Críticas reacendem debate sobre filosofia de pneus, e F1 se compromete a discutir opções para temporada 2017

Criticas à duração dos pneus reacenderam debate sobre a filosofia adotada na F1. Ainda discutindo quem será o fornecedor dos compostos a partir de 2017, o Mundial se comprometeu a debater mudanças no regulamento

A insatisfação dos pilotos vai fazer a F1 reconsiderar sua atual política de pneus. Nos últimos cinco anos, o Mundial seguiu a diretriz de Bernie Ecclestone, com a Pirelli entregando pneus de menor duração para forçar um maior número de paradas.
 
Entretanto, a filosofia recebeu muitas críticas dos pilotos ponteiros, o que levou os dirigentes a reconsiderarem a opção e discutir a necessidade de adotar um caminho diferente para 2017, quando entra em vigor um novo contrato de fornecimento de pneus para a F1.
 
Falando à emissora britânica BBC, Christian Horner, chefe da Red Bull, ressaltou que os pilotos querem um pneu com que possam dar o máximo em todas as voltas.
F1 quer debater filosofia de pneus para temporada 2017 (Foto: Pirelli)
“Os pilotos querem pneus consistentes nos quais possam forçar em todas as voltas”, explicou Horner.
 
Além de discordarem da duração dos pneus, os pilotos não esconderam o descontentamento com os estouros registrados no GP da Bélgica, quando Nico Rosberg teve um problema ainda na sexta-feira e Sebastian Vettel viu seu composto direito traseiro destruído nas voltas finais em Spa-Francorchamps.
 
Os problemas na prova belga resultaram em uma enxurrada de críticas à fábrica italiana, vinda de pilotos como Sebastian Vettel, Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Nico Rosberg. No último fim de semana, os quatro foram chamados para uma reunião com Ecclestone, representantes da Pirelli, Horner, e os chefes de Ferrari e Mercedes, onde foram orientados a não criticar os pneus em público.
 
Chefe da Pirelli, Paul Hembery avaliou que não faz sentido que cada um dos envolvidos no esporte queira uma coisa diferente e afirmou que é preciso discutir um caminho comum para a vigência do próximo acordo.
 
“Não tem sentido que alguns pilotos queiram isso, que o esporte queira outra coisa e o público queira uma coisa completamente diferente”, falou Hembery. “Essa precisa ser uma discussão aberta enquanto estamos definindo o que vai acontecer em 2017”, ponderou.
 
“Alguém pode não gostar do que foi decidido, mas se é nesse caminho que estamos indo, você tem de aceitar o que é a F1”, defendeu.
 
 O chefe da Red Bull, entretanto, reconheceu que é um trabalho difícil para a Pirelli encontrar um equilíbrio para satisfazer a todos.
 
“Corridas de uma parada não são particularmente empolgantes. Então você precisa ter um equilíbrio de duas a três paradas e podendo trabalhar com estratégias variadas”, considerou o chefe da Red Bull. “Mas você tem de encontrar este equilíbrio. Não é um trabalho fácil para a Pirelli”, reconheceu.
 
À BBC, um piloto que pediu para não se identificado declarou que as conversas com a Pirelli vão continuar no sentido de modificar o comportamento dos pneus, mas admitiu que existe certo ceticismo em relação à capacidade de montadora italiana de fazer um composto mais duradouro.
 
O chefe da Pirelli, entretanto, garante que a fábrica de Milão é perfeitamente capaz de entregar pneus que podem completar uma sequência de voltas de classificação.
 
“Se voltarmos para quando eles estavam fazendo, digamos, sessões de classificação [durante a corrida], eles estavam fazendo paradas de reabastecimento, então tínhamos pneus que duravam 15 voltas lançadas”, comentou. “Se você me disser que nós vamos fazer 15 voltas, trocar, 15 voltas, trocar, vamos fornecer pneus que podem fazer isso”, assegurou.
 
“Nós podemos fazer isso e ficaremos felizes em fazer, mas aí voltam os comentários: ‘Esta foi a corrida mais chata que a F1 já teve’; ‘Só tiveram duas ultrapassagens na corrida’. Então a coisa mais importante é que nós todos temos de concordar”, ponderou.
 
Porém, para muitos pilotos e dirigentes, a única maneira de modificar a filosofia de pneus da F1 é trocando de fornecedor. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) abriu um processo seletivo e agora tem de escolher entre Pirelli e Michelin. 
 
A fábrica francesa já manifestou seu desejo de ver uma mudança dos compostos do certame, pedindo, inclusive, por pneus de 17 polegadas. 
 
Durante o fim de semana do GP da Itália, entretanto, Ecclestone manifestou seu apoio à Pirelli, o que foi encarado como uma indicação de que os italianos seguirão à frente da fabricação da borracha usada na categoria.
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