Análise: F1 já tem jogo de forças definido no topo. Só falta saber quem fecha top-5

O desenrolar da primeira metade da temporada 2015 mostra a Mercedes nadando de braçada e rumo ao bi com tranquilidade. A Ferrari vem como segunda força, podendo ameaçar aqui e ali, enquanto Williams e Red Bull brigam pelo terceiro lugar. Assim, a grande disputa no Mundial de Construtores segue sendo pelo importante quinto lugar. E o desfecho desta briga é imprevisível

Desde o começo da nova era turbo, em 2014, a F1 disputou 29 corridas. Foram nada menos que 24 vitórias da Mercedes. Apenas Daniel Ricciardo, por três vezes no ano passado, e Sebastian Vettel, renascido com a Ferrari em 2015, conseguiram quebrar a hegemonia prateada nesse tempo. Mas está cada vez mais evidente que a supremacia do time de Brackley seguirá de forma retumbante, ao menos até o fim da temporada. Assim, apenas o imponderável, como aconteceu no último GP da Hungria, poderá entregar um vencedor que não seja Lewis Hamilton ou Nico Rosberg.

Tudo, no fim das contas, é fruto do grande investimento feito pela Mercedes desde 2012, com a reestruturação da equipe. Obviamente, é um trabalho de longo prazo. Antigo diretor-esportivo, o alemão Norbert Haug deu lugar ao jovem Toto Wolff. Outro profissional de grande gabarito, tirado a peso de ouro da McLaren, foi Paddy Lowe. E o pilar que faltava para dar outro patamar à Mercedes também veio de Woking para ocupar o lugar do lendário Michael Schumacher: Lewis Hamilton.

É com Hamilton, hoje curtindo as merecidas férias em Barbados, que a Mercedes vem desfilando seu prateado reluzente e caminha para mais um ano de glória. Rosberg vive à sombra do britânico e, apesar dos apenas 21 pontos atrás de Lewis, não dá indícios de que será um desafiante à altura. É o que mostra a primeira parte da temporada 2015 da F1. Hamilton sobrou e, aliando seu incrível talento ao carro quase imbatível, não deixou pedra sobre pedra neste primeiro semestre quase perfeito.

Nem mesmo o apagão na Hungria ofuscou o trabalho da Mercedes nesta primeira parte da temporada. A equipe alemã conquistou todas as dez poles e jamais foi ameaçada por nenhum outro time. Em corrida, a escuderia da estrela de três pontas foi superada apenas duas vezes: uma, na base de uma estratégia brilhante por parte da Ferrari, com Vettel arrancando para uma vitória épica em Sepang, e em Hungaroring, numa prova maluca em que tanto Lewis quanto Nico estiveram muito mal. Mas é pouco provável que isso aconteça novamente na sequência da temporada.

MERCEDES – 1º LUGAR, 383 PONTOS
Lewis Hamilton: 202 pontos, líder
Nico Rosberg: 181 pontos, vice-líder

Dez corridas se passaram na temporada 2015 e a Mercedes é, sim, soberana, da forma como todos esperavam. O carro não decepcionou em nenhuma oportunidade e, não fossem a atuação espetacular de Vettel na Malásia e os desempenhos pífios de Rosberg e Hamilton na Hungria, o time tinha tudo para ter dez triunfos.

A distância do carro da Mercedes de 2015 para o das demais é abissal. Tanto no chassi, quanto no motor, os prateados sobram e devem seguir firmes na frente até o fim do campeonato.

Entre os companheiros de equipe, também é possível dizer que há, até aqui, grande diferença. Que Hamilton é mais piloto que Rosberg, não se discute, mas a atitude do alemão vem decepcionando. Passivo na maior parte das vezes, Rosberg parece ainda baqueado com a perda do título de 2014 e, com exceção de poucas provas, vem sendo atropelado por Hamilton. 
 
Lewis, por sua vez, está na dele. Com apenas uma corrida muito ruim no ano, o bicampeão segue a passos largos rumo ao tri. Além de toda a vantagem na pontuação do campeonato, o britânico sobra em classificações, aplicando uma sonora goleada de 9 x 1 contra Rosberg. Um massacre.

Se a Mercedes permanece como grande força da F1, a Ferrari definitivamente se estabeleceu como o segundo melhor time do grid. Tem sido um grande ano para os comandados de Maurizio Arrivabene depois de uma terrível temporada de 2014, quando o melhor resultado foi um segundo lugar de Fernando Alonso em Hungaroring. Tudo mudou em 2015, sobretudo com a chegada de Sebastian Vettel. Até mesmo Kimi Räikkönen ganhou novo fôlego por sair da sombra do asturiano, passando a contar com o amigo alemão como companheiro de equipe.

Mas Kimi é coadjuvante. Vettel é a estrela e o principal pilar deste momento de recuperação do time ao lado de Arrivabene. Outro fator importante que contribuiu sobremaneira para o avanço da Ferrari em relação ao ano passado está no conjunto carro+motor, uma combinação que, se ainda não é capaz de fazer frente à Mercedes, ao menos consegue se colocar com consistência diante da Williams, exceção feita a traçados mais rápidos, como Montreal, Spielberg e Silverstone.

Um avanço ainda maior da Ferrari vai possibilitá-la lutar de igual para igual com a Mercedes? Não, definitivamente não, ao menos em 2015. Mas é inegável que, com os carros vermelhos mais próximos, uma nova vitória nesta temporada não será nada impossível. Mas algo nos mesmos moldes do que ocorreu na Hungria, com o improvável jogando a favor da Ferrari, ou então como na Malásia, quando a escuderia deu o pulo do gato e garantiu sua primeira vitória no ano. Vettel, como um bom guerreiro, não desiste e ainda vê o título possível.

Mas o mais realista é que, caso a normalidade prevaleça, a Ferrari siga brigando pelo degrau mais baixo do pódio nas provas que restam. Embora a Williams, com boa performance nos circuitos mais rápidos, possa atrapalhar.

FERRARI – 2º LUGAR, 236 PONTOS
Sebastian Vettel: 160 pontos, 3º
Kimi Räikkönen: 76 pontos, 5º

Se a Mercedes está destacada como a melhor do grid, a Ferrari conseguiu se estabelecer como a segunda força. Mesmo nas pistas de alta, o desempenho dos italianos não decepciona e, com Vettel no comando, a escuderia de Arrivabene já venceu duas vezes e praticamente já cumpriu as metas por lá estipuladas antes do início da temporada.

O motor Ferrari não é tão potente quanto o da Mercedes, é verdade, mas é notório que a diferença entre os dois diminuiu de 2014 para 2015. Com um chassi bastante eficiente e sem sofrer muito com problemas nos boxes ou em estratégias, a Ferrari é, hoje, a grande favorita ao vice-campeonato de Construtores.

Porém, assim como na Mercedes, a disparidade entre os companheiros de equipe impressiona. Talvez até mais do que no caso dos prateados. Räikkönen erra muito e, como Rosberg, parece cada vez mais passivo. Na contramão, Vettel vem sendo nada menos que genial. Brilhante na Malásia e na Hungria, o tetracampeão dá um verdadeiro show para aparecer, hoje, apenas 42 pontos atrás de Hamilton.

O finlandês, contudo, está em péssima fase. Bateu Vettel em apenas duas classificações e, nas corridas, também não faz muito barulho. Cada vez mais, a mudança no segundo cockpit do time de Maranello parece se tornar realidade.

E são exatamente os circuitos rápidos que vão permear o começo da segunda parte da temporada: Spa-Francorchamps, Monza e Suzuka podem ser muito favoráveis à Williams. É nisso que apostam Felipe Massa e Valtteri Bottas depois de uma performance pobre — e já esperada — em Hungaroring. Serão basicamente três oportunidades para tentar reduzir a diferença para a Ferrari, que hoje está em 85 pontos. Porém, outro desafio semelhante a Mônaco e Hungria se avizinha, o GP de Cingapura, no travado circuito de Marina Bay, reservando outro fim de semana difícil para o desempenho do FW37.

A manutenção do patamar da Williams como terceira força da F1 ainda a posiciona num lugar privilegiado. E é algo que transparece a maior lógica da categoria no que tange aos gastos quase incalculáveis que compreendem os orçamentos de Mercedes e Ferrari. Assim, a Williams, mesmo dispondo de muito menos dinheiro para empregar no desenvolvimento do seu carro, vai fazendo uma temporada pra lá de honrosa. Prova disso é o desempenho dos seus pilotos.

Tanto Bottas quanto Massa já subiram ao pódio nesta temporada, ambos aproveitando bem o melhor ritmo do carro em pistas de média/alta. Felipe, aliás, faz sua melhor primeira parte de campeonato desde 2010. E Valtteri, que já conseguiu deixar Räikkönen para trás mesmo tendo disputado uma corrida a menos em 2015, faz um ano muito sólido, acendendo o mercado da F1 para o ano que vem. Embora tente desconversar, o finlandês é cortejado pela Ferrari para assumir a vaga do compatriota Kimi em 2016.

Então, o bom desempenho de Bottas e Massa indica que, mesmo sendo superada pela Ferrari no jogo de forças da F1, a Williams definitivamente está de volta ao rol das melhores da categoria, ocupando um lugar que jamais deveria ter deixado.

WILLIAMS MERCEDES – 3º LUGAR, 151 PONTOS
Valtteri Bottas: 77 pontos, 4º
Felipe Massa: 74 pontos, 6º

 
A Williams faz campeonato bem decente. É fato que a expectativa era de ser batida apenas pela Mercedes, já que a Red Bull vinha caindo, mas não dá para dizer que o ano do time é Grove é ruim. Estabelecida como terceira força, a equipe britânica só realmente sofre nas pistas travadas.

Diferentemente do que acontece com as duas equipes que lideram o campeonato, a Williams apresenta um equilíbrio muito maior entre seus pilotos. E a disputa entre os companheiros está nivelada por cima, como evidenciam os números. Tanto Bottas quanto Massa fazem bom ano, com pouquíssimas corridas ruins.

EM CLIMA DE DIVÓRCIO, RED BULL PERDE ASAS E DESCE DOIS DEGRAUS

Analisando a temporada como um todo, a Red Bull foi quem mais perdeu em termos de performance em relação ao ano passado. Obviamente, não se coloca na mesa a McLaren neste caso, até porque o time de Woking vem passando por um processo de reestruturação que compreende o novo casamento com a Honda, e isso leva tempo para se estabelecer na F1. Falando em casamento, o da Red Bull com a Renault vai bem mal. Em clima de divórcio, a parceria que rendeu nada menos que oito títulos mundiais aos taurinos entre 2010 e 2013 já parece ter prazo de validade: o fim da temporada 2016.

Até 2013, a Red Bull era a grande força da F1 e contava com o grande poderio do motor Renault, considerado até então o melhor do grid. Mas com a adoção das novas unidades de força, tudo mudou, e para pior. Ainda assim, as três vitórias de Ricciardo em 2014 serviram como alento, mantendo a equipe em um bom segundo lugar no Mundial. Mas neste novo ano, graças ao avanço da Ferrari, o time de Milton Keynes despencou dois degraus e agora ocupa o quarto lugar nos Construtores.

Apesar da grande e surpreendente performance de Daniil Kvyat e Ricciardo no último GP da Hungria, parece improvável que a Red Bull tenha condições reais de brigar com a Williams pelo terceiro lugar. 55 pontos separam os dois times. Mas de forma oposta ao time britânico, a Red Bull tem como seu ponto fraco justamente os circuitos mais rápidos, de modo que já são esperadas muitas dificuldades a partir do GP da Bélgica.

Depois desta primeira parte da temporada, a Red Bull ocupa um pelotão único: não aparenta ter condições de fazer frente às três melhores equipes do campeonato, mas também está num patamar bastante superior em relação ao embolado grupo que luta pelo posto de quinta melhor equipe da F1. No que tange ao Mundial dos Construtores, esta parece ser a principal batalha reservada para o segundo semestre do calendário, com nada menos que cinco times brigando pela última vaga no top-5 e, de quebra, por muitos milhões de euros a mais nos cofres.

RED BULL RENAULT – 4º LUGAR, 96 PONTOS
Daniel Ricciardo: 74 pontos, 7º
Daniil Kvyat: 51 pontos, 8º

Nem o melhor chassi do mundo conseguiria ter sucesso com os motores Renault em 2015. A situação piora quando os chassis da Red Bull não são os melhores do grid e a realidade dos austríacos é brigar para seguir sendo a quarta força.

A Mercedes é inalcançável, enquanto a Ferrari também parece estar léguas distantes. A Williams, por sua vez, é quem pode ser batida pela Red Bull nos circuitos travados. Em pistas de alta, Kvyat e Ricciardo precisam se cuidar para que Force India e Lotus não os alcancem.

Grande destaque da temporada 2014, Ricciardo vem sofrendo para manter o padrão do desempenho do ano passado neste ano. Com um carro muito inferior, o australiano vive de altos e baixos, ainda que em provas como o GP da Hungria, mostre porque é um grande piloto.

Parceiro de Ricciardo, o jovem Kvyat parece estar com postura muito diferente da apresentada nos tempos de Toro Rosso. Aparentemente resignado com as limitações do carro, o russo procura se manter longe das confusões e, assim, somar pontos importantes para o time. 

CINCO EQUIPES E UM (IMPREVISÍVEL) DESTINO

Ao fim da temporada 2014, Mercedes, Red Bull, Williams e Ferrari ocuparam as quatro primeiras posições do Mundial de Construtores. A lista das equipes permanece nesta primeira fase de 2015, com a Ferrari ganhando duas posições e a Red Bull descendo dois degraus. A quinta colocada do ano passado foi a McLaren, seguida de perto pela Force India. Muito, mas muito mais atrás terminaram, pela ordem, Lotus e Toro Rosso. Até mesmo a Marussia, graças ao feito do saudoso Jules Bianchi, pontuou, enquanto a Sauber terminou zerada.

A diferença na luta pelo top-5 é que em 2015 essa briga está muito mais equilibrada, graças a muitos aspectos: primeiro, por conta da reestruturação da McLaren, já citada logo acima. A parceria com a Honda vem apresentando lentamente seus resultados e segue em evolução rápida depois de um começo terrível de campeonato. Mas o fato é que, especialmente, Force India, Lotus e Toro Rosso estão bem próximas, de modo que é impossível prever quem levará a melhor ao fim de 2015.

A Sauber, por todas as dificuldades no desenvolvimento do seu C34, parece ter ficado para trás. O grande momento do time de Hinwil foi o GP da Austrália. Ainda que esvaziado, o desfecho da corrida em Melbourne foi de muito brilho por parte de Felipe Nasr, que logo de cara garantiu um quinto lugar e, de quebra, pontos preciosos para sua equipe. Mas a Sauber não parece ter fôlego para acompanhar as adversárias por uma vaga no top-5. Mesmo a McLaren, claudicante em boa parte do campeonato, apresenta mais gás para tentar repetir o quinto lugar de 2014.

SAUBER FERRARI – 8º LUGAR, 21 PONTOS
Felipe Nasr: 16 pontos, 12º
Marcus Ericsson: seis pontos, 18º

A Sauber deixa muito a desejar com seu carro para 2015. Melhor do que o de 2014, diga-se, mas ainda muito abaixo da história da equipe suíça. Ter marcado 22 pontos até a metade do campeonato é, de certa forma, um bom resultado, analisando as limitações do bólido.

Com o crescimento claro da McLaren Honda e com a Toro Rosso podendo fazer muito mais — especialmente em circuitos travados —, a Sauber deve se contentar em bater a Marussia.

Nasr faz um bom ano de estreia na principal categoria do automobilismo mundial. Claro que o quinto lugar na Austrália é um padrão impossível de ser mantido nas demais provas, mas a temporada do brasileiro é bastante segura e com margem de erro bem pequena.

Ericsson, por sua vez, segue deixando muito a desejar. Ainda que tenha batido Nasr em algumas oportunidades, especialmente em resultado de corrida o sueco deve demais em relação ao piloto brasileiro.

Se a Sauber parece carta fora do baralho nesta briga e a McLaren corre por fora, Force India, Toro Rosso e Lotus tem seus prós e contras nesta batalha que compreende prestígio pelo quinto lugar e muito dinheiro vindo da premiação por parte da FOM.

A Force India luta para terminar o Mundial na sua melhor colocação desde que estreou na F1, em 2008. Sua dupla é das melhores. Sergio ‘Checo’ Pérez e Nico Hülkenberg apresentaram ótimo trabalho mesmo quando o carro ainda tinha a especificação antiga, uma vez que o novo modelo só fez sua estreia em Silverstone. O time vem pontuado aqui e ali, mas tem de lidar com altos e baixos, como aconteceu na Hungria, onde o carro se mostrou forte, mas seus pilotos enfrentaram quebras ao longo de todo o fim de semana.

Na semana passada, Bob Fernley estabeleceu uma meta ousada ao mirar o quarto lugar no Mundial, superando a Red Bull. Pode até parecer meio pretensioso, mas sonhar não custa nada.

FORCE INDIA MERCEDES – 5º LUGAR, 39 PONTOS
Nico Hülkenberg: 24 pontos, 9º
Sergio Pérez: 15 pontos, 13º

A Force India é uma das grandes vencedoras da primeira metade da temporada 2015 da F1. Em meio a uma crise financeira seríssima, o time indiano atrasou muito o lançamento de seu carro e, até Silverstone, correu com um bólido adaptado ao regulamento deste ano.

Ainda assim, com todos os problemas, a Force India conseguiu se manter entre as primeiras colocadas e, agora, com o carro B, tem tudo para se firmar como a melhor do ‘resto’. Em boa parte dos pontos conquistados até o GP da Inglaterra, é bom dizer, méritos totais para a dupla de pilotos formada pelo excelente Hülk e pelo arrojado Checo, com alguns degraus mais abaixo em relação ao alemão.

Candidato a uma vaga na Williams em 2015 — ou até na Ferrari, ainda que sua nacionalidade atrapalhe —, Hülkenberg é, indiscutivelmente, um dos grandes da sua geração. Com talento de sobra, o tedesco faz mais um bom ano, muito por conta da incrível vitória nas 24 Horas de Le Mans com a Porsche. 

De qualquer forma, é mais uma evidência de que é a Force India quem indica ter o melhor pacote no seu confronto direto com as rivais Toro Rosso e Lotus. Aos taurinos, o trunfo é um carro que se porta muito bem em todo tipo de circuito. O equilibrado STR10, cujo projeto é liderado pelo novo ‘mago’ James Key, vez ou outra coloca os jovens Max Verstappen e Carlos Sainz Jr. em condições de marcar pontos importantes.

Assim, não é nada improvável que o time de Faenza consiga cumprir com os objetivos ousados traçados por Franz Tost no começo da temporada, o de colocar a Toro Rosso como a quinta colocada do Mundial.

TORO ROSSO RENAULT – 7º LUGAR, 31 PONTOS
Max Verstappen: 22 pontos, 11º
Carlos Sainz Jr.: nove pontos, 16º

A Toro Rosso é um dos times que mais devem sofrer para cumprir a meta estipulada no começo do ano. Analisando friamente nesta metade de ano, bater Lotus e Force India não vai ser nada fácil para os de Faenza.

Se o carro peca muito, especialmente em confiabilidade, a dupla de pilotos da Toro Rosso passa excelente impressão. De um lado, o ousadíssimo Verstappen, do outro, o muito maduro Sainz. Quem mais sorri é a Red Bull, que vê grande futuro em seus próximos pilotos.

Na tabela do Mundial, Verstappen tem mais que o dobro de pontos de Sainz, mas isso não reflete o real desempenho do espanhol, que vem sofrendo demais com os problemas de confiabilidade no motor Renault.

A Lotus, por sua vez, é uma incógnita. Com exceção dos treinos livres e classificação do GP do Canadá, não consegue encher os olhos, apesar de contar com o motor Mercedes, o mesmo que empurra a Force India. Além disso, o time aurinegro também sofre com a inconstância dos seus pilotos. É bem verdade que Romain Grosjean vem conseguindo acumular pontos preciosos, mas também é fato que o franco-suíço poderia ter mais que seus 23 pontos conquistados até agora.

Pior é Pastor Maldonado. ‘Marcado’ pelos comissários de prova, o venezuelano sofre com as constantes punições e, além disso, peca pelo excesso de ímpeto, e isso já lhe custou muitos bons resultados no ano. Com apenas 12 pontos — sétimo no Canadá e também na Áustria —, o sul-americano pode ser o grande calcanhar de Aquiles da Lotus na briga pelo quinto lugar.

LOTUS MERCEDES – 6º LUGAR, 35 PONTOS
Romain Grosjean: 23 pontos, 10º
Pastor Maldonado: 12 pontos, 14
º

Com um bom carro, a Lotus poderia sonhar até em incomodar a Red Bull pelo quarto lugar. Porém, a quantidade absurda de erros e corridas comprometidas por Maldonado faz o time depender muito de Grosjean.

O motor Mercedes ajuda, o carro é bem melhor que o de 2014, mas ainda falta uma sequência de bons resultados para o time. Grosjean tem uma impressionante vantagem de 9 a 1 contra Maldonado em classificações e, nos pontos, a distância também é grande.

Não falta potencial à dupla, mas a Lotus carece mesmo de regularidade e consistência.

A luta genuína pelo top-5 da F1 parecia restrita a três equipes, mas a McLaren jamais pode ser descartada. Prova disso foi o quinto lugar conquistado por Fernando Alonso na Hungria. Claro, é muito pouco perto da laureada trajetória do time de Woking na F1, mas muito significativo depois do pior começo de temporada da história da equipe. Depois de tantas dificuldades, fechar a primeira metade do campeonato com 17 pontos parece algo alentador.

E com a evolução prometida da Honda para o motor, o que pode ser crucial em Spa e Monza, a McLaren pode ter as credenciais para entrar de vez na briga e ainda salvar um ano que parecia perdido ao pelo menos manter a posição obtida em 2014. Material humano não falta, já que a dupla formada por Alonso e Jenson Button é uma das melhores e mais equilibradas de toda a F1.

McLAREN HONDA –9º LUGAR, 17 PONTOS
Fernando Alonso: 11 pontos, 15º
Jenson Button: seis pontos, 17º

A parte final da primeira metade do campeonato foi animadora para a McLaren. Reduzindo muito o número de abandonos, a equipe conseguiu marcar importantes pontos e, mantendo a curva ascendente, pode cutucar Lotus, Toro Rosso e Force India.

A dupla de pilotos dispensa apresentação. Tanto Button quanto Alonso são experientes e talentosos o bastante para comandarem a nova fase do relacionamento entre McLaren e Honda.

É esperar e ver como será o comportamento de Alonso no segundo semestre, já que o asturiano vem de um quinto lugar na Hungria. Animado e com a motivação lá em cima, o bicampeão pode ser muito perigoso para seus rivais.

NA RABEIRA, A CORRIDA É PELA HONRA E EM MEMÓRIA DE BIANCHI

A Manor Marussia disputa uma categoria à parte nesta temporada 2015 da F1. Com carro e motor defasado, não há muito que se esperar em termos de resultados relevantes neste ano. Tanto que Graeme Lowdon já disse que trabalha no desenvolvimento do modelo de 2016, concentrando o trabalho do time em não ficar para trás no confronto com a futura nova equipe da F1, a norte-americana Haas. Sem muitas condições técnicas de fazer bonito, o time britânico corre mesmo é pela honra e também, mais do que nunca, em memória de Jules Bianchi, talvez o grande responsável pela sobrevida da escuderia até agora.

O inacreditável feito do francês no GP de Mônaco de 2014, quando terminou em nono lugar, rendeu à Manor uma quantia de R$ 146 milhões, dinheiro fundamental para a sobrevivência da equipe neste ano. Mas sobreviver é uma coisa, ser competitivo é algo totalmente diferente.

Em várias oportunidades, Will Stevens e Roberto Merhi realizaram tempos em ritmo de classificação piores em relação à GP2. E mesmo que haja alguma melhora e que os bons ventos da sorte soprem a favor, ainda que isso seja improvável, não há nenhum indício de que o quadro atual vai mudar. Para a Manor, 2016 já começou.

MANOR MARUSSIA FERRARI – 10º LUGAR, sem pontos
Roberto Merhi: sem pontos, 19º
Will Stevens: sem pontos, 20º

A temporada 2015 da Manor Marussia já acabou — ou sequer começou. Com um carro com desempenho pífio e inferior a muitos do gri da GP2, o time só pontuará novamente com uma sucessão de milagres.

É difícil medir o potencial da jovem dupla de pilotos com um carro defasado e tão ruim. Mas no confronto direto, o britânico se apresenta com alguma vantagem perante Merhi, que sequer vem conseguindo fazer uma boa temporada na World Series.

Assim, Merhi e Stevens não fazem nada que mereça algum destaque relevante. Medianos, ambos vivem apenas da disputa interna e nada mais, já que a McLaren já fugiu da rabeira e almeja subir no bloco intermediário da F1.

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