Ecclestone reage “sem drama” à queixa de Force India e Sauber contra F1 na União Europeia: “Se tiverem sucesso, tudo bem”

Bernie Ecclestone surpreendeu em sua reação à queixa de Force India e Sauber registrada contra a F1 na União Europeia e não se mostrou irritado com as equipes. Se considerada culpada, F1 poderá receber uma multa de 10% de seu volume de negócios

Bernie Ecclestone não demorou para reagir à reclamação feita por Force India e Sauber na Comissão de Competições da União Europeia em relação à governança e a estrutura de pagamentos na F1. Surpreendentemente, o dirigente evitou ataques às equipes.
 
Os times menores apontam uma predileção financeira da CVC Capital Partners, acionista majoritária da F1, pelos cinco grandes times do Mundial — Ferrari, Red Bull, Mercedes, McLaren e Williams. A principal queixa está relacionada à maneira como a F1 distribui suas receitas, onde os cinco maiores times receberam a verba adicional de US$ 249 milhões (cerca de R$ 1,02 bilhão) por conta de sua posição no Mundial de Construtores.
Chefe supremo da F1, Bernie Ecclestone reagiu de forma tranquila à queixa de Sauber e Force India (Foto: AP)
No documento entregue à União Europeia, a queixa apresentada por Force India e Sauber diz: “Esses injustos pagamentos paralelos colocam os times independentes em uma perpétua desvantagem esportiva e econômica e prejudicam diretamente o esporte”.
 
Falando à publicação inglesa ‘Autosport’, Ecclestone não se mostrou incomodado com a ação de Sauber e Force India.
 
“Nós não desencorajamos e nem encorajamos ninguém a fazer nada”, disse Bernie. “É para isso que a União Europeia está lá, para esse tipo de coisa”, continuou.
 
 “Eles devem tentar e se tiverem sucesso, tudo bem. Se não tiverem, aí não custa nada”, observou.
 
Se a União Europeia decidir levar a investigação adiante, a F1 pode receber uma multa correspondente a 10% de seu volume de negócios — que ano passado foi de £ 1,06 bilhão (cerca de R$ 6,5 bilhões) — se for considerada culpada de abuso de poder na forma como gere seus negócios. Além disso, em caso de condenação, o Mundial teria de reformular sua organização.
 
Ainda assim, Ecclestone evita críticas às equipes, mas volta a afirmar que todos sabiam como seria feita a divisão das receitas do esporte quando assinaram seus respectivos contratos com a FOM.
 
“A questão é que, o que eles estão dizendo é que nós estamos dando muito dinheiro para algumas pessoas e não o suficiente para os outros”, resumiu. “Mas tudo isso foi feito com todos sabendo o que receberiam e o que aconteceria, e eles assinaram contratos que eram muito claros”, ressaltou.
 
“Acho que eles tiveram uma mudança de mentalidade e eu não os culpo, de forma alguma”, assegurou. “Alguém vai avaliar isso e decidir se os contratos que eles assinaram são válidos e corroborá-los, ou se não são e têm de ser mudados. Do nosso ponto de vista, não vai fazer diferença alguma”, assegurou.
 
Os contratos a que Ecclestone se refere são aqueles assinados pelos times e que tratam de um repasse extra, tido com um pagamento ‘premium’, que garante mais recursos às cinco principais equipes, um acordo assinado em 2012, às vésperas do fim do Pacto da Concórdia.
 
Por fim, Ecclestone confirmou que foi informado previamente por Force India e Sauber sobre a queixa na União Europeia, o que o permitiu alertar Donald Mackenzie, diretor–executivo da CVC.
 
“Eu o alertei de que isso iria acontecer, então ele pensa o mesmo que eu. Não está desapontado ou irritado”, assegurou. “Eu sabia quando seria anunciado. Fui bem informado pelas pessoas que fizeram a queixa, então está tudo bem. Sem dramas”, concluiu.
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