Alonso destaca esforço, mas afirma que McLaren Honda merece ser criticada por falta de performance

Prestes a completar dez anos do seu primeiro título mundial na F1, Fernando Alonso hoje vive o outro oposto. Nem mesmo nos seus tempos de Minardi, quando estreou na categoria, em 2001, o espanhol viveu tantos momentos difíceis como nesta sua segunda passagem pela McLaren. Mesmo recebendo o maior salário da F1, seus rendimentos dentro de pista não são nem de longe compatíveis com a conta bancária. Alonso começa a mostrar enfado com a situação e disse que a McLaren Honda merece ser alvo de críticas por não conseguir entregar performance e os resultados esperados pelos fãs no começo da temporada 2015.

“É difícil pegar isso com base do ponto de vista do torcedor, eu entendo, e devemos ser criticados por nossa performance porque não estamos entregando o que as pessoas esperam de nós. Mas, do ponto de vista da equipe, é um pouco diferente, porque não podemos fazer muito mais do que aquilo que já estamos fazendo, todos estão dando 100% da sua capacidade”, disse Fernando durante entrevista coletiva na casa da Honda, em Suzuka, nesta quinta-feira (24).

Alonso elogiou o trabalho feito pela McLaren Honda, mas disse que a parceria merece as críticas recebidas (Foto: AP)

O asturiano procurou ressaltar o esforço feito tanto pela equipe britânica como também pela fábrica de Sakura, onde esteve na última quarta-feira. Mas Alonso entende que, apesar de todo o trabalho desempenhado, ainda falta um longo caminho a percorrer.

Um exemplo disso foi evidenciado na semana passada, no GP de Cingapura. A corrida, que foi realizada num circuito mais afeito às características do MP4-30, acabou mais cedo para Alonso e também Jenson Button, que abandonaram com problemas no câmbio. O espanhol disse que a McLaren testará as correções do sistema de transmissão na sexta-feira, dia do começo dos treinos livres do GP do Japão.

“Precisamos aprender as lições de tudo o que estamos fazendo. No último fim de semana, em Cingapura, tivemos dois abandonos por causa do superaquecimento da caixa de câmbio. Estudamos com afinco os problemas, trouxemos as soluções e vamos testá-las amanhã nos treinos livres”, disse.

“Todo mundo tem feito o que é possível, todos estão trabalhando 24 horas por dia para melhorar a situação em todas as áreas porque nós precisamos melhorar a performance, a confiabilidade, alguns dos procedimentos que estamos fazendo no fim de semana, algumas filosofias nos treinos livres, os pit-stops, como vimos em Cingapura, algumas áreas de pilotagem que às vezes fazemos”, acrescentou o bicampeão do mundo.

Ciente da falta de confiabilidade e performance do conjunto que tem em mãos, Alonso sabe que não há outra alternativa a não ser que todos dentro do time trabalhem ainda mais para virar o jogo, atualmente bastante desfavorável.

“Tivemos alguns treinos extremamente difíceis, com pouquíssimas voltas, então vamos para a classificação com apenas uma volta no Q2 porque não conseguimos pilotar, de modo que a volta não é perfeita. Todos nós precisamos melhorar. Desde os mecânicos até os pilotos. Estamos com o projeto em curso, e ficarei feliz se, no fim do ano, seguirmos crescendo neste aspecto aqui na pista e se mantivermos em progresso no desenvolvimento da unidade de força e do chassi do ano que vem”, comentou Fernando.

Questionado se consegue processar o fato de que a McLaren terá um fim de semana difícil correndo na casa da Honda, com perspectivas de sequer avançar ao Q2, Alonso se mostrou resignado. “Não é mais uma surpresa. Isso foi processado em fevereiro”, concluiu o piloto.