Ano de uma equipe só, 2014 teve bi de Hamilton, Mercedes recordista, primeiras vitórias de Ricciardo e Massa na pole
As 11 vitórias de Lewis Hamilton; os cinco triunfos de Nico Rosberg, que ainda assim levou a disputa até a última prova; as vezes em que Daniel Ricciardo desbancou as Flechas Prateadas; a pole-position de Felipe Massa no GP da Áustria; os acidentes e mais: a RETROSPECTIVA 2014 do GRANDE PRÊMIO leva você de volta a tudo o que aconteceu na temporada do Mundial de F1
Em uma corrida que começou mostrando que a Mercedes era falível, Nico Rosberg venceu de ponta a ponta e Lewis Hamilton abandonou ainda nas voltas iniciais com uma falha em um cilindro. A corrida também propiciou a primeira polêmica da temporada: a Red Bull teve Daniel Ricciardo desclassificado pelo desrespeito ao fluxo de combustível de 100 kg/h. O caso do fluxômetro. Assim, o australiano perdeu o segundo lugar conquistado em casa para Kevin Magnussen, e Jenson Button foi ao pódio em terceiro. Foi o fim de um jejum de 19 corridas sem pódio da McLaren. A Williams mostrou seu bom potencial, mas não foi nem um pouco ajudada por Kamui Kobayashi, que tirou Felipe Massa da prova na largada ao se ver sem freios. Ao todo, 13 carros cruzaram a linha de chegada na estreia dos motores V6 turbo na F1, esfriando um pouco o temor de que teria gente pontuando mesmo sem ver a bandeirada devido à falta de confiabilidade das novas unidades de força. (Foto: Getty Images)
Lewis Hamilton, feliz da vida, comemora primeira vitória na Malásia. O inglês largou na pole-position e dominou a prova, vencendo com facilidade pela 23ª vez na carreira. Essa foi a primeira dobradinha da Mercedes na F1 desde os tempos de Juan Manuel Fangio e Stirling Moss, na década de 1950, e Sebastian Vettel completou o pódio. A polêmica da vez ficou a cargo da Williams, que deu uma ordem para que Massa deixasse Valtteri Bottas passar imaginando que o finlandês teria mais chances de atacar Jenson Button pela sexta posição. O brasileiro não acatou e ficou mesmo em sétimo até a bandeirada. Depois, o time admitiu que agiu mal naquela situação (Foto: Getty Images)
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Na melhor corrida do ano, Nico Rosberg tentou de todas as formas abrir caminho sobre Lewis Hamilton. Depois de perder a liderança na largada, o alemão deu início à perseguição. Tentou uma manobra antes do primeiro pit-stop, mas levou o X. Seguiu colado e, no trecho final da disputa, viu-se em uma ótima situação ao relargar imediatamente atrás do companheiro de equipe. Mas Hamilton não aliviou e, dando uma aula de direção defensiva, venceu. Atrás deles, as brigas foram igualmente espetaculares. A Williams deveria ter ido ao pódio pela primeira vez, mas o SC complicou sua estratégia de três paradas, e assim foi Sergio Pérez quem fechou no terceiro posto. (Foto: Getty Images)
Na China, Rosberg nem teve o que fazer. Mais uma vez perdeu posições no início da prova e, enquanto se recuperava, Hamilton disparava rumo à vitória. Fernando Alonso foi muito bem e garantiu o terceiro lugar para a Ferrari — até aquele momento, o espanhol fora o adversário que mais perto chegara da Mercedes em uma corrida. (Foto: Getty Images)
De novo, uma batalha exclusiva entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg, que já foi extremamente interessante no treino classificatório. Rosberg não deu conta de superar o inglês, mas estava claro que o alemão obrigava Lewis a elevar o nível e tirar o máximo de si para garantir a primeira posição. Não era uma disputa fácil entre os dois. Na corrida, Rosberg mais uma vez tentou usar uma estratégia diferente, mas não deu conta de atacar com a mesma intensidade do Bahrein e teve de se contentar com o segundo lugar. Daniel Ricciardo, terceiro no grid, dessa vez foi ao pódio e levou o troféu para casa. Já Felipe Massa fez sua pior prova do ano, sofrendo com o desgaste de pneus (Foto: Getty Images)
Antes de falar do primeiro momento de grande tensão do ano, vale a pena prestar tributo a Jules Bianchi. Nono colocado no GP de Mônaco, o francês deu à Marussia os dois pontos da passagem da equipe pela F1, que durou pouco menos de cinco temporadas. O resultado foi motivo de muita festa no paddock de Monte Carlo. Na dianteira, Nico Rosberg causou ao sair da pista — intencionalmente ou não — no fim do Q3 e impedir a última volta rápida de Hamilton. Pole-position, segurou a ponta do início ao fim para vencer pela segunda vez seguida no Principado. Mas o polêmico lance do sábado arranhou a boa relação que a dupla da Mercedes tinha até então. (Foto: Marussia)
Daniel, o cara. Só ele deu conta de derrotar a Mercedes em 2014. A primeira vez foi no Canadá, onde as Flechas Prateadas sofreram com falhas nos freios dos dois carros. Hamilton abandonou e Rosberg foi se arrastando até ser ultrapassado na 68ª das 70 voltas por Ricciardo. O alemão resistiu a Sebastian Vettel e foi segundo. Felipe Massa tinha tudo para chegar em quarto, mas foi acertado por Sergio Pérez no início da última volta em um fortíssimo acidente. O mexicano acabou punido pelo lance. (Foto: Getty Images)
Na Áustria, a grande sensação foi a Williams, que superou a Mercedes na tarde de sábado e conquistou a primeira fila do grid de largada. Felipe Massa voltou a fazer uma pole-position depois de seis anos, porém a equipe inglesa não teve pique para segurar a Mercedes na corrida. Já após o primeiro pit-stop, o brasileiro estava longe da liderança e atrás até mesmo de Valtteri Bottas, com erros que a Williams considerou "decepcionantes". Rosberg venceu e Hamilton chegou em segundo lugar. Bottas foi ao primeiro pódio da Williams desde 2012 ao ser terceiro. (Foto: Getty Images)
A quinta vitória de Hamilton na temporada veio após uma longa espera. Na largada, o forte acidente de Kimi Räikkönen danificou um guard-rail e obrigou o resto do grid a esperar uma hora para poder retomar a disputa. Massa acabou coletado inocentemente por Kimi e também abandonou. Após a relargada, Rosberg liderava enquanto Hamilton se recuperava da ruim sexta posição no grid de largada. O inglês tinha tudo para vencer, mas o caminho ficou livre com a quebra da caixa de câmbio da outra Mercedes. O campeonato estava equilibrado outra vez. Valtteri Bottas e Daniel Ricciardo completaram o pódio, e Sebastian Vettel e Fernando Alonso protagonizaram um ótimo duelo recheado de mensagens e reclamações via rádio — puro mimimi. Vettel levou a melhor, mas a manobra mais bonita foi executada pelo espanhol, por fora na curva Copse. (Foto: Getty Images)
Assim como no GP do Canadá, Daniel Ricciardo fez duas ultrapassagens nas voltas finais para saltar de terceiro a primeiro e vencer o GP da Hungria. A manobra sobre Hamilton, diga-se, foi sensacional, por fora na curva 2 do Hungaroring. O australiano se colocou na luta pela vitória devido à chuva e à sorte: Rosberg e outros três pilotos já tinham passado da entrada dos boxes quando o safety-car foi acionado no início da prova e tiveram de esperar para trocar pneus. Aquilo embaralhou a ordem da prova e permitiu, também, que Hamilton fizesse grande corrida de recuperação para chegar em terceiro lugar após largar dos boxes por conta de um incêndio no carro na classificação. Alonso foi ao pódio pela última vez com a Ferrari. O GP também viu mais polêmica dentro da Mercedes: a equipe pediu para Hamilton ceder passagem para Rosberg, em uma estratégia diferente, poder lutar pela vitória. Pensando no campeonato, o inglês desobedeceu e ficou mesmo à frente do alemão, que terminou em quarto. Reunião depois da corrida estabeleceu que as ordens de equipe deveriam ser cumpridas dali em diante, ainda que o time tenha admitido certa afobação naquela tarde. (Foto: Mercedes)
O toque entre Hamilton e Rosberg na Bélgica foi uma das imagens mais marcantes do ano do automobilismo. Na segunda volta do GP da Bélgica, Rosberg tentou dar o troco para recuperar a liderança perdida na largada e tentou a ultrapassagem. Hamilton fechou a porta e acabou tocado pelo companheiro de equipe. A asa do carro #6 cortou o pneu do #44 e estragou ali a prova de Lewis. Nico teve a chance de seguir na prova e completar em segundo, abrindo mais 18 pontos e levando a diferença para 29. Na corrida em que a Williams deveria ter se colocado na luta pela vitória após o fracasso da Mercedes, Ricciardo aproveitou um pacote de baixíssimo downforce preparado por Adrian Newey e deu à Red Bull a terceira vitória do ano. Bottas foi terceiro, e Massa não pontuou porque um pedaço do pneu de Hamilton ficou preso no assoalho do seu carro por mais da metade da prova. Depois da corrida, a Mercedes se reuniu na fábrica de Brackley e decidiu manter seus pilotos livres para brigarem pelo título, mas multou Rosberg em uma quantia de seis dígitos, de acordo com a imprensa inglesa. (Foto: AP)
O controle de largada de Lewis Hamilton não funcionou no GP da Itália, e o pole-position caiu para a quarta colocação. Só que Nico Rosberg não tinha um bom ritmo em Monza e não abriu o bastante enquanto o inglês tentava se livrar de Kevin Magnussen e Felipe Massa. Ainda errou no fim da reta dos boxes e cortou a primeira chicane. Resultado: na nona volta, Lewis estava em segundo e partindo para cima de Rosberg, que cometeu na 29ª volta mais um erro e foi reto outra vez no fim da reta. Hamilton, que acabara de ouvir o engenheiro pedindo para ele aliviar, induzira Rosberg ao erro para dar início a uma nova sequência de vitórias e ter algo para comemorar após toda a polêmica de Spa. Felipe Massa foi muito bem, chegou em terceiro e subiu ao pódio pela primeira vez com a Wiliams, pondo fim a uma seca de mais de um ano. (Foto: Getty Images)
A aproximação de um tufão, o horário tardio da largada, a previsão de chuvas fortes, a recusa em antecipar a prova. Uma série de atitudes duvidosas marcou a semana do GP do Japão, e todas elas contribuíram para a maior tragédia dos últimos 20 anos na categoria. Na pista, Hamilton fez uma ultrapassagem de classe sobre Rosberg na 29ª volta para assumir a dianteira e vencer a terceira seguida. Porém, nada disso importava muito depois que Jules Bianchi saiu da pista e acertou o trator que removia o carro de Adrian Sutil. O impacto provocou no francês uma lesão axonal difusa. Mais de dois meses depois, o piloto segue em estado crítico e ainda não recuperou a consciência. Ele está internado em um hospital em Nice. (Foto: AFP)
Hamilton recebeu o troféu das mãos do presidente da Rússia, o controverso Vladimir Putin, após ganhar a 16ª etapa do campeonato. A nona vitória do inglês foi fácil: Rosberg tentou ultrapassá-lo na largada, passou do ponto e foi reto. Com os pneus estragados pela travada de roda, precisou ir aos boxes ao final da primeira volta para mudar para um jogo de 'primes'. Após isso, recuperou-se até chegar em segundo. A dobradinha assegurou o título do Mundial de Construtores para a Mercedes, o primeiro da montadora na F1, cinco anos depois de assumir o espólio da Brawn GP. O pódio foi completado por Valtteri Bottas. Mas a corrida foi tão chata que o papo de Putin com Bernie Ecclestone chamou mais a atenção nas voltas finais. (Foto: AP)
Com dificuldades para encontrar o ritmo ideal, Nico Rosberg não se livrou de Lewis Hamilton mesmo tendo largado da pole-position. Até que, na 24ª volta, confundiu-se na hora de mudar o modo do ERS para usar a potência extra para se defender na grande reta do Circuito das Américas. Hamilton, que vinha rápido, aproximou-se o bastante para se atirar na freada e, por milímetros, ficar com a preferência da curva. Na frente, disparou para a vitória. Mais atrás, Felipe Massa estava em terceiro lugar, mas a Williams levou um drible daqueles da Red Bull na estratégia e no trabalho nos boxes e amargou mais um pódio de Daniel Ricciardo. (Foto: Getty Images)
Nico Rosberg dessa vez fez a pole e não entregou a paçoca para Lewis Hamilton. Em primeiro lugar, foi apenas administrando a situação. Talvez tivesse perdido, não fosse uma rodada de Hamilton no fim do primeiro stint, com os pneus acabados. Ele se recuperou volta a volta e alcançou o companheiro de equipe, mas não viu nenhuma brecha para arriscar uma ultrapassagem. Em segundo lugar, viu a disputa pelo título ficar mais viva para Abu Dhabi: 17 pontos separavam os dois. Felipe Massa foi terceiro, subindo ao pódio pela quinta vez no GP do Brasil mesmo após dois erros nos boxes: primeiro, excedeu o limite de velocidade; mais tarde, parou no pit da McLaren em vez do da Williams. Mas acontece. Depois da corrida, a festa foi bonita em Interlagos com uma invasão não-autorizada, mas pacífica da pista. Acabou que um alicate foi parar na mão de Niki Lauda! (Foto: AP)
Em Abu Dhabi, mais uma vez, Nico Rosberg fez a pole, mas foi difícil ir além disso. Primeiro, fez uma largada ruim e perdeu a ponta para Hamilton. No decorrer da prova, o ERS do #6 falhou. Com menos potência, ficou impossível seguir até mesmo na briga pelos pontos. O alemão foi caindo, caindo, caindo, caindo e caindo. Massa logo o passou e partiu à caça de Hamilton, enquanto Nico já estava fora do top-5 que eventualmente podia lhe garantir o título. Hamilton, nas voltas finais, tirou tempo dos bolsos para administrar a liderança e conquistar o bicampeonato com vitória. Massa, em sua melhor corrida em anos, chegou em segundo lugar, e Bottas completou o primeiro pódio duplo da Williams em nove anos. E o ano que começou com polêmica para a Red Bull terminou da mesma forma: no sábado, a equipe foi desclassificada do treino classificatório por usar um aerofólio dianteiro flexível. Ainda assim, Ricciardo foi bem e se despediu de 2014 em quarto. (Foto: Getty Images)