De ataque cardíaco a acidente doméstico: como Button sofreu com a morte do pai a ponto de desmaiar

Quase quatro anos depois da morte de John Button, Jenson Button resolveu detalhar pela primeira vez o que se sabe que aconteceu com o pai. Se durante algum tempo a morte de John foi tida como um caso de ataque cardíaco, Jenson revela em sua autobiografia 'Jenson Button - Life to the Limit', que na verdade duas quedas seguidas de choque de cabeça acabaram causando a morte de John. Button também especificou o que sentiu nos dias seguintes e como chegou até a sofrer com uma intoxicação sanguínea

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Era o começo da tarde do dia 14 de janeiro de 2014. O ano era de grande aguardo profissionalmente falando para Jenson Button: grande mudança de regras na F1 e a chegada de Fernando Alonso para ser seu companheiro de McLaren. Depois de quatro anos passados na escuderia inglesa tendo de assistir a um amplo domínio da Red Bull e de Sebastian Vettel, por que não pensar em algo mais? 

 
Então aquele telefone tocou. 
 
O telefone em questão é o de Mike Collier, preparador físico de Button. Os dois estavam almoçando junto do também piloto Chris Buncombe e um amigo japonês, Yu. Mike recebeu a ligação e imediatamente mudou a feição descontraída da resenha para o rosto mais tenso possível. Mike chamou Jenson para conversar na calçada, do lado de fora do restaurante – a pessoa do outro lado da linha queria falar com Button. Era Richard Goddard, seu empresário e amigo. A notícia, a mais devastadora possível.
 
John Button, pai de Jenson, tinha morrido.
 
Quase quatro anos se passaram desde a repentina morte de John e pela primeira vez Jenson falou mais abertamente sobre o assunto em sua recém-lançada – no Reino Unido – autobiografia, 'Jenson Button – Life to the Limit'. A passagem foi republicada pelo jornal inglês 'The Telegraph'.
 
Na época da morte, a primeira suspeita – ao menos para o público – foi que se tratava de um ataque cardíaco. Agora Jenson conta uma história bem diferente. 
 
"Papai e Richard foram jantar na noite anterior [em Mônaco] e depois pararam num bar chamado La Rascasse, que os mecânicos adoram visitar durante fim de semana de corrida. Enquanto estavam lá, Richard recebeu uma ligação de negócios e precisou sair para anteder. Quando voltou, meu pai  tinha ido embora. Ele perguntou para alguns conhecidos em comum que lá estavam. 'Só levantou e saiu'. Isso não era particularmente estranho para meu pai. A diabetes fazia com que ele ficasse cansado, então era perfeitamente normal que ele saísse assim", contou. 
Jenson e John Button (Foto: Getty Images)

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"Quando Richard ligou para ele na manhã seguinte, não conseguiu falar. Papai gostava de pegar a Ferrari e dirigir até a Itália para passar o dia tomando café com os amigos. Richard pensou que ele provavelmente havia feito isso e esquecido o telefone no carro. Mas Richard foi ficando preocupado com cada chamada não atendida, e às 19h resolveu ir até a casa do meu pai", lembrou.

 
"A casa ficava em cima de uma subida. Para entrar, você tinha que passar por um portão no pé da inclinação – esse portão era impenetrável, tinha sido reforçado depois de uma tentativa de roubo. Uma vez lá dentro, você tinha que subir uns 60 degraus para chegar até a porta da frente. Até eu achava bem difícil de subir", escreveu.
 
"Quando Richardo chegou, encontrou as chaves do papai no portão, o que foi estranho. Resolveu checar para se certificar de que estava tudo bem e começou a subir a escadaria. Richard encontrou o corpo do meu pai nos degraus. Havia sangue, primeira ele pensou que papai podia ter brigado com ladrões. Depois descobrimos que não foi esse o caso, mas houve bastante confusão no começo."
 
Jenson contou que a polícia achou que o próprio Goddard era suspeito da morte e foi impedido de avisar Button do que acontecera nos primeiros momentos. Até convencer a polícia que ligaria de qualquer jeito.
 
"Não teve reação atrasada: me pegou em cheio. Acho que isso tem a ver com meu trabalho, a forma como eu vivo, a habilidade de absorver acontecimentos chocantes e repentinos de ordem emocional rapidamente. Não demorou a cair a ficha e não saí do ar. Estava posto: meu pai tinha morrido", lembrou.
Jenson e John Button se abraçam depois da vitória do GP da Austrália de 2012 (Foto: Getty Images)

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A polícia, segundo contou Button, logo descartou um homicídio. A suspeita era de um ataque cardíaco, mas ninguém sabe exatamente o que aconteceu com John Button. Há apenas uma série de acontecimentos possíveis.

 
"Sabemos que papai voltou ao carro, mas achamos que em algum lugar entre o La Rascasse e o carro ele caiu e bateu com a cabeça. O equilíbrio dele não era dos melhores. Em Mônaco, as escadas rolantes são um tanto confusas. Talvez meu pai tenha sido pego de surpresa pelo movimento incomum das escadas rolantes. Talvez ele tenha caído. Quando vimos as câmeras de segurança do estacionamento, ele tinha sangue atrás da cabeça. Também achamos sangue no descanso de cabeça do carro. A explicação mais lógica é que ele tenha caído nas escadas", contou.
 
"De qualquer forma, chegou na casa dele, em Cap-d'Ail, provavelmente às 3h. De novo, não sabemos o que aconteceu, mas sabemos que ele entrou e deixou a chave no portão. Ficou com um problema: o único jeito de abrir o portão agora era de dentro da casa, mas não dava para entrar porque a chave tinha ficado no portão. Tinha um pequeno apartamento de um quarto no meio do caminho entre o portão e a casa. Julgando pelo sangue numa almofada, ele parou lá e deitou por um tempo. Depois, por alguma razão – talvez por precisar de insulina ou porque teve alguma ideia de como entrar – decidiu tentar de novo e deve ter iluminado a escadaria com a lanterna do telefone. Seja lá o que ele tenha pensado, desistiu no meio do caminho. Quando estava descendo, escorregou de novo, caiu e bateu a cabeça pela segunda vez. Essa foi fatal", contou.
John Button (Foto: Getty Images)

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Na sequência, Jenson conta que voltou para Mônaco para ficar junto de sua mãe – que era divorciada de John – e das irmãs. "Os dias seguintes são um borrão", ele lembra. Ao mesmo tempo, uma intoxicação sanguínea fez com que Button ficasse quase que sem andar, porque tamanha era a dor que ele tinha de ficar com os pés para cima. "Tomar banho era agonia. Usar o banheiro, então, meu Deus", seguiu. Chegou a desmaiar duas vezes, inclusive. 

 
"Isso não ia me impedir de carregar o caixão. Rangi os dentes esperando muita dor, mas acho que algumas emoções passam a controlar o corpo. Esse mesmo piloto-automático me fez discursar no velório – o discurso mais duro e doloroso que eu já dei", admitiu.
 
"Papai iria amar o fato do príncipe Albert de Mônaco estar na fila da frente do funeral. Amar!. Ele iria amar que seu funeral foi na curva um do GP de Mônaco; ficaria animado em ver o tanto de gente que compareceu aquele dia. Não tenho certeza sobre a escolha do veículo do funeral. Meu pai sempre disse que queria entrar na tumba em meio a uma cortina de fumaça de pneu. O que ele teve foi uma perua da Volvo", encerrou.
 
Até sua morte, John só não acompanhou Jenson no GP do Brasil de 2001, quando estava doente. Button correu mais três temporadas na F1 e se aposentou no fim de 2016.
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