Ferrari confirma saída de Montezemolo da presidência da fábrica italiana e da equipe da F1 após 23 anos

Apesar de ter negado inicialmente, Luca di Montezemolo não é mais o presidente da Ferrari. A notícia foi divulgada pela marca italiana na manhã desta quarta-feira, encerrando assim as especulações sobre se futuro à frente da icônica empresa. O diretor-executivo do Grupo FCA, Sergio Marchionne, assume o posto de Montezemolo

Luca di Montezemolo negou em Monza, no último fim de semana, que estivesse saindo do comando da Ferrari, mas as especulações sobre seu futuro não se acalmaram. E a notícia do desligamento da chefia-mor da empresa italiana veio na manhã de quarta-feira (10), com o título: 'O fim de uma era'. Agora é oficial, portanto. O italiano deixou mesmo o cargo de presidente da fábrica de Maranello e da equipe na F1. O diretor-executivo do Grupo FCA, Sergio Marchionne, assume o posto de Montezemolo neste primeiro momento.

No comunicado, Montezemolo, figura também chave no paddock da F1, explicou que a saída tem a ver com a entrada do Grupo FCA (Chrysler Fiat Automobiles) na bolsa de valores de Wall Street, em Nova York, no próximo mês.

"A Ferrari terá um papel significativo a desempenhar junto com o grupo FCA na bolsa de valores de Wall Street no próximo mês. E isso vai abrir um novo e diferente estágio que eu penso que deve ser liderado pelo diretor-executivo do Grupo", disse.

Luca di Montezemolo deixou nesta quarta-feira o comando da Ferrari (Foto: Getty Images)

"Este é o fim de uma era e, por isso, tomei a decisão de deixar a minha posição de presidente depois de quase 23 anos maravilhosos e inesquecíveis, além dos dias em que estive ao lado de Enzo Ferrari nos anos 70", completou o dirigente, que vai permanecer ligado ao time até a entrada na bolsa de valores em 13 de outubro.

As especulações sobre o futuro do executivo italiano se intensificaram na última semana e tomaram conta do GP da Itália, em Monza. Na ocasião, Montezemolo insistiu que não tinha a intenção de deixar o cargo. E afirmou que, em março deste ano, havia feito uma oferta aos acionistas de que estaria disposto a fechar um contrato por mais três anos à frente da companhia.

Na sequência, o assunto voltou às manchetes com as críticas feitas por Marchionne, que deixou claro que o desempenho da esquadra da F1 era "inaceitável". O executivo agora é quem assume o posto de comando da marca e do time no Mundial.

"Luca e eu discutimos o futuro da Ferrari longamente. E o nosso desejo mútuo é ver a Ferrari melhorar e atingir seu verdadeiro potencial na pista. E isso levou a alguns mal-entendidos. Mas tudo se tornou visível ao longo do fim de semana", afirmou Marchionne.

Já Montezemolo agradeceu o apoio da Ferrari durante o tempo que esteve na chefia e fez ainda uma referência especial ao filho de Enzo, Pietro. Na nota à imprensa, entretanto, não há menção ao nome de Marchionne.

"A Ferrari é a empresa mais maravilhosa do mundo", falou o italiano, que iniciou sua carreira na marca como assistente do fundador ainda em 1973. "Foi um grande privilégio e uma honra liderar essa marca por tanto tempo. Eu dediquei todo o meu entusiasmo e empenho a essa empresa ao longo dos anos".

"Junto com a minha família, que era, e continua a ser, a parte mais importante da minha vida. Desejo aos acionistas, principalmente a Pietro Ferrari, que esteve sempre ao meu lado, que todos tenham muito sucesso, porque é isso que a Ferrari merece", acrescentou.

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Por fim, Montezemolo fez um agradecimento especial aos funcionários e parceiros da Ferrari, além dos torcedores. "Meus agradecimentos, primeiramente, vão para as mulheres e homens da fábrica em Maranello, nos escritórios, nas pistas de corrida e nas lojas ao redor do mundo. Eles foram os arquitetos reais do crescimento dessa companhia espetacular, das vitórias inesquecíveis e da transformação dessa marca em uma das mais fortes no mundo."

"Uma despedida calorosa e todos os meus agradecimentos vão também para os nossos parceiros técnicos e comerciais, revendedores em todo o mundo e, em especial, aos clientes e colecionadores, cuja paixão eu compartilho sinceramente. Os meus pensamentos também estão com os fãs que sempre nos apoiaram com grande entusiasmo, especialmente nos momentos difíceis da equipe", finalizou.

Sob o comando de Montezemolo, a Ferrari conquistou oito títulos de construtores e seis entre os pilotos. Também foi o italiano que promoveu a reestruturação do time na metade dos anos 90, quando chamou Jean Todt para chefiar a equipe na F1. Em 1996, a contratação de Michael Schumacher mudaria a história do time. Com a chegada dos engenheiros Ross Brawn e Rory Byrne na sequência, a esquadra montou uma força-tarefa que a fez dominar a F1 entre 2000 e 2004, período em que o alemão venceu cinco de seus sete títulos no Mundial.

A última grande conquista do time vermelho foi em 2008, quando levou a taça entre as equipes. Kimi Räikkönen foi quem assegurou o último título entre os pilotos para a Ferrari, em 2007.

Atualmente, escuderia vermelha ocupa a quarta colocação no Mundial de Construtores, com 162 pontos, contra 424 da líder Mercedes. Fernando Alonso é o mais bem colocado piloto ferrarista na tabela. O espanhol está em quinto, com 121. O último triunfo da esquadra aconteceu no ano passado, no GP da Espanha, com Alonso.

 A saída de Montezemolo é imprescindível para que a Ferrari volte a vencer? 

As imagens de Luca di Montezemolo
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