Honesta e estagnada, Toro Rosso se prepara para saltar no ‘precipício Honda’ em ato de servidão-mor à Red Bull

No que parecia ser apenas mais um ano em que a Toro Rosso ocuparia suas posições de meio de pelotão sem dar grande salto ou tomar voltas, o mundo da F1 empurrou a equipe italiana para os disfuncionais braços da Honda. A Toro Rosso, provavelmente, vai tentando preparar um terreno sinuoso e minado para a Red Bull construir nova edificação nos próximos anos

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A temporada 2017 marcou o retorno da Toro Rosso para o mesmo nível das rivais. Sim, porque depois de toda a competição de bravatas e esperneio entre Red Bull e Renault durante o decorrer do ano de 2015, ficou fechado que a marca dos energéticos utilizaria os motores franceses rebatizados de TAG em 2016, a própria Renault voltaria à cena como equipe de fábrica e, então, não poderia produzir unidades de potência para a Toro Rosso. Num duro golpe, o time italiano passou o ano passado usando motores 2015 da Ferrari, defasados e que fizeram os chassis bem desenhados serem ultrapassados por potência em motores mais desenvolvidos.

 
Tudo isso estava pronto para findar nesta jornada. Não tinha polêmica, a Renault voltou à baila para fornecer motores 2017 e a ida de Max Verstappen para a Red Bull fez a irmã mais velha ficar com uma dupla mais do que garantida por lá – o holandês e Daniel Ricciardo. Carlos Sainz Jr seguir para um terceiro ano em Faenza foi um presente ao qual a Toro Rosso devia agradecer à complexa academia da Red Bull, e Daniil Kvyat, que já teve lá seus momentos de propriedade, seria um bom nome se tivesse com a cabeça minimamente recuperada do rebaixamento e subsequente fiasco do ano que passou.
 
E, de fato, a temporada ia mostrando um projeto da Toro Rosso forte novamente. Fruto da mão de James Key, o projetista que é tido pelos lados da ponte Milton Keynes-Faenza como um aprendiz de Adrian Newey. Key é o diretor-técnico da equipe italiana desde 2012, quando tinha 40 anos de idade, e é inegável a forma como tirou do papel para a realidade bons projetos com propriedades financeiras bastante razoáveis – de equipe B, pois.
 
As expectativas que Key, junto da chefia de Franz Tost, criaram nos últimos anos, é que pareciam trair ambos numa temporada aceitável. A Toro Rosso ocupava a sexta colocação do Mundial de Construtores – logo atrás da Williams, uma escuderia com mais dinheiro, mais experiência, gente e expectativa; à frente da Haas e da Renault, um time de fábrica, além da McLaren. Mas de quem muito se via limitações por um motor deficitário um ano atrás, a Toro Rosso ensejou uma campanha impressionante que o motor Renault 'do ano' evidenciou que a equipe não tem cancha para entregar. Para quem ameaçou um grande salto, a Toro Rosso entregou estagnação.
Carlos Sainz (Foto: Beto Issa)

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E Sainz. O espanhol foi a maior discussão da equipe na primeira de 2017. Sainz sabe que tem condições de guiar por uma esquadra maior e que há quem o queira – talvez não pelo preço que a Red Bull exigiria para liberá-lo orginalmente. Por isso foi que Carlos disse o que queria e ouviu o que não gostaria de ter escutado como réplica de Christian Horner e Helmut Marko, a cavalaria do touro alado. 

 
Mas a metade do ano virou. Se em determinado momento, quando o acordo da Sauber com a Honda afundou, já haviam falado da Toro Rosso em conversas com os japoneses, deu-se pouca bola. Fazia quase nenhum sentido e não tinha pinta de avançar. Não avançou, aliás. A situação mudou de figura, pois, nas últimas semanas. Fernando Alonso, num ponto completamente alheio da Europa e do paddock aonde está a Toro Rosso, perdeu as estribeiras de vez com a Honda e mandou avisar McLaren, Renault e a quem quer que fosse que Zak Brown e a Woking precisavam fazer uma escolha. Agora, para 2018, ou será Alonso ou será a Honda, mas tudo não dá para ter.
 
Claro, a McLaren quer Alonso. E Alonso quer a Renault. 
 
Por isso, a McLaren quer a Renault e foi atrás. A luz verde chegou para uma negociação, mas com uma condição na qual todo mundo, da FIA à Renault, estava envolvido: a Honda precisa ficar. São apenas quatro montadoras afinal, e a saída de uma delas representaria algo potencialmente desastroso para a F1. 
 
De volta com as conversas com a Honda – péssima em tudo que tentou fazer desde que voltou à F1, em 2014 -, uma Toro Rosso que segue fazendo um trabalho honesto, mas agora dá a sensação de estar estagnada. O negócio parece iminente. E não significa de cara que a Toro Rosso saia totalmente do guarda-chuvas da Red Bull, pelo contrário. Com a Renault abastecendo a sua própria equipe e agora a McLaren, não é um absurdo imaginar que a Red Bull esteja salivando para sair desta situação. Se alguns anos de Toro Rosso fizerem a Honda sair do fundo do poço, pode ser o ato mais útil da filial italiana no cerne de servir a irmã maior desde que abriu espaço para Sebastian Vettel ser titular a valer na F1.
Daniil Kvyat (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
É uma situação complexa. A troca faz com que a Red Bull comece a aceitar o fato de que a irmã menor vá andar no fim do grid no ano que vem e que, portanto, não vale a pena se apegar a manter Sainz nos quadros a qualquer custo. A negociação para deixá-lo ir à Renault, que antes estava emperrada, agora anda – contanto que ela seja temporária e Sainz possa voltar para a Red Bull no caso de necessidade. 
 
Assim sendo, a Toro Rosso terá um Danill Kvyat a quem já disseram mais de uma vez que querem renovar. Mas o russo faz a segunda temporada seguida em baixíssimo nível, vai muito mal e já tirou o companheiro de duas corridas diferentes. Kvyat tem só quatro dos 40 tentos da escuderia, o que é péssimo. Além dele, é sabido que a Honda tem a intenção de colocar um piloto japonês no grid: o único que ela patrocina e está perto o bastante para tanto é Nobuharu Matsushita, hoje na F2, e que não é exatamente visto como um grande talento. A outra alternativa a um destes dois seria Pierre Gasly, o campeão da GP2 em 2016, primeiro da fila da academia da Red Bull. Mas o espaço do jovem francês parece cada vez mais atarracado.
 
Pela F1 e especialmente para arar um solo extremamente sinuoso e até minado para a Red Bull construir daqui a algum tempo, a Toro Rosso vai pular de olhos vendados no precipício Honda. Todas as mãos do deck!
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