Boullier pede demissão como diretor de corridas e deixa McLaren. E De Ferran assume como novo diretor esportivo
Bastante criticado pela sua atuação à frente da McLaren, Éric Boullier pediu demissão do posto de diretor de corridas. A escuderia britânica fez o anúncio na manhã desta quarta-feira na esteira de uma reestruturação técnica. Agora, Gil De Ferran assume oficialmente como diretor esportivo, enquanto o engenheiro italiano Andrea Stella foi nomeado como novo diretor de performance
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Fim da linha para Éric Boullier. O engenheiro francês de 44 anos, que assumiu há quatro o cargo de diretor de corridas e, na prática, o posto de chefe de equipe da McLaren, deixou a escuderia britânica em anúncio oficializado na manhã desta quarta-feira (4). A saída de Boullier se dá com efeito imediato, como dizem os britânicos, e vem na esteira de uma grande reformulação técnica promovida por Zak Brown, CEO e diretor-executivo da McLaren. A grande novidade é a oficialização de Gil de Ferran como novo diretor esportivo, enquanto o engenheiro italiano Andrea Stella, trazido por Fernando Alonso para a McLaren, vai assumir o cargo de diretor de performance.
Falta de resultados e chocolate como recompensa: a derrocada de Boullier
Em 29 de janeiro de 2014, cinco dias depois de ter anunciado sua saída do posto de chefe de equipe da Lotus — que dois anos depois foi adquirida pela Renault —, Boullier era confirmado como novo diretor de corridas da McLaren, sendo subordinado diretamente ao então chefão Ron Dennis. O francês assumia com o desafio de liderar a equipe em um árduo ano de transição, uma vez que 2014 era o último ano de uma parceria vitoriosa com a Mercedes para, a partir de 2015, ser a parceira da Honda, que voltava ao grid da F1 como fornecedora de motores.
No entanto, mesmo em 2014, quando ainda tinha o melhor motor da F1 no começo da nova 'Era Turbo', a McLaren capengou em termos de resultados, faturando apenas um pódio, com Kevin Magnussen e Jenson Button no GP da Austrália — pódio este que é, até agora, o último conquistado pela McLaren. Desde então, a equipe acumulou uma série de insucessos, mas com a esperança de que a temporada seguinte fosse de redenção graças a reedição de um casamento histórico.
Veio 2015, um ano desastroso para a McLaren e também para a Honda, que não mostrava estar preparada para voltar à F1. Mesmo tendo como grande estrela Fernando Alonso, que voltava a Woking depois de correr por cinco anos na Ferrari, os resultados não vieram. A McLaren deixou de ser exaltada pelos seus feitos e virou motivo de chacota com inúmeras quebras de motor e queixas do seu grande astro. Impossível não citar o "motor de GP2" proferido por Fernando no GP do Japão daquela temporada, em plena casa da Honda. Ao fim do ano, a McLaren ficou em nono lugar no Mundial de Construtores e só somou 27 pontos, ficando à frente apenas da Marussia, que zerou.
2016 apresentou alguma melhora no pacote técnico da equipe, o que proporcionou animadores resultados, a ponto de a McLaren dar um salto considerável no Mundial de Construtores e terminar em sexto lugar, com 76 pontos. Mas as queixas, principalmente da parte de Alonso, eram bastante evidentes, enquanto Jenson Button, outro ponto de referência, deixava a McLaren, onde esteve desde 2010.
Para 2017, Fernando passou a formar dupla com o novato belga Stoffel Vandoorne. Foi um ano marcado também pela transição na cúpula da equipe com a saída do lendário Ron Dennis para a chegada do norte-americano Zak Brown, que prometia uma nova filosofia em termos de gestão. Mas os problemas se agravaram dentro da pista, e a crise técnica com a Honda tornou a união insustentável. A ponto de Alonso praticamente abrir mão da temporada para correr a Indy 500 pelo início do sonho de conquistar a Tríplice Coroa.
Encerrada a união com a Honda, a McLaren anunciou uma nova parceria, com duração de três anos, com a Renault. E a expectativa entre todos os funcionários, como mostrou um vídeo comemorativo de fim de ano, era uma só: pódios. No entanto, o novo MCL33, todo pintado de laranja como uma homenagem aos dias de glória do passado, jamais correspondeu às expectativas mesmo com um motor mais forte em relação ao Honda. Enquanto a Red Bull, também empurrada pela unidade motriz francesa, já venceu três corridas neste ano, o melhor resultado obtido pela equipe foi pelas mãos de Alonso no GP da Austrália, onde o espanhol terminou em quinto.
Além da falta de resultados e um carro que jamais rendeu o esperado, houve também outro fator que pesou contra Boullier. A insatisfação dos funcionários. Em junho deste ano, uma verdadeira crise interna foi revelada pelo jornal 'Daily Mail', que reportou que engenheiros e mecânicos da McLaren recebiam barrinhas de chocolate de R$ 1,25 como recompensa pelo cumprimento de metas alcançadas.
A premiação foi duramente criticada internamente. Um funcionário não identificado disse ao ‘Daily Mail’ que o ambiente atual é “tóxico”. “Passamos horas trabalhando todos os dias, suando sangue, e eles nos dão barrinhas de 25 centavos da Freddo”, disse um funcionário. “A administração passou aos supervisores e pediu que dividissem entre os funcionários. Somente uma para cada”, contou.
“Os chocolates Freddo são distribuídos quando algo é produzido com um prazo apertado. Por exemplo, tivemos duas semanas para montar o pacote de atualizações do GP da Espanha, em maio. Trabalhamos 24 horas por dia, sete dias por semana, para cumprir nossos prazos. Fizemos tudo em tempo. Aí uma semana depois barrinhas Freddo são entregues como bônus. Até os supervisores estavam envergonhados. Já tinham nos dado barrinhas Freddo ano passado por montar um carro”, seguiu.
Questionado sobre o assunto no fim de semana do GP da França, Boullier debochou e garantiu que não deixaria o cargo na McLaren. “Somos 800 pessoas e temos muito apoio dos nossos engenheiros e funcionários. Acho que a questão é que algumas pessoas estão rabugentas. De certa forma isso pode ser bom, porque tivemos muito feedback, e feedback bom. Eu vi algumas notícias sobre um ‘escândalo do chocolate’ na imprensa e foi divertido ler”, disse o então dirigente à época..
Exatos 12 dias depois, Boullier caminhou contra o próprio discurso e encerrou sua história na McLaren. A história de uma passagem que não vai deixar saudades.
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