FIA divulga lista definitiva de restrições nas comunicações entre pilotos e equipes com validade a partir do GP da Austrália

Na esteira do fim de semana que abre a temporada 2016 com a disputa do GP da Austrália, Charlie Whiting, diretor de corridas da FIA, veio a público para confirmar e atualizar a lista de restrições sobre as comunicações entre pilotos e equipes via rádio, em vigor já a partir de Melbourne

Uma das mudanças mais importantes na F1 para a temporada 2016 diz respeito à restrição na comunicação entre pilotos e equipes por meio do rádio. A FIA (Federação Internacional de Automobilismo), buscando tornar as corridas mais imprevisíveis e explorar a inteligência e a capacidade de improviso dos competidores, determinou uma série de restrições sobre o que pode ser conversado durante as corridas e atualizou sua lista de forma oficial neste fim de semana que marca a abertura do Mundial em Melbourne, na Austrália.
 
Em nota assinada pelo diretor de corridas da FIA, Charlie Whiting, a entidade confirmou que vai permitir troca de informações relacionadas à segurança dos pilotos, por exemplo, mas elevou o número de restrições e limitações sobre o que poderá ser comunicado às equipes não só via rádio, mas também os pit-boards, as placas usadas pelos times no pit-wall da F1.
 
No que diz respeito à lista original de restrições, agora a FIA determina que só será possível ao piloto notificar a equipe sobre uma falha crítica no carro se “a falha de um componente ou sistema é iminente e potencialmente terminal”. Na esteira disso, quanto aos tempos de volta e detalhes do setor da pista, os pilotos só podem ser informados sobre o seu próprio desempenho e não dos seus oponentes. 
As comunicações entre equipes e pilotos serão muito mais restritas em 2016 (Foto: Getty Images)
Da mesma forma, informações sobre pit-stops só podem ser fornecidas pelas equipes aos pilotos, e vice-versa, na volta em que o piloto teoricamente entrar nos boxes, mas não antes.
 
As restrições aumentaram com a retirada de uma série de formas de comunicação outrora autorizadas pela FIA, como: informar as diferenças entre os carros na fase de classificação para melhor posicionar o carro para uma volta limpa, a escolha de pneus do próximo pit-stop e o número de voltas que um oponente fez com um set de pneus durante a corrida.
 
Também fazem parte da nova lista de restrições mensagens sobre a especificação de pneu de um oponente, informações sobre a estratégia de um oponente, mudança de posição da asa dianteira no pit-stop seguinte, avisos sobre os limites da pista e a quantidade de voltas para o fim da corrida. 
 
Mensagens codificadas também estão no foco de restrições da FIA, que garantiu que vai fiscalizar para evitar que as equipes e pilotos usem tal recurso. A entidade avisa que “o que suspeitamos que tiver sido usado como uma mensagem cifrada para uma finalidade distinta, e isso inclui um pedido para um piloto, é suscetível de ser considerada uma infração ao artigo 20.1 do Regulamento Esportivo e será reportada aos comissários.
 
As mensagens permitidas pela FIA são as seguintes:
 
– Confirmação de que a mensagem de um piloto foi ouvida; 
 
– Indicação de um problema crítico com o carro, e qualquer mensagem neste sentido só poderá ser usada se uma falha de um componente ou sistema for iminente ou potencialmente terminal;
 
– Informações relativas a danos no carro; 
 
– Instruções para selecionar os padrões de um piloto com o único propósito de amenizar a perda de função de um sensor ou controlador cuja degradação ou falha não tenha sido detectada pelo software on-board. Em acordo com o Artigo 8.2.4, qualquer nova escolha não deverá melhorar a performance do carro em comparação com antes da perda da função; 
 
– Instrução para entrar no pit-lane para consertar o carro ou abandonar a prova;
 
– Indicação de um problema com o carro de um oponente;
 
– Informação dos comissários (bandeira vermelha, bandeira azul, bandeira amarela, safety-car, safety-car virtual, largada abortada ou quaisquer instruções similares, informações da torre de controle);
 
– Transmissão de mensagem a partir da torre de controle de corrida (e isso exclui a contagem regressiva para o início da volta de apresentação e dizer ao piloto que o último carro assumiu sua posição no grid ao fim da volta de apresentação);
 
– Pista molhada, óleo ou detritos nas curvas;
 
– Informações sobre o clima;
 
– Informações sobre tempos de volta ou tempos de setor do piloto;
 
– Tempo de volta detalhado de um oponente;
 
– Ajudar alertando sobre o tráfego e diferenças para outros competidores durante treinos livres ou corrida; 
 
– Instruções sobre troca de posição com outros pilotos;
 
– Número de voltas remanescentes para o fim de um treino ou uma corrida;
 
– Posição de pista durante um treino ou uma corrida;
 
– ‘Acelere forte’, ‘acelere agora’, ‘você está em determinada colocação’, ‘mantenha a calma’, ou qualquer informação semelhante;
 
– Quando entrar nos boxes (ou ir para o grid durante as voltas de alinhamento), qualquer mensagem neste sentido só vai poder ser usada se o piloto entrar nos pits nesta volta;
 
– Lembranças sobre o uso de limitador de velocidade, mudança no ajuste dos pneus para ajustar os pneus ao carro ou para checar a presença de linhas brancas e luzes de advertência na entrada e saída dos boxes;
 
– Infrações cometidas pelo piloto da equipe ou oponente, como cortar caminho pela chicane ou fora da pista, punição por tempo a ser aplicada, etc;
 
– Notificar se o DRS está ativo ou desativado;
 
– Informar sobre uma falha no sistema de ativação do DRS;
 
– Vazamento de óleo;
 
– Informações obtidas durante treinos como, por exemplo, mapeamento aerodinâmico.
 
As modificações e suas respectivas restrições e permissões terão validade a partir deste fim de semana em Melbourne, palco do GP da Austrália de F1.
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