Há 20 anos, Senna vencia GP de Mônaco pela sexta e última vez e destronava Graham Hill
Maior vencedor do GP de Mônaco, Ayrton Senna venceu a prova mais famosa do Mundial de F1 seis vezes entre os anos de 1987 e 1993 e é chamado de 'Rei de Mônaco'
Em 23 de maio de 1993, o Principado de Mônaco conhecia um novo rei: Ayrton Senna. Naquele dia, o brasileiro venceu pela sexta vez nas ruas de Monte Carlo, a quinta consecutiva, e quebrou o recorde de vitórias de Graham Hill em um dos circuitos mais tradicionais do Mundial de F1. Essa marca persiste até hoje.
A relação especial de Senna com Mônaco teve início no primeiro ano do piloto na F1, 1984. Com o limitado Toleman-Hart, a então promessa do automobilismo deu um show na chuva e terminou na segunda posição, atrás apenas de Alain Prost. O primeiro triunfo veio em 1987, com a Lotus-Honda. A partir de 1989, já com a McLaren, ninguém conseguiu batê-lo no Principado.
Para aquela corrida de 1993, contudo, Senna não chegou como favorito. Vice-líder do campeonato após cinco etapas, ele perseguia Alain Prost e a mágica Williams-Renault. E o fim de semana não começou nada bem para Ayrton, que sofreu um forte acidente no primeiro treino livre da quinta-feira.
No fim da reta dos boxes, a McLaren saiu de seu controle ao passar por cima de uma ondulação. Com o impacto, Senna lesionou a mão. No sábado, mais dificuldades: ele rodou duas vezes durante o treino classificatório e ficou só com a terceira posição no grid de largada. A primeira fila foi formada por Prost e Michael Schumacher, de Benetton.
Sua sorte começou a virar milésimos de segundo antes da luz verde acender: Prost queimou a largada. A infração rendeu um stop-and-go de dez segundos ao francês. Para piorar, quando entrou nos boxes para cumprir a punição, ele deixou o carro morrer duas vezes e perdeu ainda mais tempo.
A liderança, então, passou para o alemão Schumacher, que tinha uma vantagem até que confortável para Senna. Isso até a 33ª volta, quando o sistema hidráulico da Benetton falhou e resultou no abandono do piloto. Naquele momento, o brasileiro tomou a dianteira e nela permaneceu pelas 45 voltas seguintes, cruzando a linha de chegada com quase um minuto de vantagem para o filho de Graham, Damon Hill. Jean Alesi completou o pódio, e Christian Fittipaldi conquistou um impressionante quinto lugar com a Minardi.
"Eu vinha visualizando esse resultado já mesmo antes da largada. Tinha muito desejo da vitória depois do acidente. Mentalmente, não desisti. Pensei muito nela na noite de sábado, cheguei a titubear um instante, mas realmente pensei muito nessa vitória e ela veio do jeitinho que tinha que vir", declarou o tricampeão após a prova.
A oportunidade de quebrar o recorde de Graham Hill serviu de estímulo, ele admitiu. "Quando percebi que tinha chances de bater o recorde do Hill, estabeleci isso como um dos grandes objetivos da minha carreira", falou. "Mônaco é muito especial para mim. O nível de concentração necessário para se chegar ao fim desta corrida é um teste, um desafio. Não se pode dar espaço para nenhum erro bobo de julgamento na hora de ultrapassar um retardatário ou virar numa curva", completou o recém-coroado 'Rei de Mônaco'.
Senna não teve a chance de aumentar seu número de vitórias no Principado. Duas semanas antes da edição de 1994, o piloto bateu forte na curva Tamburello, em Ímola, no GP de San Marino, e morreu aos 34 anos. Em homenagem a ele e ao austríaco Roland Ratzenberger, que também perdeu a vida naquele fatídico fim de semana na Itália, a primeira fila do grid de largada em Mônaco foi deixada livre, com a pole-position 'reservada' para o brasileiro, que largou cinco vezes da posição de honra no circuito.
Depois de 1993, o piloto que mais se aproximou de derrubar o recorde de Senna foi Schumacher, que venceu pela primeira vez em 1994. O alemão ainda ganhou em 1995, 1997, 1999 e 2001. Dos pilotos em atividade, os únicos que venceram mais de uma vez no Principado são Fernando Alonso (2006 e 2007) e Mark Webber (2010 e 2012).
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