Coluna Apex, por Andre Jung: Caminhos sinuosos

Tragédia de erros aparente, a novela da Williams ainda deve ter capítulos bastante dolorosos com a saída de seu patrocinador máster que já anunciou que não permanece em 2019. E, com o risco de perder Lance Stroll - e seus milhões -, o próximo ano se avizinha ainda mais difícil para os outrora dominadores da categoria

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A F1 voltou a Silverstone para terminar uma sequência de três provas em três domingos seguidos. Às voltas com questões profundas na busca de estancar sua queda de relevância, o calendário apertado teve como concorrente a Copa do Mundo, uma contradição per si.

 
Com as equipes grandes se afastando do bloco intermediário, com destaque para Ferrari e Mercedes e seus motores, Vettel e Hamilton vêm honrando a luta pelo pentacampeonato com belas disputas em treinos e corridas. No Q3 do GP da Inglaterra, Hamilton produziu uma volta espetacular para tirar a pole das Ferrari, aparentemente mais velozes, porém uma largada ruim abriu caminho para Vettel e expôs Hamilton aos riscos que acabaram por ocorrer. 
 
No final, uma bela vitória e uma recuperação espetacular coroaram ambos, que seguem firmes numa disputa que promete ir até o final da temporada.
 
Na semana que antecedeu a prova, Gil de Ferran foi anunciado na McLaren que, em atitude surpreendente para seus padrões, assumiu suas fraquezas publicamente. Aprovado por Fernando Alonso, Gil foi pé quente ao estrear com uma performance convincente de seu primeiro piloto, o que trouxe certo alívio ao clima aflito que tem assombrado a equipe.
(Ilustração: Marta Oliveira)

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O outro nome britânico, carregado de títulos, pareceu bater no fundo do poço em seu GP doméstico. Antes da corrida, Claire Williams já alardeava o mal-estar de toda a equipe com o atual estado de coisas, mal sabia ela que o novo pacote aerodinâmico não resolveria nenhum dos problemas do carro e sim os agravaria a ponto de terem de ser retirados dos dois carros após ambos saírem acidentados dos treinos.

 
Ao largar dos boxes com seus dois carros e participar melancolicamente, passeando na pista nos dois últimos lugares, a Williams aumenta as evidências de que se encontra em situação desesperadora. Na semana do GP, Claire engrossou com veemência o coro dos que pedem uma imediata intervenção do Liberty para aplicar um teto ao gasto das equipes. 
 
Tragédia de erros aparente, a novela da Williams ainda deve ter capítulos bastante dolorosos com a saída de seu patrocinador máster que já anunciou que não permanece em 2019. E, com o risco de perder Lance Stroll – e seus milhões -, o próximo ano se avizinha ainda mais difícil para os outrora dominadores da categoria.
 
Como o amigo Bruno Vicaria chamou atenção, a saída de Bernie Ecclestone do comando vem acompanhada de certo desamparo aos times tradicionais ingleses, que sempre contaram com a mão forte do dirigente para negociar patrocínios, engenheiros e pilotos.
 
Na corrida, tivemos a confirmação de que Romain Grosjean sofre mesmo de algum problema cognitivo. O complicado piloto francês, que já esteve na mira da Ferrari, voltou a ser um risco ambulante e conseguiu ferrar outra excelente oportunidade para a Haas pontuar bem ao tocar em Kevin Magnussen logo nos primeiros metros e jogar por terra a excelente posição de largada que o time conquistou no sábado.
 
Sua vaga hoje, diante do quadro já montado para 2019, deve ser das mais cobiçadas. Melhor Romain começar a sondar espaço em outra freguesia. Charles Leclerc continua a chamar atenção, fazia uma prova impecável, lutando com o Hülkenberg por aquele que seria o sexto lugar ao final da prova, mas ficou pelo caminho por conta de um erro de pit-stop.
 
Lando Norris e George Russell, escudados no sucesso do jovem monegasco, estão às portas da categoria. Com apenas 20 vagas, será muito difícil uma continuidade na história, mais cheia de baixos do que de altos, de Grosjean na F1.
 
Em luta para preservar seus números, em audiência e relevância, a F1, ápice da prática esportiva oriunda da indústria automobilística, avança pelo terceiro milênio ameaçada pela tecnologia que nos conduz para a era dos veículos autônomos e compartilhados.
 
Cada mudança de regulamento implica numa fortuna em pesquisa e construção da nova geração de carros. A atual geração é a mais veloz que já correu, aposta feita para reconquistar a imagem de desafio supremo, porém o resultado prático não correspondeu, com um aumento considerável na dificuldade dos pilotos em andarem próximos de outro carro.
 
Como condição de sobrevivência, times pequenos vão sendo absorvidos. Seguindo a tendência que a Red Bull lançou, ao adquirir a Toro Rosso, que um dia foi a Minardi, a Ferrari passa a tutelar a Sauber, eleita para operar como seu time 'B'. Resta a Mercedes, que parece inclinada a avançar sobre a Force India, em sérios problemas financeiros.
 
Os imensos gastos com o qual a categoria é obrigada a conviver assemelham o célebre “Baile da Ilha Fiscal”, no qual a monarquia brasileira ostentou suas extravagâncias às vésperas de perder o poder.
 
Enquanto isso…
 
…  Mercedes e Ferrari resolvem peitar o Liberty pela continuidade da atual configuração de motores (MGUs inclusos)… 
 
…  o previsível choque de culturas envolvendo o pragmatismo financeiro dos americanos e as tradições e 'direitos adquiridos' dos europeus ainda vai esquentar…
 
… o regulamento de 2021 promete muitos capítulos.
 
GP DA INGLATERRA EVIDENCIA DIVISÃO DA F1

COM ENORME DISPARIDADE DOS CARROS, PILOTOS FICAM DE MÃOS ATADAS

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