Conta-giro: Williams "junta peças" e confia missão de novo título à "combinação perfeita" entre Massa e Bottas

A Williams já não esconde mais que trabalha com um único objetivo para 2015: ganhar outro campeonato na F1. Por isso, a equipe se reestruturou, chamou gente de peso para o comando e aposta na “combinação perfeita” entre Felipe Massa e Valtteri Bottas para atingir a meta.

DEPOIS DE PROMOVER uma grande reestruturação interna entre 2013 e 2014, a Williams começou a colher os frutos logo nesta temporada, especialmente a partir do GP da Áustria, em junho, quando quebrou a sequência de poles da Mercedes, e agora já se vê as voltas com o sério objetivo de entrar em uma briga mais direta pelo título no próximo ano. Para isso, o time inglês optou pela estabilidade e procurou manter a todo custo Valtteri Bottas ao lado de Felipe Massa por mais um Mundial. A ideia é usar a “combinação perfeita” entre os dois pilotos para tentar um eventual décimo título entre os construtores já em 2015.

De acordo com a presidente-adjunta da esquadra de Grove, Claire Williams, a decisão não foi difícil e já fazia parte de um plano bem mais antigo. A dirigente, acima de tudo, confia em seus comandados e os vê completamente capazes de disputar um título mundial na F1. Para ela, isso foi o que mais pesou na hora de bater o martelo quanto aos nomes para os próximos anos na F1. A estabilidade foi a palavra chave.

“Foi muito fácil fazer essa escolha”, disse a inglesa aos jornalistas em Monza, em entrevista acompanhada pelo GRANDE PRÊMIO. “Todos viram o desempenho que ambos mostraram neste ano. Era tudo que precisávamos. Sobre Valtteri, todos estão vendo também a temporada competitiva que ele vem tendo até agora. Foi realmente encorajador fazer quatro pódios em cinco corridas. Já Felipe teve algumas provas de muito azar, mas sabemos que ele é um piloto muito rápido e que pode nos trazer os resultados que esperamos”, completou.

Claire Williams é a presidente-adjunta da equipe que leva o nome de seu pai na F1 (Foto: Getty Images)

Claire deixou claro ainda que nunca foi intenção do time alterar a dupla de pilotos. “Não consideramos ninguém, nós queríamos estabilidade. Muitas coisas mudaram nos últimos anos e nessa temporada também, tivemos muitos desapontamentos no passado, mas agora tudo mudou, então a ideia é manter a estabilidade, é manter o que temos agora”, acrescentou.

Embora houvesse dúvidas quanto a continuidade dos dois pilotos, a filha de Sir Frank Williams admitiu que o finlandês de 25 anos foi sondado por equipes rivais e que isso é algo normal. A britânica elogiou o jovem competidor e reiterou que foi a melhor escolha que a escuderia poderia ter feito. “Claro que muitos outros vieram atrás de Valtteri”, revelou a britânica.

“Quando você tem alguém com o talento de Valtteri na equipe, os demais rivais vão sempre estar de olho nele. Mas Valtteri começou sua carreira conosco e queremos que  continue aqui. Além disso, ele sempre foi muito leal. Então, nunca houve realmente alguma preocupação com ele”, continuou.

De fato, o nórdico tem apresentado um desempenho bastante consistente em 2014. Apesar da temporada de poucos resultados no ano passado, Valtteri não deixou a chance escapar neste ano. Sempre que teve nas mãos um bom carro e chances de avançar, o finlandês não decepcionou, foi à luta e cometeu pouquíssimos erros. 

Até o momento, Bottas possui quatro pódios, sendo três consecutivos, conquistados entre as etapas da Áustria e da Bélgica. O quarto lugar é o posto que ocupa na tabela de pontuação, só atrás dos dois pilotos da Mercedes e de Daniel Ricciardo, da Red Bull.

“Acho que temos uma dupla das mais fortes do grid”, destacou Claire, justificando uma vez mais a escolha de Massa e Bottas. “Na verdade, existe uma combinação de talentos aqui. Felipe traz toda essa experiência, inclusive de já ter defendido uma das maiores equipes da F1. E Valtteri possui um talento natural incrível. Acho que os dois se complementam perfeitamente. Para ser honesta, acho que somos muito sortudos por tê-los na equipe”, ressaltou.

Valtteri Bottas possui quatro pódios em 2014 (Foto: Getty Images)

Falando em Massa, a dirigente também depositou grande confiança no brasileiro. Para Claire, Felipe apenas teve muitos azares em 2014, e isso acabou mascarando seu potencial. A presidente-adjunta crê a escolha do experiente piloto, feita ainda no ano passado, foi mais do que acertada, especialmente porque casava com o momento de recomeço que a equipe inglesa buscava.

“Quando começamos a conversar com Felipe ainda no ano passado, ele deixou claro também que queria um novo começo”, contou Williams, ao ser perguntada pelo GP. “Ele defendeu a Ferrari por muito tempo e tinha isso em mente. Nós também queríamos um recomeço, então decidimos fazer isso juntos. Foi muito bom, porque sabemos do seu potencial. Como eu disse antes, eu acho que ele teve algumas situações de má sorte neste ano e apenas esperamos que isso passe. Por isso, ainda há muito por vir de Felipe”, completou.

Os azares citados por Claire se referem especialmente aos incidentes sofridos por Massa nos GPs da Austrália, do Canadá, Alemanha e da Inglaterra. Na tabela de classificação, Felipe está bem atrás do companheiro de equipe. O brasileiro é apenas o nono, com 55 pontos, enquanto Bottas já soma 122.

Ainda assim, a chefe britânica sente que ambos têm plenas condições de encarar a dura luta por um título mundial. “100% de confiança nisso”, disse. “Evidentemente, nós sempre vamos colocar em nossos cockpits pilotos que acreditamos que possam fazer isso”, acrescentou Williams, dizendo ainda que a manutenção de ambos também foi importante para garantir apoiadores importantes.

"Cada parceiro que você conversa – nossos parceiros em potencial – querem saber quem vai estar no carro no próximo ano. Então, isso também foi levado em consideração por nós. É absolutamente verdade", afirmou.

Felipe Massa agradece apoio da torcida italiana após o pódio em Monza (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)

Juntando todas as peças

E é esse ponto que Claire Williams deseja deixar claro. O próximo passado da tradicional da equipe britânica é a conquista de novo Mundial de Construtores e mais um de Pilotos – e essa meta é já para 2015. “Acho que ainda temos muito trabalho a fazer e acho também que tudo inevitavelmente depende um pouco de como vai ser a concorrência. A Mercedes este ano fez um trabalho fantástico. E acredito que estamos nos aproximando e diminuindo essa diferença, penso que isso ficou claro em Monza, mas sempre depende de como são os demais adversários.”

“O próximo ano será um ano de evolução, não é um ano revolucionário em termos de regras, por isso tudo vai depender muito do que faremos agora e do que as outras equipes vão conseguir fazer. Mas nós precisamos juntar todas as peças e precisamos nos certificar de que tudo funcione perfeitamente dentro da equipe e na fábrica, cada elemento da equipe. Agora tudo tem a ver com um ajuste fino do processo. E isso não acontecer, então, você perde pontos e não vence”, encerrou.

No momento, a Williams ocupa a terceira colocação, com 177 pontos, 277 a menos que a líder Mercedes. Restam seis provas para o fim do campeonato.

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