Conta-giro: Caterham implanta nova estrutura geral e busca “estabilidade e evolução” para ver resultados imediatos

Sob o comando de Christijan Albers, a Caterham vive um período de reestruturação interna, com direito a demissões e novos rostos circulando nos boxes. O plano é dar estabilidade e proporcionar evolução. O time visa implantar um pacote grande de atualizações no GP da Bélgica e já trabalha no carro de 2015

Em novas mãos desde o início deste mês de julho, a Caterham vive um período de intensa restruturação interna sob o comando do novo chefe Christijan Albers. O holandês de 35 anos, que andou na F1 entre 2005 e 2007, se dedicava ao próprio negócio quando foi indicado por Colin Kolles para assumir o cargo de chefia do time. Kolles foi o homem que também intermediou a venda da equipe a um grupo não identificado de investidores da Suíça e do Oriente Médio, depois que Tony Fernandes decidiu se desfazer da esquadra que fundou em 2010. Hoje, o ex-chefe da Midland, Spyker e HRT age como conselheiro da cúpula da equipe.

A gestão de Albers já vem causando algumas mudanças grandes na equipe que tem sede na cidade inglesa de Leafield. A maior delas foi a demissão de mais de 40 funcionários, incluindo nomes importantes como o do diretor-geral, Graham Watson, do chefe de operações de pista, Gerry Hughes, e do vice-diretor-técnico, Jody Eggington.

"Foi passo necessário tomado pelos novos proprietários, cuja prioridade é apenas o futuro da equipe", disse o time, em um comunicado curto na última quinta-feira, sobre as demissões. A ideia, segundo o Albers, é criar uma nova estrutura geral o mais “rápido possível”.

Christijan Albers é o novo chefe da Caterham (Foto: Getty Images)

E o holandês sente que é a pessoa mais bem preparada para guiar a equipe nesta nova fase. "Não é tão fácil. Esse trabalho exige sabedoria", disse Albers, em Hockenheim, durante a sua primeira entrevista como chefe de equipe na F1, acompanha pelo GRANDE PRÊMIO.

"Porém, antes de tudo, acho que pouca gente sabe aqui que eu também sou um empresário, um empreendedor. Então, paralelo à competição, eu também sempre me dediquei aos meus negócios, e isso me rendeu até muito mais dinheiro que o trabalho como piloto, por isso, agora, espero conseguir conciliar esses dois aspectos da minha vida e tirar o máximo de proveito disso, para tornar a equipe melhor também", explicou o dirigente.

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As imagens do domingo da F1 em Hockenheim

O plano é montar uma estrutura forte o mais rápido possível, e as mudanças nos cargos de comando, segundo o holandês, servem de motivação extra aos funcionários que foram mantidos na equipe. "Você vê que as pessoas no time ficaram quatro anos lutando para ter um bom carro com uma performance competitiva, e isso não funcionou, então é muito importante começar o trabalho motivando os funcionários novamente. Eu acho que agora já estamos um pouco nessa direção e tenho fé em nossos novos diretores e engenheiros", completou Christijan, acrescentando que o que a Caterham precisa agora é de “estabilidade e evolução”.

Diante desse cenário, Albers ainda não vê a necessidade de uma alteração no quadro de pilotos. Ainda. "Eu quero ver resultados. Isso é muito importante em qualquer equipe", disse. "Para ser honesto, os nossos pilotos estão afiados, mas sabemos que precisamos de desempenho e também de orçamento, especialmente um time como a Caterham", explicou o dirigente, confirmando os boatos sobre uma conversa com o espanhol Carlos Sainz Jr., líder da World Series e membro do programa de jovens pilotos da Red Bull.

"Nós tivemos uma conversa com Carlos, mas nada sobre uma vaga em nossa equipe. Nossos atuais pilotos estão bem agora, eu estou feliz e é essa a situação", completou.

Caterham já trabalha no carro de 2015 (Foto: Caterham)

Corrida contra o relógio

Em conjunto com a fase de reestruturação, Albers revelou que a equipe já trabalha em novo ritmo e em duas frentes. A primeira é promover um grande pacote de atualizações. O plano é ter as novas peças já para o GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps, logo depois da pausa das férias de verão na Europa.

"Estamos trabalhando muito duro nesse momento, pois queremos novos componentes para a Spa. E isso, naturalmente, não é algo fácil de se conseguir, levando em conta o intervalo de duas semanas em que a fábrica para. Então, optamos por trabalhar em etapas", contou o chefe de equipe.

O planejamento secundário tem a ver com o desenvolvimento do carro de 2015. "Nós já começamos o projeto de 2015 na semana passada. E agora estamos trabalhando com o túnel de vento, Portanto, estamos a todo vapor na fábrica. E é como eu falei antes. O importante é tornar essa equipe em um novo time."

"Não é tão fácil. Muitas pessoas estão motivadas, mas há ainda pessoas que, após todos os anos de decepção, ainda estão receosos, então precisamos motivá-las novamente", concluiu.

No GP da Alemanha, Kamui Kobayashi foi o 16º, enquanto Marcus Ericsson, que teve de largar dos boxes, completou em 18º. No Mundial de Construtores, a equipe continua na última colocação.

GRANDE PRÊMIO cobre 'in loco' o GP da Hungria, 11ª etapa do Mundial de F1, com a repórter Evelyn Guimarães. Para acompanhar todo o noticiário, clique aqui.

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