Chefe da Toro Rosso afirma que fichas de desenvolvimento do motor encareceram custos da F1

Franz Tost reiterou que é contra a adoção do uso das fichas de desenvolvimento do motor. Na visão do dirigente austríaco, chefe de equipe da Toro Rosso, as montadoras que ficaram para trás em termos de performance têm de gastar muito mais

Recentemente, Franz Tost veio a público para dizer que a adoção das fichas de desenvolvimento de motor na F1 é algo “completamente sem sentido”. O chefe da Toro Rosso defendeu que as montadoras possam ter liberdade para desenvolver suas unidades de força.

Em entrevista ao site holandês ‘GPUpdate.net’, o dirigente austríaco salientou os altos custos da F1 com a nova era turbo, que compreende o uso de motores V6 turbo de 1,6 L, bem mais caros que os antigos V8 aspirados de 2,4 L. Mas em fala à revista britânica ‘Autosport’, Tost defendeu a extinção das fichas de desenvolvimento por entender que os tokens encarecem ainda mais os gastos das equipes e fornecedoras de motor na F1.

Franz Tost é crítico ferrenho do uso das fichas de desenvolvimento de motor na F1 (Foto: Getty Images)

A F1 introduziu um sistema de tokens, as fichas de desenvolvimento, para auxiliar na evolução do motor. Cada uma das três fabricantes que já forneciam o motor V6 turbo em 2014, Mercedes, Renault e Ferrari, ficou autorizada a usar 32 fichas neste ano. Quanto à Honda, apenas nove tokens para aperfeiçoamento da unidade de força.

Contudo, de acordo com a regra adotada pela categoria, o número de fichas é reduzido gradativamente a cada ano. A estrutura da unidade de força é composta por 66 tokens. Enquanto as fábricas estão liberadas a usar 32 tokens nas duas primeiras temporadas da era turbo, em 2018 e 2019 este número é reduzido a apenas três.

Mas definitivamente, o sistema que proporciona um desenvolvimento limitado dos motores não agrada Tost, que defende um processo mais livre. “A razão pela qual viemos com as fichas foi para economizar, mas no fim das contas, acaba saindo mais caro”, explicou o líder da equipe de Faenza.

“Se você está na frente, então você já investiu o dinheiro, mas se você não está, então é preciso investir esse dinheiro mais tarde, o que é muito difícil por conta do regulamento. Você é forçado a encontrar um caminho, então isso acaba se tornando muito caro no fim”, comentou.

Na visão de Tost, um bom caminho a ser adotado pela F1, em nome dos custos e do equilíbrio, seria a contratação de apenas uma fornecedora de motor, como acontece, por exemplo, com os pneus da categoria, mas o próprio austríaco entende que, comercialmente, não seria a melhor solução.

“Particularmente, preferiria uma especificação de monomarca de motor, mas aí você perde as montadoras, e elas são importantes para a F1 e sua imagem. Espero então que mais montadoras se juntem, mas você tem de dar a elas a chance de alcançar certo nível para reduzir a diferença entre os principais construtores”, disse.

“Você não pode fazer isso com o regulamento atual, já que as fábricas só estão autorizados a desenvolver com um determinado número de fichas”, concluiu Tost.

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