Coluna Apex, por Andre Jung: Nada será como antes

Embora Emerson fosse o campeão, eu era da torcida do Pace, em '74 ele já havia feito bonito, marcando em honroso 4º lugar para a Surtees, mas então veio 1975

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “2258117790”;
google_ad_width = 300;
google_ad_height = 600;

Essa segunda despedida do Felipe Massa me deixou o sabor do final de uma era. Ano passado já poderia ter sido, com a saída simultânea dos dois Felipes, mas o destino (e o Rosberg) nos deu uma colher de chá e lá fui eu no bananal curtir mais uma temporada.

 
A F1 chegou ao país na esteira do ‘Milagre Brasileiro’, auge da propaganda patriota da ditadura e também auge da violência nos porões do regime. Para ajudar o clima verde e amarelo, desde a primeira prova, ainda não oficial, nossos pilotos deram show; Emerson Fittipaldi liderava por larga margem quando a suspensão da sua emblemática Lotus 72D, preta e dourada, quebrou bem em frente às arquibancadas, bem na minha frente.
 
No ano seguinte, GP oficial do campeonato, Emerson não deixaria a vitória escapar, regendo com perfeição a catarse coletiva que tomou conta do autódromo e repercutiu pela nação. O Brasil do Futebol também era campeão em um esporte de alcance mundial, e eu e milhares de outros que, no cimento da arquibancada aguardamos desde a madrugada, voltaríamos para casa cansados e muito bem recompensados.
 
Veio 1974, Emerson vai e vence de novo, de McLaren. Não sem antes passar um susto danado nos treinos ao rodar diversas vezes no percurso entre as curvas um e dois, feitas de pé embaixo numa só tangente. Em volta rápida, o pneu traseiro tocou a grama e o carro girou até parar, de frente para o retão. Emo respirou, engatou primeira e voltou devagar até os boxes, contou depois que as pernas tremeram quando desceu do carro. Eu e meu irmão estávamos atrás do alambrado, ele rodou na nossa frente. 
 
Embora Emerson fosse o campeão, eu era da torcida do Pace, em '74 ele já havia feito bonito, marcando em honroso 4º lugar para a Surtees, mas então veio 1975; Emerson voltava a Interlagos dono das vitórias dos dois GPs do Brasil anteriores, novamente campeão mundial e favorito como sempre, mas dessa vez outro brasileiro corria pra ganhar; Pace, agora pela Brabham, sonhava mais alto. Ao final, superou Emerson para conseguir uma merecida vitória que pôs a arquibancada abaixo. 
 
Lentamente passaram à nossa frente, acelerando os motores em ponto morto; ‘Moco’, cada dia mais querido e agora um vencedor; o ‘Rato’, vencedor contumaz, herói nacional, e o ‘Tigrão’ à bordo do seu Copersucar Fittipaldi, que heroicamente chegava ao final do GP, reconstruído que foi depois do incêndio da prova inaugural, em Buenos Aires. Yes, tinhamos grandes pilotos e tinhamos um F1 Made in Brazil. Êxtase na arquibancada lotada.
(Arte: Marta Oliveira)

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”;
google_ad_slot = “2258117790”;
google_ad_width = 300;
google_ad_height = 600;

Foi assim a gênese de uma paixão que começa num tempo sombrio de nossa história, atravessa toda a Nova República e agora vive na mesma incerteza que acompanha o cenário político nacional. Uma magia emanava daqueles 8 km com curvas de todos os raios, retas grandes e inúmeros pontos de ultrapassagem. Ali eram forjados ases do volante, nos muitos finais de semana ocupados pelas diversas categorias que atestavam a incrível vitalidade do autódromo.

 
Depois da redução, Interlagos é outro, resta a Reta dos Boxes, o Pinheirinho, a arquibancada. Ainda é uma pista legal, onde rola corrida boa, e essa não foi diferente.
 
Muito boa para Vettel, Hamilton, Ricciardo, Massa e Alonso. Felipe fez uma despedida digna, o “melhor do resto”, com Alonso pressionando o tempo todo. Tivesse mais provas como essa quem sabe correria em 2018.
 
Uma era que começou vencedora, se encerra com a despedida de nosso último piloto vencedor. Daqui pra frente começa outra história.
 
Enquanto isso . . . 
 
. . .  quem diria, com tantos jovens prodígios batendo à porta, o sucessor de Massa acabou por ser um contemporâneo, que com ele dividiu roda a roda grandes pegas no passado . . .
MELHOR DE 2017

COM TÍTULO EM TEMPORADA DIFÍCIL, MÁRQUEZ É PILOTO DO ANO

.embed-container { position: relative; padding-bottom: 56.25%; height:
0; overflow: hidden; max-width: 100%; } .embed-container iframe, .embed-container object, .embed-container embed { position: absolute;
top: 0; left: 0; width: 100%; height: 100%; }

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.