Chefe da Ferrari libera disputa entre Vettel e Räikkönen e “não quer ouvir falar” em ordens de equipe

Aos poucos, Maurizio Arrivabene vai promovendo grandes mudanças na atitude da Ferrari. Para o novo comandante do time de Maranello, Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen terão todo o apoio necessário ao longo da temporada

Ordens de equipe e interferência na luta entre seus pilotos são coisa do passado para a Ferrari. Em sua nova gestão, agora liderada por Maurizio Arrivabene, a escuderia italiana implantou uma nova política, liberando a disputa entre Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen. O time, que tanto conviveu com situações polêmicas do tipo nos anos de Michael Schumacher e, mais recentemente, com Fernando Alonso, pretende promover a igualdade entre seus pilotos ao oferecer apoio irrestrito a ambos.

“Vamos dar a eles todo o apoio necessário, e não quero ouvir falar sobre ordens de equipe”, comentou Arrivabene em entrevista à revista italiana ‘Autosprint’. Após as três primeiras corridas da temporada 2015, Vettel lidera o confronto interno e soma 55 pontos e uma vitória, em Sepang, ocupando assim a vice-liderança do Mundial de F1. Räikkönen amargou um abandono na Austrália, mas foi quarto lugar na Malásia e na China. Com 24 pontos, o finlandês é o quinto na tabela.

Maurizio Arrivabene garantiu apoio irrestrito a Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen. E nada sobre ordens de equipe (Foto: AP)

Para citar dois exemplos, que coincidentemente envolveram pilotos brasileiros e marcaram as ordens de equipe na Ferrari e geraram polêmicas enormes no mundo esportivo: no GP da Áustria de 2002, Rubens Barrichello dominou toda a corrida e parecia rumar para a vitória. Contudo, após longa conversa no rádio com o chefe Jean Todt, o piloto abriu espaço para, nos metros finais, deixar Schumacher passar, cobrindo de vergonha a F1.

Em 2010, Felipe Massa fazia um grande GP da Alemanha, em Hockenhein, e tinha tudo para vencer aquela corrida no dia que completava um ano do grave acidente que sofrera em Hungaroring. Mas aí veio do rádio a famosa ordem: “Felipe, Fernando está mais rápido que você”. Foi a senha para que o brasileiro tivesse de abrir caminho para a vitória de Fernando Alonso, colocando mais uma vez a Ferrari e a própria F1 no meio de debates sobre ordens de equipe e ética esportiva.

Mas, ao menos na Ferrari, os tempos são outros. “Quando cheguei em Maranello vi antigas regras de disputa, e eu fiz algumas mudanças na presença dos dois pilotos e dos seus engenheiros de corrida, então todo mundo está informado. A única regra em vigor é a de matemática”, garantiu Arrivabene.

DOMÍNIO ABSOLUTO

Lewis Hamilton consolidou um fim de semana perfeito em Xangai com sua quarta vitória no GP da China. É bem verdade que a Ferrari voltou a andar próxima dos carros da Mercedes durante boa parte da disputa, mas desta vez não foi o bastante para lutar efetivamente pela vitória. Felipe Massa perdeu uma posição para Kimi Räikkönen na largada e terminou em quinto. Ajudado pelo problema com Max Verstappen no fim, Felipe Nasr foi o oitavo. E Nico Rosberg deu um piti histórico.

UMA QUASE-CORRIDA

O GP da Luisiana foi bastante esquisito. Sofrendo com a interferência da chuva durante todo o final de semana, a Indy quase não viu uma corrida neste domingo. Foram seis bandeiras amarelas e um resultado definido na base da estratégia. Parando antes, James Hinchcliffe conseguiu levar os pneus e combustível até o fim – ajudado com as paralisações – e venceu sua primeira como piloto da SPM sob bandeiras amarelas. Helio Castroneves foi o segundo e Tony Kanaan, o sexto.

CAPITÃO AMÉRICA

Marc Márquez conseguiu mais uma vez. Depois de encarnar o Usain Bolt no treino classificatório, o espanhol tirou do armário do uniforme do Capital América e, tal qual o personagem da Marvel, não deu chances aos ‘inimigos’ neste domingo. Depois de perder a ponta para Andrea Dovizioso na largada, o #93 pressionou o italiano por algumas voltas e, assim que assumiu a liderança, disparou na frente e não viu mais os adversários. Valentino Rossi terminou na terceira colocação.

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