Kobayashi diz que F1 subestima Mundial de Endurance e afirma: “Nós temos a mente mais aberta”

Kamui Kobayashi já conheceu os sabores e dissabores de ser um piloto de F1. Sua estreia no Mundial, ainda pela Toyota, foi marcante, e na Sauber, entre 2010 e 2012, teve a trajetória marcada pelo pódio no GP do Japão de 2013, pelo arrojo e destemor nas manobras de ultrapassagens. Algo que lhe valeu, entre os brasileiros, o apelido de ‘mito’. Mas o japonês, hoje com 29 anos, viu as portas fechadas do Mundial por não ter patrocínio para seguir na Sauber. Em 2014, Kobayashi voltou ao grid como piloto da Caterham, que faliu ao fim daquele ano.

 

Neste tempo, Kobayashi teve a chance de conhecer outro universo. Em 2013, por meio da Ferrari, integrou o Mundial de Endurance na classe GTE Pro pela equipe AF Corse, tendo a oportunidade de disputar as 24 Horas de Le Mans. Após o fracasso com a Caterham, Kamui voltou ao Japão para disputar a Super Formula e, em 2016, foi oficializado como piloto titular da Toyota no WEC após a aposentadoria do austríaco Alex Wurz.

No Mundial de Endurance, agora na classe principal, o japonês tem a chance de conhecer o ápice da tecnologia da categoria e acredita que é, por vezes, superior à F1. Mas Kobayashi entende que o WEC não tem a atenção merecida. Não só por parte da F1 como até da própria cobertura jornalística.

 

“Acho que o pessoal da F1 subestima o Mundial de Endurance, mas a quantidade de esforço que o WEC coloca no desenvolvimento do carro é muito alta, e é claro que às vezes é mais alto do que eles empregam em alguns casos na F1”, declarou o piloto durante entrevista ao site norte-americano ‘Motorsport.com’.

 

Kamui citou Fernando Alonso como exemplo de competidor que tem o desejo de correr no Endurance. Nos últimos dias, o bicampeão do mundo reiterou a vontade de disputar (e vencer) as 24 Horas de Le Mans. “Acho que nós temos a mente mais aberta atualmente. Acho que todo mundo pode perguntar a Fernando o que ele quer depois da F1, e ele falou sobre isso mais de uma vez que ele pensa em outras categorias.”

 

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“Acho que a mídia foca atualmente na F1. Este é o problema. Os pilotos de agora têm a mente aberta”, salientou o nipônico, que deu outro exemplo, o de Nico Hülkenberg, que venceu em Le Mans no ano passado. “Nico, por que ele corre na LMP1 enquanto segue ativo na F1? Por quê? Por sua paixão por correr, pela paixão por fazer algo grande.”

 

“Acho que nosso pensamento é diferente. Acho que a mídia acha que só a F1 é o que há de melhor. Há muito dinheiro, há muitas mulheres bonitas, talvez seja isso”, ironizou.

 

Por fim, Kobayashi resolveu fazer um convite inusitado a Alonso: correr na Super Formula Japonesa. “É incrível, é uma competição de alto nível. Quero pedir a Fernando que ele venha e corra aqui. Ele ficaria surpreso por ver o quão forte é”, concluiu.