Classificação não reflete ordem de forças e surpreende. Mas GP da Espanha ruma para batalha tática entre top-3

O GP da Espanha novamente deve ser palco de um enorme jogo de tabuleiro para as principais equipes no grid. O desempenho dos diferentes tipos de pneus provocou uma classificação atípica em que a Mercedes conseguiu tirar mais de um composto que não lhe favorece, enquanto a Ferrari teve de ‘apelar’ para um composto menos macio para virar tempos melhores. Por isso, o grid ainda não mostra a realidade da hierarquia de forças da F1

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A Fórmula 1 caminha para mais uma corrida tática em 2018, é o que se pode confirmar diante de um treino classificatório em que são necessários os detalhes para entender como a Ferrari, que tem, sim, o melhor carro do grid, não conseguiu superar a Mercedes — como pareceu que ocorreria pelas fases iniciais da classificação deste sábado (12) em Barcelona. Mais uma vez, o combo temperatura + pneus explica uma situação que, em corridas anteriores, provocou o efeito inverso: a Mercedes com problema.

 
Tanto China quanto Azerbaijão tiveram um frio excessivo. A Mercedes sentiu o golpe do vento. Lewis Hamilton, sobretudo em Xangai, não desempenhou bem; em Baku, ganhou por sorte. Foi Valtteri Bottas quem beliscou as vitórias nas várias circunstâncias em que as corridas foram se desenhando, mas nunca se pôde afirmar categoricamente que os carros prateados performavam no mesmo nível da Ferrari de Sebastian Vettel.
 
A sessão que definiu as posições de largada ratificou esse cenário pouco comum nesta F1 equilibrada e marcada pela influência do acaso. 
Lewis Hamilton e Sebastian Vettel – quem melhor amanhã? (Foto: AFP)
Na primeira fase do treino catalão, quando ambas as equipes saíram de pneus supermacios, Vettel liderou com 1min17s031 – marca que foi 0s6 mais veloz que a de Hamilton, então em quinto, atrás de Kimi Räikkönen e dos dois carros da Red Bull. Na fase intermediária, que determina o jogo de pneus para o início da corrida, todo mundo optou pelos macios – que, curiosamente, se mostram os compostos mais velozes neste fim de semana. Nesta configuração, a diferença quase pela metade. De novo, o ferrarista foi melhor, andando em 1min16s802. Hamilton, agora pior que Valtteri Bottas, surgiu 0s364 atrás. 
 
Então, diante desse cenário, a expectativa era para uma pole natural de Seb, que tem nas mãos um carro melhor que o do rival e que sofre uma menor interferência das condições climáticas e dos diferentes compostos. Porém, em um campeonato tão particular como esse, a SF71H apresentou problemas com os supermacios quando a coisa foi para valer.
 
Os pilotos tiveram dificuldades para lidar com o composto vermelho em uma temperatura mais baixa – também pesa o fato da Pirelli ter modificado a composição do pneu, alterando a banda em um esforço para reduzir a chance de superaquecimento. Ao que parece, o conjunto acabou por tirar a vantagem que os italianos guardavam com os pneus mais macios da fornecedora de Milão. O que fazer então? 
Sebastian Vettel enfrentou problemas com os supermacios (Foto: Beto Issa)
A Ferrari ousou. Na primeira tentativa de volta rápida, Vettel perdeu para Hamilton. Räikkönen errou e, como não tem a perder, agiu como cobaia do que viria a seguir. O finlandês saiu como os macios, em uma manobra surpreendente. E conseguiu marcas melhores, figurando na segunda posição da tabela. O tetracampeão, então, seguiu o colega. E foi veloz, talvez não como esperava, mas foi. No fim, ficou a 0s132 de Lewis. 
 
Só que o inglês conseguiu o giro da pole com supermacios novinhos. Surpreendente também. Já que, em nenhum momento da classificação, havia conseguiu bater o rival com os vermelhos. E para corroborar a tese de que algo aconteceu em termos de temperatura-pista-volta limpa, Bottas ficou a 0s040 do companheiro de Mercedes. 
 
A Red Bull, por sua vez, ficou ainda mais longe. Parecendo atirar para todo o lado, especialmente porque lhe falta ritmo de classificação – e isso foi acentuado pelo fato de que a Renault tem as piores marcas no que diz respeito à velocidade final em Barcelona -, a esquadra austríaca decidiu dividir a tática de seus dois pilotos. Enquanto Daniel Ricciardo seguiu o caminho da Ferrari com os macios, Max Verstappen guiou com os supermacios. A diferença entre os dois foi mínima, mas para a Mercedes/Ferrari ficou em 0s6. A margem surpreendeu o time, que esperava mais. Agora, a esquadra tem na estratégia e no melhor desempenho em corrida para tentar dar o bote nas duas adversárias.
 
E falando na estratégia, o uso dos pneus e o momento da troca será de novo fundamental. A Pirelli fala em duas paradas como tática mais veloz para a corrida, mas não descarta também a opção de um pit-stop único. A x da questão está no comportamento dos pneus – e isso vale para as duas. Antes problema da Mercedes, a Ferrari tem dilema com os compostos em Barcelona: um incomoda e outro nem foi testado. 
 
Tentando explicar a razão pela qual optou pelos macios no Q3, Vettel revelou que não se sentia confortável com os supermacios. Já Räikkönen relatou que a equipe italiana brigou com os vermelhos e não conseguiu tirar o melhor deles. Quer dizer, os compostos estão descartados para a corrida. E o que fica, então? O time de Maranello vai arriscar com um composto que mal usou, indo na linha: se os macios estão de boa, os médios vão garantir.
Lewis Hamilton voou com os supermacios (Foto: Beto Issa)
A Mercedes, por outro lado, testou os médios ao longo do fim de semana e deve confiar neles como já fez neste ano. Os macios são a fonte de força e serão amplamente usados. O triunfo está nas paradas – uma ou duas? Tudo vai depender um pouco da largada e no quanto o time alemão vai conseguir fazer valer a primeira fila.
 
Tem a chuva também. Existe uma pequena chance para o horário da corrida. E pode agir como aquele acaso que tanto teima em protagonizar em 2018. 
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