Grande personagem do ano, Alonso se põe nos holofotes e vira fator influente até no mercado de pilotos da F1

Fernando Alonso foi um dos grandes personagens da temporada e ninguém duvida. E mais do que isso, o espanhol soube se colocar nas manchetes e exerceu uma influência poucas vezes vistas no paddock por um piloto. O bicampeão tanto fez que conseguiu não só a McLaren encerrar o acordo com a Honda, mas também alterar o line up de outras equipes

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Fernando Alonso é o piloto mais influente do grid da F1. Mesmo longe da briga por títulos e vitórias desde que deixou a Ferrari em 2014, o espanhol sabe como ninguém se manter em evidência e quase imprescindível para a maior das categorias. E, neste ano, Alonso mostrou ainda mais essa habilidade. Quando percebeu, ainda durante a pré-temporada, que a Honda novamente errara com o motor, Fernando soube que enfrentaria um novo campeonato sem grandes resultados e muita frustração.

 
Dito e feito, todas as falhas apresentadas em Barcelona foram replicadas já no início do Mundial. Foram três abandonos nas quatro primeiras etapas – e mais um final de corrida decepcionante no Bahrein, quando ficou sem potência da unidade japonesa. E foi diante desse cenário que Alonso compreendeu que era hora de expandir suas ações. Dessa forma, ainda em abril, o #14 anunciou em conjunto com a McLaren a decisão de correr nas 500 Milhas de Indianápolis, o que escancarou a insatisfação com a Honda e a total ausência de esperança em uma melhora.
Fernando Alonso não viveu uma temporada fácil em 2017 (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)

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A participação na maior corrida da categoria norte-americana elevou Alonso a um novo patamar no automobilismo mundial. Milhares de pessoas acompanharam a prova com atenção no IMS e até a F1 se rendeu ao desafio aceito por Fernando. E a presença em Indy foi tão acertada que, mais do que performance soberba, ajudou o asturiano a entender que há, sim, uma grande chance de tentar se tornar o maior piloto do mundo. Isso porque agora o espanhol já se prepara para tentar as 24h de Le Mans. Esse é Alonso em busca da Tríplice Coroa.

 
Mas desejos à parte, Fernando precisou se voltar à F1. O veterano ainda quer o tricampeonato. Só que com o conjunto McLaren-Honda seria impossível. Diante de uma sequência de punições e trocas de motor ao longo de 2017, o bicampeão perdeu a confiança e a fé nas promessas dos engenheiros de Sakura e não tardou para começar a pressionar interna e externamente os chefes de McLaren e Honda. O ultimato veio no início da segunda fase da temporada, quando intensificou a pressão por uma solução. 
 
Fernando deixava claro, no entanto, que sua lealdade estava com a esquadra britânica, mas que havia uma condição: a mudança de motor. Mesmo negando, a cobrança imposta ficava evidente a cada entrevista: "Temos de esperar e ver como a situação se desenrola. Uma das opções sobre a mesa é a mudança de motor. A McLaren tem de tomar a sua própria decisão antes que eu tome a minha. Eu tenho a intenção de ser leal à equipe", garantiu.
 
"Ficar três anos sem ser competitivo é o limite para uma equipe como a McLaren, uma das melhores da história da F1. Minha renovação vai depender da decisão da McLaren. Acho que tudo se resolve nesta semana."
 
Quer dizer, em uma temporada ainda mais desastrosa – ninguém abandonou mais provas que o #14 -, Alonso decidira que era "ou eu ou eles". E a esquadra inglesa escolheu o piloto de 36 anos. Mas ainda tinha de lidar com a Honda.
Fernando Alonso continua na McLaren em 2018, mas agora empurrada pelos motores Renault (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)
Por isso, se jogou em uma jornada para tentar moldar uma estrutura mais competitiva ao seu redor. Em uma frente, Alonso cobrava abertamente, critica e falava até em deixar a F1. De outro, trabalhava internamente com a McLaren – cujo chefe Zak Brown se mostrou um importante aliado e apoiador. Foram muitas reuniões. Até mesmo os chefes da F1, no papel de Ross Brawn, entraram nas negociações. E a solução achada foi a Renault. Mas o acordo envolveu muito mais do que uma simples troca de fornecedor de pneus.
 

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A tensa negociação testemunhou não só uma quebra de contrato desordenada entre McLaren e Honda, mas também conversas com a Renault, a Toro Rosso e muitos milhões de euros. Antes de mais nada, é preciso dizer que os japoneses não queriam deixar a McLaren e desejavam, ao invés disso, ter mais uma equipe para fornecer motores. A cúpula do Mundial – leia-se a Liberty Media e FIA – também não queria que a montadora do Japão saísse do campeonato. Por isso, acabou tendo de se envolver e reabrir as conversas com a Red Bull/Toro Rosso, que antes foram fechadas por divergências financeiras. 
 
Quando a situação chegou ao limite, com Alonso pressionando e a McLaren desesperada, uma reunião em Monza, durante o GP da Itália, tratou de alinhar os objetivos. Ou seja, a parceria entre os ingleses e os nipônicos tinham de se desfazer, para dar lugar a Renault. Os franceses fizeram suas exigências e a Red Bull também – afinal, os austríacos teriam de dividir as atenções com os gauleses. Não teve jeito. E todos tiveram de ceder. 
 
À Honda coube ficar com a Toro Rosso, que aceitou obedientemente.  Os nipônicos, coitados, pressionados e sem uma garantia, também tiveram de engolir a troca. Por conta de toda a reviravolta, a Renault exigiu a vinda de Carlos Sainz para sua equipe fábrica, e os rubro-taurinos tiveram de aceitar. E só assim, com um contrato firmado entre McLaren e Renault, Alonso se viu feliz para enfim assinar o papel. E agora o bicampeão talvez tenha a última chance de voltar a protagonizar a F1, mas por resultados na pista.
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