Extasiado com “emoção única” em Indianápolis, Alonso ‘muda o chip’ para fim de semana sem grandes ambições em casa

Fernando Alonso pode até não estar na luta pelas primeiras colocações, mas é, mais do que nunca, o centro das atenções no fim de semana da sua corrida em casa, o GP da Espanha. Em Barcelona, novamente o bicampeão do mundo foi o mais solicitado pelos jornalistas e expressou pontos de vista bem distintos: a empolgação pelo novo em Indianápolis em contraste com a perspectiva de outro fim de semana complicado na temporada da F1

 

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A posição central de Fernando Alonso na entrevista coletiva de imprensa promovida pela FIA na tarde desta quinta-feira (11), em Barcelona, ao lado de Sebastian Vettel e do compatriota Carlos Sainz, retrata bem que o bicampeão do mundo é o centro das atenções na F1. Mesmo tendo abandonado as quatro primeiras corridas da temporada — seu pior começo de campeonato na carreira —, o espanhol de 35 anos é o piloto mais solicitado pelos jornalistas, sobretudo depois que confirmou a sua presença surpreendente na disputa das 500 Milhas de Indianápolis, no fim de maio

 
Alonso vive um momento completamente singular em sua laureada carreira: chega para o fim de semana da sua corrida em casa sem a menor perspectiva de grandes resultados, deixando claro que ficaria contente apenas por ver os dois carros da McLaren terminarem a corrida. Pontos? Algo otimista demais para o momento da equipe, às turras com o motor Honda. Em contrapartida, o espanhol vive a empolgação pelo novo, que representa tudo aquilo que vem vivendo desde que tomou a decisão de correr em Indianápolis. 
 
Nos próximos dias, Alonso ‘muda o chip’ a partir de sexta-feira, quando volta a guiar o MCL32 em Barcelona nos treinos livres do GP da Espanha e, um dia depois de disputar a corrida no domingo, embarca de volta para Indianápolis para viver o sonho e a “emoção única” de acelerar o circuito mais famoso do mundo.

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Fernando Alonso segue sendo o centro das atenções na F1 (Foto: Twitter Sky/Reprodução)
Quando voltou do seu primeiro treino em Indianápolis, assistido por mais de 2 milhões de espectadores ao redor do mundo por meio das redes sociais, Alonso ainda teve tempo para descansar um pouco e acompanhar um fim de semana de kart na sua pista nas Astúrias. O espanhol não conseguiu encontrar muitas palavras para agradecer tamanha audiência e torcida dos fãs naquela que foi a sua estreia em Indianápolis com o carro #29 da McLaren-Andretti-Indy.
 
“A verdade é que eu nunca vi nada igual, tanta gente vendo apenas um carro na pista, ver online. Agradeço a todo mundo que assistiu, a toda a repercussão que houve. No começo, você acha que são os seus fãs por causa desse desafio interessante, os fãs da McLaren, que volta às 500 Milhas, mas foi uma repercussão que ultrapassou as expectativas. Está todo mundo esperando pelas 500 Milhas”, declarou o piloto durante entrevista coletiva às emissoras de TV na Espanha.
 
Sobre o fim de semana do GP da Espanha em si, as expectativas não são muitas, mesmo com as atualizações que a McLaren desenvolveu para este início de temporada europeia na F1. “Primeiro, temos de melhorar nossa performance. Ainda somos muito lentos, e isso é algo que leva tempo, não há soluções mágicas do dia para a noite. Então a verdade é que preciso começar a colocar tudo no lugar”, disse.
Alonso está feliz da vida com a chance de desbravar uma nova fronteira na América (Foto: Reprodução/Twitter)
“Depois de quatro corridas e quatro abandonos, tomara que este GP seja a corrida em que as duas McLaren terminem a prova. Vamos ver o começo de um ‘mini campeonato’ para nós. Temos de ver na pista como o carro se comporta. Todas as equipes trouxeram melhorias para este GP, então vamos ver como vão se comportar as nossas. Terminar nos pontos no domingo e com as duas McLaren terminando a corrida seria um passo bastante otimista, mas acho que temos de melhorar muito para conseguir isso”, afirmou Fernando, em tom realista.
 
 
O desafio de só virar à esquerda
 

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Questionado sobre as diferenças entre um carro da F1 e da Indy, Alonso explicou que a pilotagem em um oval como Indianápolis é completamente diferente do que já experimentou antes na carreira. “São muitas, muitas. O carro da Indy está projetado para basicamente virar à esquerda, com acertos assimétricos, com pneus direitos que são maiores que os esquerdos, o diâmetro, tudo preparado para virar à esquerda. Então, quando você está na reta, o carro não está ao natural. Portanto é preciso mudar um pouco o chip”, comentou Alonso, que recordou um pouco da sua evolução gradual durante seu primeiro teste em Indianápolis.

 
“Desde a primeira volta à última ganhei muita confiança, consegui me adaptar o mais rápido possível, e acho que as sessões de treinos que vamos ter na semana que vem, a classificação e a preparação para corrida no dia 28 vou estar mais à vontade. Nunca vai ser o mesmo, até porque é uma pilotagem muito diferente. A cada dia você lê muita informação da Indy, você vê uma corrida, alguma coisa que o pessoal da equipe te manda. E ao mesmo tempo tem a F1, as mudanças que há [para Barcelona], então estão sendo dias bem intensos, de muito trabalho. Mas quando você conhece as técnicas de um e outro carro, você se adequa mais rápido”, explicou.
 
No fim das contas, Alonso não deixou de mostrar a animação com o seu momento na carreira com a chance de desbravar uma nova fronteira na carreira e conquistar a América.
 
“Foi uma experiência enriquecedora. Acelerar um carro tão diferente, com técnica tão diferente, num circuito tão diferente e, ao mesmo tempo, com as grandes emoções pelo lugar em que você está, pelo respeito que você tem de ter à velocidade, à categoria, a Indianápolis como grande um templo da velocidade”, declarou. 
Fernando Alonso exaltou a grandeza de Indianápolis e sua história (Foto: McLaren)
“São emoções e circunstâncias únicas que vivi com grande entusiasmo. É um tipo de pilotagem que requer uma sensibilidade incrível para dominar o carro e dominar essa pouca carga aerodinâmica, e um fator muito importante é a confiança no carro para fazer as curvas”, continuou Alonso que, uma vez mais, procurou deixar de lado qualquer tipo de pressão por vitória no seu debute no Brickyard.
 
“Vamos ver. Em princípio, vou neste ano com o objetivo de aproveitar, de viver uma experiência única. Há uma pequena possibilidade de ganhar, porque é uma corrida em que estão abertas muitas possibilidades, não só quanto à performance, mas a sorte também conta, bandeiras amarelas, então sei que há uma mínima chance de ganhar, mas vou para lá pensando em aproveitar. Quanto à Tríplice Coroa, é algo para o futuro”, finalizou.
 
O GRANDE PRÊMIO está em Barcelona e acompanha tudo que acontece na quinta etapa do campeonato da F1 com o repórter Thiago Arantes. Acompanhe todas as atividades AO VIVO e em TEMPO REAL.
 
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