Após acidente, Alonso compara McLaren de hoje à primeira passagem em 2007 e diz: “É uma equipe muito mais humana”

O ano era 2007. Único piloto a superar o lendário Michael Schumacher na década, Fernando Alonso, após conquistar o bicampeonato mundial como piloto da Renault, assinou com a McLaren a peso de ouro e se transferiu para Woking levando o #1. Alonso formou dupla com o então novato Lewis Hamilton. Mas mesmo em um ano de muitas vitórias, o que mais marcou para o espanhol foi a rivalidade travada com o jovem britânico e a guerra de bastidores com Ron Dennis. Praticamente defenestrado, Fernando deixou o time no fim daquele ano e retornou para a Renault, tendo principalmente Dennis como seu desafeto. No ano seguinte, Hamilton chegou ao topo da F1 pela primeira vez.

 

Depois de oito anos, Alonso, fora da Ferrari após cumprir um ciclo de cinco temporadas, voltou à McLaren como principal referência de pista e como o maior salário da F1, sendo responsável por liderar o projeto em conjunto com a Honda, que voltava ao Mundial como fornecedora de motores em 2015. Um ano difícil, marcado por muitas quebras e poucos resultados — o melhor foi logrado pelo espanhol no GP da Hungria, sendo quinto lugar.

Mas mesmo depois de um ano cercado de dificuldades e, sobretudo, após o grave acidente sofrido durante a disputa do GP da Austrália, Alonso notou uma qualidade bem distinta em relação à McLaren da sua primeira passagem.

 

Em entrevista à rádio espanhola ‘Cope’ na última segunda-feira (21), um dia após ‘nascer de novo’ e sobreviver ao acidente pavoroso em Melbourne, Alonso foi questionado se Ron Dennis, seu outrora desafeto naquela época, é hoje mais humano. Mas Fernando estendeu sua avaliação à McLaren como um todo.

 

“Sim, a equipe é muito mais humana, muito mais jovem do que a que tínhamos em 2007. É algo que já percebi desde o ano passado. É uma equipe que me mandou mensagens durante todo o dia para ver como estava depois do acidente, e hoje também, para ver se estou melhor, para ver como fazemos para melhorar o carro, com o que estou de acordo e não, como e quando introduzir novas peças no carro…”, comentou o piloto de 34 anos.

A respeito da sequência do seu trabalho com a McLaren neste ano, Alonso se mostrou confiante. “Creio que temos ideias muito boas, acho que temos a capacidade de sermos rápidos num tempo relativamente curto, e é preciso fazer um esforço enorme da parte da fábrica, de recursos, das pessoas, para que nos próximos meses possamos dar um passo importante”, acrescentou.

 

Alonso voltou a falar que se mostrou surpreso positivamente com a performance da McLaren em Melborune. Durante boa parte da sua curta participação no GP da Austrália, Fernando andou de forma consistente no rol dos dez primeiros colocados.

 

“O carro é bom. Ainda há algumas coisas para fazer, temos trabalho para fazer, o que é óbvio, já que estamos longe de estarmos no pódio e de conseguir vitórias, mas tivemos um bom fim de semana, muito positivo, onde encontramos respostas muito boas, e o carro, um pouco mais competitivo do que esperávamos depois dos testes de Barcelona. Fizemos em um fim de semana o mesmo que fizemos em toda a pré-temporada. Estou à vontade e estou mais otimista do que quando terminei os testes”, finalizou.

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