender do rival. Piquet bem que tentou e deu ares dramáticos para o final da prova. Mas terminou no terceiro lugar.
D'Ambrosio teve melhor resultado na F-E (Foto: AP)
O episódio da aleta
 
Berlim, 23 de maio
Pole-position: Jarno Trulli
 
No aeroporto desativado de Tempelhof, em Berlim, a decisão que mudou a história do campeonato foi tomada após um monólogo. Na pista de dimensões amplas, Di Grassi largou no segundo lugar, atrás da surpresa que foi Jarno Trulli saindo na pole. Obviamente, a festa de Trulli não durou muito. Di Grassi passou na largada e o italiano ficou segurando todo mundo por um tempo, até começar a cair posição por posição.
 
Abt também foi personagem da largada, rodando logo de cara e obrigando todo mundo a desviar dele. Lá atrás, Piquet, que largara muito atrás no 13º posto, começava a se reabilitar. E Jérôme D'Ambrosio começou a atacar quem vinha à frente e passar – inclusive Buemi e numa briga fortíssima. O belga, que largara no sexto lugar, era o terceiro antes da troca de carros. 
 
Mas Heidfeld não conseguiu se manter no segundo lugar e começou a cair, dando a segunda posição para D'Ambrosio e a terceira para Buemi. Antes que a corrida acabasse, ainda ficaria para trás de Loïc Duval e Piquet. 
 
Ainda teve um susto: o carro de Di Grassi teve uma pane elétrica 100 metros depois da bandeirada. "Foi inacreditável", disse o brasileiro. Sorte de campeão? A resposta viria com uma negativa gigantesca duas horas depois, quando a notícia da desclassificação do brasileiro da Audi ABT chegou – deixando a vitória com D'Ambrosio.
 
Uma mudança em desacordo com as regras nas aletas das asas frontais, em que foi colocada uma estrutura de metal para reforçá-las, foi a responsável pela desqualificação. A Audi ABT nem contestou, mas Lucas ficou nervoso e prometeu "chutar traseiros de Piquet e Buemi na pista".
 
Desta forma, Piquet assumiu a liderança do campeonato pela primeira vez, com 103 pontos contra 101 de Buemi. Em terceiro, Di Grassi tinha 93.
O pódio em Moscou (Foto: AP)
Mão no troféu
 
Moscou, 6 de junho
 
Na última parada antes da rodada dupla que definiu a temporada, Piquet largou na segunda colocação, logo após do maior pole-position da primeira temporada da F-E, Vergne. Aí, usou o mapa da mina que adotara em Long Beach: ousar na largada e tomar a dianteira. Piquet fez isso e saiu na frente.
 
O piloto da China contou com um escudeiro diferente: o próprio JEV. O ex-membro da Toro Rosso na F1 não tinha ritmo para alcançar Piquet, mas segurava Di Grassi e Buemi que o perseguiam. 
 
Enquanto os outros dois brasileiros chegavam ao final do campeonato brigando pelo título, Bruno Senna sofria com um carro ruim da Mahindra e atuações não muito melhores. Em Moscou, errou na saída de uma curva e beijou o muro. Outro acidente importante da corrida foi Duval levantando Trulli.
 
Entre entrada e volta dos boxes, Heidfeld se deu bem e escalou. Di Grassi precisou atacar por quase a corrida inteira até conseguiu ultrapassar Vergne, algo que Nick também fez a seguir. Na bacia das almas, Buemi deixou JEV para trás, mas numa manobra esquisita, forçando toque e tudo mais. Por isso, acabou punido com acréscimo de 20s depois e caiu para o nono posto.
 
Na troca louca de carros que a Andretti promoveu especialmente no carro #28 durante a primeira temporada, Moscou foi a corrida que teve Justin Wilson no volante. O inglês, sem contrato permanente com algum time da Indy pela primeira vez em anos, fez sua única prova na Rússia – e pontuou, foi décimo colocado. Wilson morreu menos de três meses depois em decorrência do acidente nas 500 Milhas de Pocono da Indy – também guiando para a Andretti.
 
Nelsinho terminou o dia com 128 pontos contra 118 de Di Grassi e 105 de Buemi. Atrás deles, Prost tinha apenas 80.
Sébastien Buemi venceu a primeira corrida em Londres (Foto: Reprodução/Twitter)
Reação à vista?
 
Londres, 27 de junho
 
Buemi chegou a Londres com 23 pontos de desvantagem para Piquet e 13 de Di Grassi, mas logo mostrou que o pulso ainda pulsava. Depois de toda a expectativa para saber se de fato daria para correr no Parque Battersea, a pista tinha problemas. Algumas mudanças de emergência foram feitas e a corrida do sábado teve de começar com safety-car.
 
Se Di Grassi largava em terceiro para embolar mais ainda a classificação, logo sofreu com Vergne. Voando, JEV atacou até passar e foi para dentro de D'Ambrosio. Não chegou, mas mostrou muita força na Andretti de pintura laranja. 
 
No meio do caminho, na volta 17, Abt fez a pior volta de um mesmo piloto no ano inteiro. Foi ultrapassado por Oliver Turvey, Sarrazin – errando nas duas – e Salvador Durán, antes de bater e abandonar a prova. Realmente um feito.
 
Nas voltas finais, Piquet investiu em atacar o rival Di Grassi pelo quarto lugar. A briga foi excepcional, com direito a toque entre os dois que podia botar toda a categoria em incineração caso fosse pior. No fim das contas, Piquet não conseguiu e os dois terminaram respectivamente com P4 e P5.
 
De fato, Buemi ficou a poucos pontos da glória. Piquet tinha 138 pontos, o suíço ficou com 133 e Di Grassi ainda permanecia com algumas chances com 125 pontos. Faltava apenas a corrida do domingo em Londres. Foi aí, também, que a e.dams garantiu o Campeonato de Equipes.
Festa de Piquet em Londres (Foto: F-E)
Por um ponto
 
Londres, 28 de junho
 
O domingo começo com tudo indicando ferozmente para Buemi. Primeiro, porque o piloto da e.dams já mostrara que estava bem sintonizado coma pista; depois, porque na classificação ele pegou pista seca, enquanto Piquet e Di Grassi tiveram de rodar no molhado. O resultado foi um sexto lugar de Sébastien, mas Di Grassi saía apenas do 11º lugar e Nelsinho do 16º.
 
Uma das coisas que não estava em questão a partir do momento da largada era que os três concorrentes ao caneco precisariam começar a ganhar posição. Até mesmo Buemi, que se ficasse no sexto posto faria oito pontos e precisaria contar com a sorte. 
 
Logo na largada, Buemi ganhou o P5 de Senna, Di Grassi subiu duas e Piquet escalou logo quatro de uma vez. Atrás do companheiro Turvey, Nelsinho foi poupando energia como estratégia e o deixando escapar na 11ª posição. Antes das paradas nos boxes, o perigoso estreante Sakon Yamamoto atropelou o sempre azarado Trulli e forçou um safety-car.
 
Na volta 17, logo após as trocas de carro, Buemi rodou e perdeu a sexta posição – que seria a quinta depois que Nelsinho fosse aos boxes – para Senna. Piquet, aliás, foi o último a parar e voltou no décimo lugar. Também quase rodou tentando se defender de Prost e conseguiu – tanto não rodar quanto manter a posição.
 
Neste momento, Buemi seria campeão por dois pontos – e dez na frente de Lucas. Mas Fabio Leimer bateu de frente na barreira de proteção e exigiu mais uma visita do safety-car. Novamente, pelotão todo embolado. 
 
A relargada final se deu com seis voltas de corrida. Na frente, Bird passava Duval, movimento que mais tarde garantiria a vitória, por conta de uma punição de tempo adicionada a Sarrazin.
 
A China logo fez as posições de Piquet e Turvey mudarem e o brasileiro subiu para o oitavo lugar. Metros depois, atacou Durán e também o passou. Agora, sim, tinha a pontuação suficiente para ser campeão. Mas Buemi ainda tinha pulso e, um pouco à frente, tornava a vida de Senna um inferno.
 
Com FanBoost e tudo, Buemi chegou a se tocar com Bruno, mas não conseguiu passar. Era fim de campeonato para ele. Piquet foi campeão da F-E com 144 tentos contra 143 do suíço e 133 de Di Grassi.
Encheu, o pit-lane (Foto: F-E)
Mudanças para 2015/16
 
Então veio a intertemporada. As mudanças já conhecidas fora executadas, como esperado. As oito construtoras responsáveis por desenvolver trens de força o fizeram. As outras duas deram seus jeitos, claro. A Aguri acertou para manter o trem de força padrão, fazendo alterações à sua maneira; a Dragon, por sua vez, se tornou cliente da Venturi [algo que vai mudar a partir da próxima temporada]. A Andretti desenvolveu o seu, mas falhou miseravelmente e voltou ao padrão – mas promete usá-lo no ano que vem; a Trulli nunca mostrou o seu em pista e faliu.
 
As diferenças logo foram sendo conhecidas. As cinco marchas do trem padrão são o máximo. Mahindra e Venturi optaram por quatro; são três para a Audi ABT; dois para a e.dams e apenas uma para China e Virgin. Para conseguir montar um sistema que coubesse bem com uma marcha e dois motores, as duas equipes fizeram carros mais pesados. O dinheiro da Renault no desenolvimento da e.dams foi decisivo – e mesmo assim não conseguiu se valer de 100% do que gostaria. A ideia era usar dois motores, o que a Renault adiou para a temporada que vem. 
 
Uma mudança da organização foi o FanBoost, que agora define os vencedores apenas durante a corrida já começada. A classificação também mudou, ganhando uma superpole com os cinco mais rápidos da fase de grupos. Obviamente, a fase inicial do treino foi encurtada. As equipes não estão mais permitidas a mudar de piloto o quanto quiserem – agora as mudanças são limitadas a duas por carro na temporada. A energia máxima disponível para a corrida passou a ser de 170 kw – era de 150 kw na temporada inicial.
 
Mais uma novidade e que diz respeito aos procedimentos de corrida tem a ver com a introdução do chamado 'Full Course Yellow', ação em que o diretor de prova pode colocar a corrida em bandeira amarela total. Ou seja, uma espécie de safety-car virtual. Se a etapa entrar em modo FCY, todos os pilotos deverão andar a uma velocidade limite de 50 km/h e em fila indiana. As ultrapassagens, evidentemente, estão proibidas. 
Dando o tom
 
Pequim, 24 de outubro
 
Na primeira versão da superpole, nem pareceu que Buemi seria incomodado. Teve sobras para Prost, o segundo, e uma imensidão para Heidfeld – agora de Mahindra – o terceiro. E na corrida, a disputa se daria toda atrás dele. 
 
Prost, mais errático do que nunca no início do segundo ano, logo ficou para trás de Heidfeld e Di Grassi – depois de erro. O alemão atrapalhou Prost e Di Grassi, para dizer a verdade. Porque se segurava no segundo lugar apesar da ser mais lento. Enquanto isso, Buemi só fugia. 
 
Atrás deles, a briga era realmente boa. Duval deu uma de esperto e passou Vergne, que respondeu. Bird relargou feito um louco depois do safety-car causado pela batida de Simona de Silvestro, mas errou na sequência e caiu para 11º. Logo, porém, estava brigando roda com roda com Vergne pelo sexto posto.
 
Na estreia na F-E, o campeão mundial de F1 Jacques Villeneuve tomou uma pancada de Félix da Costa. Mais tarde o português reconheceu o erro. 
 
Depois das paradas nos boxes, Prost voltou atacando Heidfeld. Era a reprise da briga que resultou na batida mais memorável da temporada de debute – e na mesma pista do Parque Olímpico de Pequim. Desta vez, Nicolas levou a melhor e logo partiu para Lucas. Mas uma quebra na suspensão acabou com as chances de Prost, que, com o carro torto, recebeu a bandeira preta com bola laranja – obrigando-o a ir aos boxes.
 
Deu tempo, ainda, para a briga das duas Dragon. D'Ambrosio atacou Duval com o que tinha, mas não conseguiu passar. Eles terminaram em P4 e P5. Buemi venceu, com Di Grassi e Heidfeld completando o pódio.
Sol como testemunha
 
Putrajaya, 7 de novembro
 
Segredo não era que o calor na capital administrativa da Malásia seria muito forte; mas dúvida era o quanto ia afetar as novas tecnologias. E afetou bastante. Buemi que o diga – o suíço caminhava para mais uma vitória tranquila quando foi interrompido por problemas em um dos softwares.
 
O #8 fez a pole com quase 0s5 de vantagem, tranquilo. E largou para ir embora. Acabou dando numa corrida para lá de divertida. A primeira cena da prova foi a dos fiscais empurrando a Venturi travada de Sarrazin tentando levar os boxes. Hilário.
 
Duval se isolou em segundo, mas Di Grassi e Prost vinham subindo para terceiro e quarto lugares. O francês, em terceiro, ainda pensava em como chegar a Duval quando, na volta 15, Buemi parou na pista. Não completamente, o que tinha foi suficiente para ir até os boxes. Logo em seguida, Alain Prost informou de que se tratava de um problema com software. Com medo da situação, a e.dams também chamou Nicolas para o pit e trocar de carro.
 
Depois das trocas gerais de carro, Di Grassi atacou e levou a melhor sobre Duval e Félix da Costa, ficando atrás apenas de Prost. Só que o francês parou cedo demais e teve de pensar em economizar. Quando começou, Di Grassi deu o bote e tomou a liderança. 
 
Félix da Costa, assim como Buemi, ficou parado pela pista. Duas vezes…
 
D'Ambrosio passou por Bird e Robin Frijns, colocando as duas Dragon para o pódio momentaneamente. Só que o calor foi se aplicando em Duval, que foi ficando mais lento. A suspensão também sofreu, e o francês acabou não conseguindo se segurar mesmo após uma bela batalha com Bird e Frijns. O holandês tocou o muro e seguiu para as últimas voltas todo torto. 
 
Antes do final da corrida, Buemi, que já era o sexto colocado outra vez, voltou a ter problemas com o software e abandonou. D'Ambrosio, também com problemas na suspensão, não fez uma das curvas e acertou o muro. Vitória e liderança para Di Grassi, pódio para Bird e Frijns.
Sébastien Buemi (Foto: Adam Warner/LAT/F-E)
Reafirmando
 
Punta del Este, 19 de dezembro
 
A última corrida do ano na F-E não teve o senso de decisão que as das retrospectivas de Indy, MotoGP e Stock Car, por exemplo. Afinal, é apenas mais uma prova no meio do calendário. E uma que começou com tudo para dar diferente, já que Prost teve azar na classificação e Buemi e Di Grassi erraram na superpole. Largaram em quinto e quarto lugar, respectivamente.
 
Quem saiu na frente foram as Dragon. D'Ambrosio foi o pole e Duval largou na segunda colocação. Mas uma vez que a largada foi acionada, então começou o show do suíço. Buemi demorou oito voltas para passar Di Grassi, Duval, Bird e D'Ambrosio. Assumiu a ponta e foi-se embora para vencer.
 
Se a e.dams domina o campeonato de longe, a Audi ABT é claramente a segunda força. Di Grassi também pegou o elevador. Passou Bird e pressionou Duval, mas só passou com a boa estratégia dos boxes. Quando voltou, era o segundo. Nas voltas seguintes, tentou dar a Buemi um trabalho, mas o #8 conseguiu se afastar. O segundo posto não ficou jamais em perigo.
 
D'Ambrosio e Duval foram P3 e P4, conseguindo se manter seguramente à frente de Prost. Vergne foi sétimo, mas viveu um dos grandes momentos da fase final da corrida. Ele passou Piquet na briga pelo P7, mas o brasileiro deu o xis. Só que logo uns metros na frente, Piquet escapou e bateu bem forte.
 
2015 fecha com Buemi liderando o campeonato por um ponto contra Di Grassi, 62 contra 61. Parece uma disputa apenas dos dois, já que D'Ambrosio é o terceiro com 28. Entre as construtoras, a e.dams lidera, claro. São 73 pontos contra 71 da Audi ABT. O terceiro posto é da Dragon, com 52.
 
A temporada que começou em 2015, termina em 2016. Mais precisamente em 6 de fevereiro, com o eP de Buenos Aires. Mas esse fica para a retrospectiva do ano que vem.

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “8352893793”;
google_ad_width = 300;
google_ad_height = 250;

fechar

function crt(t){for(var e=document.getElementById(“crt_ftr”).children,n=0;n80?c:void 0}function rs(t){t++,450>t&&setTimeout(function(){var e=crt(“cto_ifr”);if(e){var n=e.width?e.width:e;n=n.toString().indexOf(“px”)

var zoneid = (parent.window.top.innerWidth document.MAX_ct0 = '';
var m3_u = (location.protocol == 'https:' ? 'https://cas.criteo.com/delivery/ajs.php?' : 'http://cas.criteo.com/delivery/ajs.php?');
var m3_r = Math.floor(Math.random() * 99999999999);
document.write("”);

PADDOCK GP EDIÇÃO #11: ASSISTA JÁ

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Formula E direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.