Após fim da parceria com Red Bull, chefe da Renault fala em melhora: “Vamos fazer de tudo para que se arrependam”

Depois de meses de especulação a respeito dos motores a serem utilizados no ano que vem, a Red Bull finalmente anunciou, na manhã desta terça-feira (19), que assinou com a Honda em um contrato de dois anos na F1. Sem demonstrar surpresa com a decisão, a Renault espera melhorar ainda este ano as suas unidades de potência e fala em fazer a equipe taurina ‘se arrepender da decisão”.

 

Cyril Abiteboul, diretor da Renault, respondeu ao anúncio dizendo que a fabricante estava disposta a mostrar progresso o suficiente para fazer com que a Red Bull repense na sua escolha para as próximas duas temporadas. 

 

"Vamos fazer de tudo para que se arrependam. O que quero dizer com isso é simplesmente fazer o melhor que pudermos em pista, com o nosso próprio time sob nossas próprias cores. Estou muito entusiasmado com a melhoria de desempenho que está por vir, em particular com o Spec C, que vamos apresentar mais tarde nesta temporada”, afirmou ao site ‘Motorsport.com’.

"Neste momento, não há razão para pensar que a Red Bull não a receberá [atualização], embora ainda não tenhamos confirmado os detalhes do plano de alocação de motor, mas espero que façamos com que eles se arrependam", completou Abiteboul. 

 

O chefe da Renault disse ainda que não se surpreendeu com a opção da Red Bull pela Honda. O francês pontuou que a equipe já dava indícios de não querer continuar na parceria desde o ano passado.

 

"Isso foi por conta da rescisão da Toro Rosso no final de 2017 e o término do contrato da Red Bull no final de 2018, apesar de a Red Bull ter pedido para ser um pouco mais vaga sobre o assunto. Isso foi em uma direção diferente quando a Red Bull nos pediu uma oferta, já que havia um pouco de indecisão sobre qual caminho seguir. Para nós, é mais uma confirmação do que estava no ar, e que também é uma decisão estratégica e comercial mais do que uma decisão puramente técnica ou esportiva da Red Bull", completou.

A relação de trabalho com a Honda aliada ao potencial benefício financeiro também teriam sido motivos que levaram a Red Bull a fechar o acordo, segundo o chefe da Renault.

 

“Não poderia ser com a Renault, tinha que ser com outra entidade e eles encontraram na Honda uma combinação perfeita. E há uma série de coisas que não poderíamos oferecer, como suporte financeiro, acesso a instalações centrais. Porque nossa prioridade e foco estão na consolidação do desempenho do Renault Sport F1".

 

Era esperado que a Red Bull anunciasse sua escolha apenas no GP da Áustria, no dia 1º de julho. Para a Renault, que já pressionava o time taurino por uma decisão, a espera poderia ser prejudicial, já que precisavam planejar suas atualizações e desenvolvimento para este ano e para o próximo. 

 

"Era importante para nós obtermos clareza de seus planos para o próximo ano, para que pudéssemos tomar as medidas adequadas. Da mesma forma, se eles não estivessem indo para outro lugar, poderíamos mudar um pouco a forma como estávamos trabalhando juntos pelo restante da temporada e pela preparação da próxima temporada. Então, havia vários fatores que exigiam alguma clareza e, se tem alguma coisa pela qual gostaria de agradecê-los é por perceberem que não adiantava atrasar uma decisão”, encerrou.