Coluna Apex, por Andre Jung: Emoção em marcha lenta

Embora muita borracha vá queimar, Sebastian Vettel, bem mais calmo esse ano, parece ser o favorito para o caneco de 2018. Daniel Ricciardo não tem fôlego pra chegar lá, Lewis Hamilton está longe do foco que vimos na temporada passada e a Ferrari demonstra uma consistência que faltou em 2017

O GP do Canadá costuma ser corrida boa, cheia de variáveis, com acidentes na primeira volta, surpresas e problemas mecânicos. O de 2018 teve o piloto da casa garantindo o acidente da primeira volta e foi só. Em Montreal, a F1 acumulou a terceira prova monótona seguida, o que legitima o pacote de mudanças que a FIA anunciou para 2019. Se vai funcionar, veremos.

 
Deixando a corrida com sua McLaren quebrada, após lutar por mais de meia prova na tentativa de superar o Sauber do estreante Charles Leclerc, Fernando Alonso parte para Le Mans com muita ambição e pouco a se arrepender, o que deixa para trás não comove.
 
A McLaren – que sempre promete muito – tem sido uma grande decepção. Se o primeiro piloto ainda consegue trazer alguma atenção para o time comandado por Zak Brown, Stoffel Vandoorne continua aquém. Outro dia se disse “muito próximo” de Alonso, mas só se for por ocupar o box ao lado.
 
Pressionada por Alonso, a McLaren decidiu encerrar a parceria com a Honda, voltou a ser equipe satélite, teve um tempo muito curto para construir um carro em sintonia com a nova motorização Renault e agora sofre para andar junto com os outros dois times da marca.
(Ilustração: Marta Oliveira)
Hoje muito do que o jornalistas têm para especular versa sobre a permanência de Alonso na categoria e nem a McLaren, nem a F1 têm oferecido bons motivos para que o espanhol continue a guiar seus carros.
 
Se um grande campeão aparenta desânimo, no terreno dos jovens a coisa anda diferente. E um em particular tem brilhado de forma inconteste: Charles Leclerc. O monegasco segue acumulando pontos e evoluindo a olhos vistos. Embora Marcus Ericsson nunca tenha entusiasmado, ofereceu dura resistência a Felipe Nasr e Pascal Wherlein e hoje sofre um verdadeiro massacre por parte de Leclerc, que nunca pilotou em boa parte das pistas da temporada.
 
Difícil justificar – afora o incômodo para Vettel –  que a Ferrari não promova o rapaz para a vaga de Kimi Räikkönen, que segue uma sina de atuações medíocres.
 
Embora muita borracha vá queimar, Vettel, bem mais calmo esse ano, parece ser o favorito para o caneco de 2018. Ricciardo não tem fôlego pra chegar lá, Hamilton está longe do foco que vimos na temporada passada e a Ferrari demonstra uma consistência que faltou em 2017.
 
Ganhou tranquilo no Canadá, há tempos território da Mercedes, mostrando que as alterações do SF71H, destinadas a melhorar a performance da Ferrari nas pistas de alto downforce, deram resultado.
 
Outro jovem que precisa ser destacado é Pierre Gasly. Com problemas nos treinos, largou dos boxes, após instalar um Honda da nova geração no lugar do velho motor com que se classificou, e terminou o GP em 11º lugar, o que, diante da enorme dificuldade em ultrapassar e da ausência de safety-car, é uma façanha. Na negociação com Ricciardo, a Red Bull parece já ter um plano B.
 
Enquanto isso…
 
Winnie Harlow, a modelo convidada para chacoalhar a bandeira quadriculada – o que fez, mas com uma volta de antecipação – recebeu todo o ódio e criticismo que transborda das redes socias…
… instruída pelos fiscais, ela só fez o que pediram, quando pediram. A ela não pode ser atribuída nenhuma culpa pelo erro besta… 
… que, por outro lado, abreviou o mais modorrento GP do Canadá que me vem à lembrança.
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