S&G – Nelsinho Piquet: “O Nelsinho da F-E é melhor que o da F1 dentro e fora da pista”

Embora Nelsinho Piquet acredite que o piloto que era na F1 fosse tão rápido quanto hoje, ele reconhece que sua versão 2015 é mais constante na pista e fora dela. Melhor, enfim. Dessa forma é que vai para as três corridas finais da temporada onde pode confirmar o primeiro título em uma das maiores categorias do automobilismo mundial. E caso o faça, o fará vencendo uma briga memorável

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Muito embora os desentendimentos – para dizer o mínimo – tenham chamado as manchetes mais do que qualquer outra coisa na F-E pelas últimas semanas, o campeonato certamente vai muito além disso. E quem agora tem a vantagem na briga pelo título é Nelsinho Piquet. A três corridas do título, a diferença é de dois pontos, exatamente os pontos da última ultrapassagem que fez em Berlim, se utilizando do FanBoost. Ser um favorito dos fãs é uma das coisas que mais agrada o piloto no momento.
 
A fase de Piquet vai muito além da liderança da F-E. Desde as conversas com a imprensa, a calma nas pistas e a experiência vinda de outras categorias de todos os tipos pelas quais passou nos últimos anos – Nelsinho foi terceiro colocado na abertura da temporada do Global Rallycross neste domingo (31) -, a impressão é de que em nenhum outro momento de sua vida, ele esteve tão pronto para vencer um campeonato de grandes proporções.
 
Ao GRANDE PRÊMIO, Nelsinho falou sobre o crescimento em relação ao piloto que era na F1, mostrou estar não menos satisfeito que a maior parte do público com a F-E e destacou o trabalho de desenvolvimento que fez desde o início da temporada com a sua equipe, a China. 
Nelsinho Piquet e o troféu de melhor volta em Berlim (Foto:F-E)
GRANDE PRÊMIO: Num momento em que se fala tanto de uma F1 chata, como é ser um dos rostos de uma nova categoria tão elogiada como a F-E?
 
Nelsinho Piquet: Minha aposta na F-E foi recompensada. Inicialmente tivemos alguma resistência nos bastidores, mas a Qualcomm viabilizou minha entrada na China, que me recebeu muito bem. Valeu a insistência e hoje estamos na disputa pelo título.
 
Você acha que seu tempo rodando por tipos diferentes de categorias te colocou em outro patamar?
 
Andar em outras categorias me fez ganhar mais experiência. Não só de pilotagem, mas de outras situações, como lidar com pessoas, conhecer e entender um pouco mais de reações e comportamento de carro. Não há dúvidas que quanto mais um piloto anda e conhece categorias diferentes, naturalmente maior fica o repertório (especialmente se anda na frente, como aconteceu na maior parte da minha carreira). Com isso, acho que hoje sou uma pessoa mais experiente em todos os sentidos. 
 
Tenho mais de 20 anos de carreira, títulos e vitórias em várias modalidades diferentes. Não sei se isso me coloca em outro “patamar”, mas com certeza ajuda no aspecto da experiência.
 
O Nelsinho da F1 brigaria pelo título da F-E?
 
Acho que sim. Acho que, em termos de talento, nunca mudei. Ou você nasce com talento, ou você não tem. O que muda são as suas decisões, sua experiência em lidar com situações complicadas. Todas essas são coisas que podem fazer diferença num campeonato. Mas eu, o piloto de dez anos atrás, acho que andaria a mesma coisa. É o mesmo, por exemplo, quando sentei no A1GP. Ainda nem tinha passado pela F1 nem pela GP2 e realmente dominei a categoria no início, ganhando as duas primeiras corridas e liderei a maior parte do campeonato.
 
Mas sempre dá para melhorar, e é isso o que eu busco. Então, nesses 20 anos de carreira acho que consegui construir bastante experiência em cima de uma base de talento. Resumindo: o Nelsinho da F-E é melhor que o da F1, dentro e fora da pista. 
 
Quais são suas vantagens na briga pelo título?
 
Em primeiro lugar, tenho dois pontos de vantagem para o vice-líder e dez para o terceiro colocado. Mas o mais importante é o apoio que tenho recebido no FanBoost. Sinto que os torcedores estão do meu lado e agradeço terem votado em mim para vencer o FanBoost nas últimas três corridas. A diferença sobre o Buemi está diretamente ligada a isso, pois foi com a potência extra que fiz as ultrapassagens decisivas em Berlim, além da volta mais rápida.
 
Por último, tem a experiência. Eu já passei várias vezes pela situação de disputar um título, inclusive ano passado no GRC, quando não ganhamos por falha mecânica do carro na final. Passei por muita pressão em reta final de campeonato na carreira: ganhamos campeonato da F3 Britânica, briguei com o Hamilton pelo campeonato na GP2, venci F3 no Brasil.  
Nelsinho Piquet comemora em Long Beach (Foto: AP)
Qual o futuro você vê para a F-E?
 
A primeira temporada da F-E tem mostrado que a categoria é uma realidade. Não é uma moda. Veio para ficar. Acredito que tem muito a crescer no futuro, e o interesse de cidades como Paris em ter um eP é um sinal disso.
 
Você tem conversas sobre renovação com a China? Pretende seguir na categoria mesmo que em outra equipe?
 
Vou seguir na categoria com certeza e tenho diversas opções. Minha escolha não vai ser simplesmente financeira, mas quero estar com uma equipe que vai brigar por vitórias.
 
Meu pai sempre disse que seu grande tesão no automobilismo era desenvolver as coisas e depois ganhar as corridas com as coisas que desenvolveu. E é mais ou menos assim que eu me sinto hoje na China, porque crescemos juntos. Tenho que dar o crédito ao Adrian Campos e ao Steven Lu. Começamos o ano desacreditados: eu nem sabia se ia conseguir andar o campeonato inteiro, ninguém sabia muito bem o que o time seria capaz de fazer. E veja onde chegamos.
 
Você acha que o Di Grassi entrou no campeonato em vantagem por estar envolvido com a categoria desde o princípio?
 
Se teve vantagem, não sei. Mas em desvantagem com certeza não entrou. Não posso falar pelos outros, então vamos tratar do meu caso. Fiz metade da pré-temporada, e o time sofreu no início com revezamento do piloto do outro carro. Apanhamos no começo por causa disso e tivemos que usar as primeiras provas da temporada até achar o caminho.

A temporada da F-E continua no próximo sábado (6) com o eP de Moscou, que o GRANDE PRÊMIO acompanha.

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