Mallya deixa função de diretor e é substituído pelo filho, mas garante permanência no comando da Force India

Um documento da Companies House, agência do governo britânico responsável por registros mercantis e societários, oficializou a saída de Vijay Mallya como diretor da Force India desde o dia 24 de maio. Mas o empresário indiano, que entregou a função ao filho para “não afetar a equipe com seus problemas legais”, permanece como comandante da Force India, que ajudou a fundar em 2008

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Vijay Mallya deixou a função de diretor da Force India há uma semana, no dia 24 de maio. A saída do empresário indiano da função, contudo, não representa seu adeus à equipe. Ao contrário, Vijay continua como chefe do time quarto colocado no Mundial de Construtores nos dois últimos anos. O documento emitido pela Companies House, agência do governo britânico responsável por registros mercantis e societários, oficializou a saída de Mallya como diretor. O empresário vai ser substituído na função pelo próprio filho, o ator nascido em Los Angeles Siddarth (Sid) Mallya, de 31 anos, que também é diretor da Royal Challengers Bangalore, equipe de críquete da Índia.

 
“Meu filho Siddarth foi nomeado em meu lugar no conselho da Force India. É isso. E eu continuo como chefe da equipe”, confirmou Mallya em entrevista publicada pela revista britânica ‘Autosport’ pouco depois do documento da Companies House vir à tona. “Simplesmente decidi que meu ilho iria me substituir. Tenho meus problemas legais para tomar conta, então é melhor que a empresa não seja afetada. E é melhor que meu filho me substitua”, comentou.
 
O histórico da Companies House sobre a Force India mostra toda a trajetória societária antes mesmo da criação da equipe, em 2008. A origem da empresa foi a Totas Euroservices, entre agosto de 1989 e junho de 1990. 
Vijay Mallya passou a função de diretor ao filho, mas continua no comando da Force India (Foto: Force India)
A companhia foi comprada pela Jordan Grand Prix, que entrou na F1 como equipe em 1991, sendo revendida para o grupo russo Midland no fim de 2005. MF1 e Spyker sucederam a Midland antes desta ser adquirida em definitivo pela Force India, liderada pelo bilionário indiano Vijay Mallya.
 
Ao passo em que a Force India cresceu a cada ano como equipe, chegando ao auge nas duas últimas temporadas, em que chegou ao quarto lugar do Mundial de Construtores, como a ‘melhor do resto’ depois das poderosas Mercedes, Ferrari e Red Bull, Mallya passou a enfrentar problemas com a justiça indiana.
 
A principal acusação de Mallya perante o governo indiano diz respeito às dívidas bilionárias deixadas pela sua empresa de companhia aérea, a Kingfisher, que entrou em colapso em 2012. O empresário não honrou os pagamentos das multas relacionadas à Kingfisher, e as dívidas foram aumentando, mas Mallya não as honrou e passou a ser procurado pela polícia local. A fraude a bancos estatais por meio de empréstimos não pagos ultrapassa € 1 bilhão, ou mais de R$ 4,35 bilhões na cotação atual.
 
O empresário fixou residência no Reino Unido para fugir da possibilidade de ser preso, mas a justiça indiana buscava desde 2016 meios legais de extraditar Mallya, que evitou ao máximo aparecer em público nos últimos tempos. Uma das raras vezes foi no GP da Inglaterra em 2016, em Silverstone, casa da Force India, e também no lançamento do VJM10, em fevereiro do ano passado. 
Sergio Pérez garantiu mais um pódio para a Force India ao terminar em terceiro no GP do Azerbaijão (Foto: Force India)
Desde então, Mallya chegou a ser preso duas vezes na Inglaterra, mas conseguiu liberdade poucos dias depois. Atualmente, Índia e Reino Unido trabalham juntos para tentar definir o futuro do empresário, que busca evitar a extradição para o país-natal.
 
Em 2018, Sergio Pérez e Esteban Ocon vêm marcando bons resultados nas últimas corridas. O mexicano conquistou o sexto pódio da escuderia baseada em Silverstone ao terminar em terceiro lugar no GP do Azerbaijão. E, no último domingo, Ocon cruzou a linha de chegada em sexto no GP de Mônaco, ainda que com alguma polêmica sobre ter permitido a ultrapassagem de Lewis Hamilton, da Mercedes, durante um ciclo de pit-stops.
 
Mallya, no entanto, rejeitou as especulações de que a Force India esteja à venda. “Os rumores continuam, e as pessoas falam, falam, falam… É tudo sobre o que é o paddock da F1. As finanças da Force India, quer seja ou não vendida, têm sido matéria de especulações ao longo de muitos anos”, contou. “Não estamos circulando com um sinal de que estamos à venda. O importante é que nós estamos focados em obter a melhor performance do nosso carro, e essa é a prioridade. Estamos focados em buscar mais patrocinadores”.
 
“Existem três acionistas, lembre-se. Não sou o único. Se alguém chegar com uma oferta boa e colocar dinheiro na mesa, nós vamos considerá-la em conjunto”, explicou.
 
Por fim, o chefão da Force India disse que, no momento, não chegou a tratar com a Mercedes sobre a possibilidade de o time indiano ser uma espécie de Equipe B da escuderia tetracampeã do mundo. “Não tive nenhuma discussão com a Mercedes, eles não fizeram nenhuma consulta a nós. Isso não apareceu sequer em conversas casuais”, disse o empresário, que entende que sua equipe ainda não está no mesmo nível de performance do ano passado.
 
“Nós não tivemos a melhor sorte. No ano passado nós tivemos sorte com os dois carros terminando [as corridas], e os dois nos pontos. Nesta temporada, por algum motivo, um ou outro ou os dois carros não terminaram [muitas corridas] nos pontos. Espero que isso seja corrigido à medida em que a temporada avança. Em termos de competitividade e ritmo de corrida, isso está evoluindo e melhorando ao longo do ano ao passo em que nos desenvolvemos. Estamos satisfeitos sobre onde nós estamos. Somente temos de colocar os dois carros nos pontos desde agora. Há um longo caminho a percorrer”, finalizou Vijay Mallya.
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