Membro britânico do Parlamento Europeu, Anneliese Dodds pede uma investigação sobre a transação, já que entende que é “extremamente provável” que a venda tenha violado a lei europeia como resultado de um conflito de interesses da FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Na visão de Dodds, o negócio celebrado foi uma clara quebra de um acordo feito entre a FIA e a União Europeia anos atrás para evitar conflitos de interesse.
Desta forma, na manhã desta quinta-feira (16), a FIA publicou um comunicado se defendendo das acusações sobre conflito de interesses nas negociações para a venda da F1 ao Liberty Media e garantiu que tudo foi feito dentro da legalidade.
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A FIA vai ter de se explicar à União Europeia sobre um possível confito de interesses na venda da F1 (Foto: Carsten Horst)
A entidade se posicionou ao dizer que “tomou conhecimento de certas declarações e comentários, claramente imprecisos ou maliciosos, relacionados a este processo. A luz disso, a FIA gostaria de esclarecer mais uma vez que: em primeiro lugar, o prêmio atribuído ao Mundial de F1 é feito conforme os acordos bilaterais existentes entre cada equipe e a detentora dos direitos comerciais. A FIA não tem conhecimento de tais acordos”, assegurou.
“De acordo com os acordos celebrados em 2001, por 100 anos, a FIA poderia apenas ter recusado seu consentimento caso a mudança no controle alterasse materialmente a capacidade do detentor dos direitos comerciais de cumprir com suas obrigações. É óbvio que a tomada de controle do Formula One Group pelo Liberty não cria esse risco, e ninguém jamais sugeriu uma visão diferente a esse respeito”, complementou.
A entidade concluiu sua defesa ao mostrar que “ficaria naturalmente feliz em demonstrar a ausência de qualquer conflito de interesses a qualquer autoridade competente que assim o solicitar. Mais uma vez, a FIA aguarda com expectativa a sua colaboração com o Liberty e com o Formula One Group para criar uma relação construtiva que assegure o sucesso contínuo e o desenvolvimento do Mundial de F1 e da FIA a longo prazo”.
Correspondente do ‘Times’, Rebecca Clancy afirma que uma investigação completa da transação foi apoiada pelo Comitê de Assuntos Econômicos e Monetários “e espera-se que seja votada”.
“A Comissão não tem obrigação de iniciar uma investigação, mas uma votação bem sucedida aumentaria a pressão para fazer isso”, afirmou Clancy. Ainda de acordo com a jornalista, o desfecho do caso pode ser uma multa no valor de US$ 168 milhões (cerca R$ 522,5 milhões).
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