Domenicali reitera que assumiu culpa por fracasso e diz que Ferrari precisa recuperar serenidade

Stefano Domenicali falou um pouco mais sobre a experiência que viveu como chefe da Ferrari e revelou que ainda sente falta da F1. O italiano reiterou que assumiu a responsabilidade pelos fracassos recentes da equipe e que não guarda mágoas

Aos poucos, Stefano Domenicali vem revelando a experiência de comandar a Ferrari nas pistas e a saída do time italiano no início desta temporada. Domenicali trabalhou por 23 anos na fábrica fundada por Enzo Ferrari e assumiu a difícil posição de chefe de equipe no fim de 2007, tendo trabalhado anteriormente apenas em funções de administração e recursos humanos em Maranello. Stefano havia entrado no lugar de Jean Todt. E quem o substituiu agora foi Marco Mattiacci, que liderava a diretoria-executiva da marca italiana nos EUA.

Domenicali renunciou ao cargo em abril, pouco antes da prova da China, devido aos maus resultados ferraristas, em uma manobra pouco explicada na época. "Eu tomei a responsabilidade pelo fracasso", afirmou Stefano em entrevista reproduzida pela 'Autosprint' ao jornalista e escritor italiano Leo Turrini.

Stefano Domenicali deixou a Ferrari no início do ano (Foto: Getty Images)

"As coisas não correram como eu esperava e como era esperado, então não faz sentido para mim agora o Pontificado. Obviamente, eu tenho as minhas próprias ideias e um dia vou encontrar um amigo que vai colocar tudo isso em um livro, mas não pelo exercício da controvérsia", explicou.

"Da Ferrari só digo isso, em silêncio, pelo amor que tenho pela equipe e também fazendo uma autocrítica: não seria nada mal recuperar a serenidade lá dentro, porque nós vimos gente inteligente que teve oportunidade de demonstrar seu próprio talento", completou.

O ex-chefe ferrarista também falou sobre Fernando Alonso e negou que tenha tido qualquer tipo de problema de relacionamento com o espanhol, a quem chamou de "boa pessoa". "Não é verdade que tivemos uma relação difícil ou que ele tenha tido uma relação difícil com a equipe", disse.

"Fernando é uma boa pessoa e digo isso com a maior franqueza. Em comparação com Schumacher, certamente a relação era mais aberta no que diz respeito à comunicação, talvez, às vezes, a coisa foi mal traduzida, mas nunca foi negativa com relação à equipe, à Ferrari. Mas ele não teve sorte, ninguém teve. Pagamos pelos nossos erros, mas se tivéssemos vencido muitos títulos, ninguém falaria nada."

Domenicali também se disse orgulhoso por ter levado Kimi Räikkönen ao time. "Räikkönen é uma pessoa muito diferente de Fernando, mas eu o acho adorável. Tenho orgulho de tê-lo trazido de volta a Maranello. Lamento só não ter garantido a ele e a Fernando o carro que eles mereciam, mas sobre as causas do fracasso, como já disse, não quero falar, não agora, porque não seria justo", completou.

O italiano, entretanto, não deixou de comentar sobre talvez o episódio mais polêmico de sua passagem pela Ferrari, que foi a ordem de equipe de 2010, durante o GP da Alemanha, em que o time pediu para Felipe Massa ceder a vitória a Alonso.

"A minha lógica, que era um ensinamento de Luca di Montezemolo e de Jean Todt, era clara: o interesse da equipe sempre prevalece e deve prevalecer. Além disso, existem muitas maneiras de lidar com a realidade imposta na pista. Eu sempre tentei esclarecer as coisas com antecedência. Por exemplo, as coisas horríveis que escreveram em 2010 sobre a ordem dada na Alemanha. Havia certa hierarquia na noite de sábado, não houve um golpe baixo de último momento", contou.

Por fim, Stefano disse que, embora convidado, não deve comparecer ao GP da Itália deste fim de semana e revelou que sente um pouco de falta da F1. "Por quase 25 anos, o fim de semana do GP da Itália foi a minha corrida de casa", disse Domenicali, que mora a poucos quilômetros da icônica pista de Monza.

"Eles me convidaram, mas, desta vez, acho que vou ficar longe. Se sinto falta da F1? Sim, um pouco, acho que é inevitável. Mas eu dei tudo de mim no trabalho que fiz", encerrou.

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