Alonso mostra ansiedade por chegada de novo diretor-executivo e cobra McLaren e Honda: “Estamos oito meses atrasados”

Sem papas na língua, Fernando Alonso é claro ao dizer que a McLaren ainda precisa melhorar muito. É bem verdade que, em dez corridas neste ano, o time britânico já somou mais pontos que em toda a temporada passada (32 contra 27 de 2015). Mas o bicampeão não se satisfaz com pequenos sinais e quer mais, muito mais. Na visão de Alonso, o projeto McLaren-Honda está ao menos oito meses atrasado em relação aos objetivos previstos. Assim, a chegada do novo diretor-executivo, o alemão Jost Capito, é vista pelo espanhol como uma chance para ajudar a avançar de forma mais rápida.

 

A expectativa é que Capito chegue definitivamente à McLaren a partir do GP da Bélgica. Antes, o alemão segue preparando seu sucessor na Volkswagen, montadora que há três anos domina o Mundial de Rali. O êxito do dirigente foi fundamental para a McLaren procurá-lo para ajudar na reconstrução de um time que almeja voltar ao topo da F1.

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“Há muitas coisas que devemos melhorar para poder voltar ao topo. Além da unidade de potência ou da aerodinâmica, ainda há muitos errinhos que cometemos no dia-a-dia durante o fim de semana de corridas, na estratégia da classificação ou da corrida. Mas, no fundo, trata-se de um programa que tem só um ano e meio de vida. Capito deverá intervir nestes aspectos, bem como na organização”, declarou Alonso em entrevista à revista italiana ‘Autosprint’. 

 

“Sem copiar, mas talvez se inspirar em suas experiências anteriores em outras categorias que ele teve sucesso, ou algo como vimos no paddock da F1, como, por exemplo, a Mercedes, que hoje permanece como referência para todos. Pequenas mudanças que, no entanto, vão nos ajudar a avançar de forma rápida”, indicou.

 

Alonso entende que a Honda também avançou quando substituiu Yasuhisa Arai por Yusuke Hasegawa no posto de chefe da divisão para a F1. Mas o piloto entende que ainda falta muito para avançar.

 

“Digamos que, com a nova estrutura organizacional, o progresso chegou mais rápido. O novo chefe, Hasegawa, vem diretamente das competições, antes ele era engenheiro, é mais aberto às novas ideias, a uma nova filosofia. As coisas melhoraram, mas somos conscientes de que estamos há pelo menos oito meses atrasados em relação aos objetivos previstos”, cobrou.

 

Apesar de adotar um discurso que possa soar como desanimado, Alonso garante que a motivação por estar na McLaren está mais alta do que nunca. 

 

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“Realmente, é um belo desafio. Sabia que as coisas seriam difíceis ao começar do zero. Começamos desde um ponto muito baixo, porque o rendimento da unidade de potência era pouco competitivo no começo. Em termos de preparação, foram feitas muitas coisas em pouco tempo, é normal que a competitividade se veja complicada. O ano passado foi muito difícil, diria doloroso, porque na pista nos demos conta das muitas dificuldades que tínhamos. Mas a equipe, apesar dos problemas, respondeu bem e tem feito um bom trabalho”, comentou.

 

“Claro que na F1 não existe um botão mágico em que você aperta e tudo funciona. Neste ano já vimos como as coisas melhoraram, em 12 meses talvez somos a equipe que fez o maior progresso. Se alcançamos a confiabilidade, falta o rendimento, que vai chegar no ano que vem. Precisava dessa motivação depois dos anos com a Ferrari, em que estive próximo de ser campeão, ao menos duas vezes, mas sem conseguir chegar lá”, concluiu, sempre fazendo referência aos tempos em que correu na equipe italiana, entre 2010 e 2014, mas não chegou ao título.