Acordo entre McLaren e Renault dá a Alonso última chance de tentar brilhar na F1. Mas retrospecto joga contra

Fernando Alonso conseguiu o queria. Depois do ultimato dado à McLaren, equipe inglesa mexeu todos pauzinhos que conseguiu e se livrou da Honda em uma negociação que ultrapassou os muros de Woking. Agora, o espanhol tem uma nova chance de tentar brilhar. E pode ser a última

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Fernando Alonso enfim conseguiu o que queria. O espanhol esperou por três anos – sem muita paciência, é verdade – que a Honda apresentasse alguma melhora em seu errático motor, mas a tolerância do bicampeão chegou ao fim em 2017. Em uma temporada ainda mais desastrosa, Alonso decidiu que era “ou eu ou eles”. E a esquadra inglesa escolheu o piloto de 36 anos, considerado por muitos o mais completo do grid. 

 
Mas esse desfecho tem explicação. No fim de 2014, o asturiano já não tinha mais clima para seguir na Ferrari, apesar de um ano a mais de contrato. Passando uma reformulação, o time de Maranello também não fazia mais questão de ter o espanhol, porque já tinha decidido por novos ares ao chamar Sebastian Vettel. Alonso, então, se encantou pela reedição da parceria outrora vitoriosa entre McLaren e Honda. Ali, certamente, o piloto vislumbrava uma chance quase única de repetir o que Ayrton Senna e Alain Prost viveram quase 30 anos atrás, em termos de performance.
 
Só que a realidade veio com requintes de maldade. O motor V6 turbo híbrido fabricado pela gigante japonesa simplesmente não funcionou, e a McLaren se viu em um abismo sem qualquer sinal de competitividade. Ainda que a confiabilidade fosse uma questão da pouca quilometragem do projeto, a verdade é que a unidade de energia também não tinha potência. 
 
A equipe e a montadora terminaram 2015 sustentando um enorme fracasso. Na temporada seguinte, entretanto, a Honda deu sinais de melhora, mas ainda seguia com as mesmas falhas. Aí decidiu-se mudar o conceito do motor, traçando caminho semelhante ao desenvolvimento da Mercedes. A opção se mostrou equivocada e novamente o time amargou abandonos, impaciência e críticas. A cada nova corrida, a cada novo problema, Alonso expunha sua insatisfação sem filtros e ficava cada mais claro que o piloto já não seguiria com os ingleses se os nipônicos continuassem.
Fernando Alonso conseguiu convencer a McLaren a deixar a Honda (Foto: McLaren)
O bicampeão havia perdido a confiança e a fé nas promessas dos engenheiros de Sakura e não tardou para começar a pressionar interna e externamente os chefes de McLaren e Honda. O ultimato veio no início da segunda fase da temporada
 
Fernando deixou claro que sua lealdade estava com a esquadra britânica, mas que havia uma condição: a mudança de motor. Mesmo negando, a pressão imposta ficava evidente a cada entrevista: "Temos de esperar e ver como a situação se desenrola. Uma das opções sobre a mesa é a mudança de motor. A McLaren tem de tomar a sua própria decisão antes que eu tome a minha. Eu tenho a intenção de ser leal à equipe", garantiu.
 

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"Ficar três anos sem ser competitivo é o limite para uma equipe como a McLaren, uma das melhores da história da F1. Minha renovação vai depender da decisão da McLaren. Acho que tudo se resolve nesta semana."

Essa foi uma das últimas entrevistas do piloto sobre o assunto. Só que a mudança de motor não se mostrou tão simples. Ferrari e Mercedes nem sequer ouviram a rival. Restou a Renault. Mas a fabricante francesa também trabalha no limite ao fornecer unidades para a equipe própria e para os dois times da Red Bull. Alguém tinha de ceder.

 
A tensa negociação envolveu não só uma quebra de contrato desordenada entre McLaren e Honda, mas também a própria F1, além da marca do losango, a Toro Rosso e muitos milhões de euros. Antes de mais nada, é preciso dizer que os japoneses não queriam deixar a McLaren e desejavam, ao invés disso, ter mais uma equipe para fornecer motores. A cúpula do Mundial – leia-se a Liberty Media e FIA – também não queria que a montadora do Japão saísse do campeonato. Por isso, acabou tendo de se envolver e reabrir as conversas com a Red Bull/Toro Rosso, que antes foram fechadas por divergências financeiras. 
 
Um belo enredo, não? Quando a situação chegou ao limite, com Alonso pressionando e a McLaren desesperada, uma reunião em Monza tratou de alinhar os objetivos. Ou seja, a parceria entre os ingleses e os nipônicos tinham de se desfazer, para dar lugar a Renault. Os franceses fizeram suas exigências, a Red Bull também. Todos foram atendidos. À Honda coube ficar com a Toro Rosso, que aceitou obedientemente.  Os nipônicos, coitados, pressionados e sem uma garantia, também tiveram de engolir a troca.
Renault é mesmo a solução de todos os problemas? (Foto: Renault)
O que acontece agora?

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A McLaren escolheu ficar com Alonso e foi atrás do melhor pacote que conseguiu: a Renault. Curiosamente, o movimento lembra o que o próprio o espanhol teve quando, lá em 2007, se encheu de Lewis Hamilton e da equipe inglesa, e deu no pé. Depois de perder a guerra para o inglês, Fernando pediu abrigo na então Renault, comandada por Flavio Britore, antes de virar piloto da Ferrari. Agora, depois de novas decepções, a montadora francesa novamente surge para confortar o asturiano. E, já naquela época, a fábrica e Briatore pouco puderam fazer para colocar o bicampeão sob os holofotes. 
 
Mas será o bastante agora? A verdade é que o conjunto McLaren-Renault será, possivelmente, o último cartucho de Alonso para voltar a se colocar no papel de protagonista real na F1. O ponto forte é que a fabricante possui um projeto infinitamente superior ao da Honda e, com um carro equilibrado, como parece ser o modelo de Woking, essa pode ser uma boa chance para Fernando.
 
Falando sobre as unidades gaulesas, Alonso chegou a afirmar: "Sabemos o que esse motor pode fazer. A Red Bull fez cinco ou seis pódios seguidos."
 
Só que o retrospecto da Renault nesta era híbrida da F1 ainda não é suficiente para acrescentar o nome de Alonso à lista de favoritos, e esse é o ponto fraco. Pega-se por base o próprio desempenho da Red Bull, que, na real, é o principal time dos franceses. Em quatro temporadas, os austríacos nunca estiveram em posição de desafiar a Mercedes. É correto de dizer que evoluíram em 2016 e superaram a Ferrari, mas os italianos deram o troco neste ano, inclusive, provando que são tão bons quanto os alemães.

Mas voltando ao caso de Alonso. Mesmo contando com um bom carro e dois pilotos de talento, os rubro-taurinos conseguiram suas vitórias e pódios, é verdade. Porém, não ameaçam. E ainda se veem lidando com as falhas de confiabilidade, como bem mostra a primeira parte da temporada de Max Verstappen neste ano. Ou seja, o passo técnico de 2017 para 2018 terá de ser certeiro. 

 
Outro ponto a considerar: somente a esquadra tetracampeã consegue destaque na condição atual. Toro Rosso e a própria Renault dependem de brilharecos de seus comandados e situações incomuns. 
 
E quem tratou de colocar o cenário em perspectiva foi Alain Prost, embaixador da marca francesa. A declaração foi dada antes da confirmação de todo o negócio, mas não está longe do que pode ser a realidade em 2018.

"Nós estamos abertos à ideia de fornecer motores tanto para a Toro Rosso quanto para a McLaren. Mas é impossível para nós fornecer para as duas juntas. Também, gostaria de deixar claro que nós não estamos em condição de entregar um motor vencedor, ao menos, não no início do próximo ano, e, para um piloto como Fernando Alonso, isso pode ser um problema."

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