Brawn diz que é difícil fazer “fãs engolirem” punições no grid e avisa que vai se reunir com FIA por mudanças na F1

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O sem-número de punições com perda de posições no grid de largada do GP da Itália, no último domingo (4), parece ter sido a gota d’água que faltava para Ross Brawn. Em Monza, nada menos que nove pilotos foram punidos, totalizando a perda de 150 posições no grid, de forma que apenas um piloto, Lewis Hamilton, largou na posição original obtida na caótica classificação de sábado. Assim, o diretor-esportivo da F1, que já havia mostrado sua insatisfação a respeito do tema no início do fim de semana, já avisou que vai procurar a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para discutir o tema o quanto antes.

 

“Este é um aspecto das regras que precisa ser analisado de perto porque, se isso é correto em princípio, sua implementação definitivamente é difícil para os fãs engolirem”, declarou Brawn em entrevista publicada na newsletter oficial da F1, divulgada na última segunda-feira.

 

“Nós temos algumas ideias sobre como mudar isso e vamos precisar discutir em detalhes com a FIA para ver como é possível melhorar a situação”, declarou o britânico.

Brawn tem o apoio de parte das equipes da F1. Chefe da Red Bull, Christian Horner é totalmente contrário ao atual cenário. O diretor-esportivo, nomeado pelo Liberty Media, também ganhou o apoio de Éric Boullier, diretor de corridas da McLaren.

 

“Concordo com Ross. Ele disse antes nesta semana que ele quer se livrar disso. E nós devemos, para ser sincero. Você já sofre uma punição quando você tem algo quebrado no carro, ou quebra um câmbio, então eu acho que isso deveria ser simplesmente baseado no ritmo e não em uma punição na forma como você monta o grid”, comentou o engenheiro francês em entrevista à revista inglesa ‘Autosport’.

 

Na visão de Boullier, o prejuízo já é real por si só quando acontece uma falha no equipamento, de modo que outra punição, em caráter esportivo, gera um prejuízo ainda maior. “Se você tem três ou quatro motores por ano, então quando você quebra um motor, você prejudica a si mesmo. Assim, se você começa a quebrar dez motores, obviamente haveria um sistema de punições não na esfera esportiva, mas financeira”, salientou.

 

Por outro lado, em que pese as várias punições, Brawn destacou o caráter do público que lotou as arquibancadas em Monza e ajudou a quebrar o recorde do GP da Itália.

 

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“Tivemos o recorde de público em todos os tempos, com 185 mil pessoas desde quinta-feira até domingo em Monza, batendo o recorde anterior, desde o ano 2000, em mais de 15%. Monza tem mesmo uma atmosfera especial, graças à atração desta pista histórica e o entusiasmo do público italiano, impulsionado pelo enorme número de estrangeiros, também”, elogiou.

 

“Agradeço especialmente a todos os que encararam a forte chuva no sábado para assistir à classificação da F1. Isso é a marca real da dedicação e do comprometimento do fã de verdade. Não é fácil esperar por tanto tempo, e eles merecem todos os agradecimentos e respeito”, finalizou Brawn.