Mercedes já sofre com nova diva, vê rivais Ferrari e Red Bull chegarem perto e deixa Hamilton em estado de alerta

Além dos erros de cálculo aqui e ali que tiraram uma vitória que parecia certa na Austrália, a Mercedes amarga um jejum inédito desde quando passou a dominar a F1 porque tem um carro que mostra ser ainda mais temperamental que o da versão 2017. O W09 EQ Power+ é bom, mas bastante sensível a temperaturas muito altas e muito baixas. E o trato com os pneus mais macios também deixa muito a desejar

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A má performance da Mercedes na sessão classificatória do GP de Mônaco do ano passado evidenciou dificuldades, em determinadas pistas e condições, de se alcançar o melhor desempenho com os pneus. Foi quando Toto Wolff definiu o modelo prateado de 2017 como uma diva justamente por ser um ótimo carro, porém temperamental demais. Na preparação para a temporada deste ano, tanto o dirigente austríaco como Lewis Hamilton descartaram o W09 EQ Power+ como uma nova diva. Mas bastaram três corridas de um longo campeonato para evidenciar que seu DNA permanece inalterado.

 
O GP da Austrália sugeriu um domínio absoluto da Mercedes e de Hamilton. Tanto é que a diferença avassaladora de 0s664 no treino classificatório para o segundo colocado do grid, Kimi Räikkönen, mostrou que a Flecha de Prata #44 era novamente o carro a ser batido em 2018. Só que toda a performance que é exibida num circuito tão peculiar como é o Albert Park deve ser relativizada para o bem ou para o mal.
 
Vieram as corridas em circuitos ‘de verdade’. E aí a Mercedes mostrou que seu W09 tem todas as características de uma nova diva prateada. No GP do Bahrein, os pneus supermacios não casaram bem com o asfalto abrasivo e a temperatura alta em Sakhir, mesmo durante a noite, e a grande dificuldade foi encontrar a melhor janela de desempenho. Tanto é que na definição do grid de largada a Ferrari dominou e colocou Sebastian Vettel e o ‘Homem de Gelo’ na primeira fila.
Lewis Hamilton já mostra incômodo com a falta de resultados em 2018 (Foto: AFP)
Em Xangai, no último domingo, a Mercedes não se achou em momento algum com os pneus ultramacios, os mais moles do fim de semana do GP da China. Foi a primeira vez que a Pirelli adotou uma gama diferente de pneus e promoveu um ‘salto’ na sua escala: ao invés do que seria a sequência lógica de macios, supermacios e ultramacios, a fábrica de Milão levou para o Oriente os pneus médios, macios e pulou os supermacios, optando pelos ultramacios.
 
Além das dificuldades com os pneus roxos, houve um agravante que se apresentou de forma cruel à equipe anglo-alemã, sobretudo no sábado. Fez muito frio em Xangai, e a temperatura do asfalto não passou dos 15ºC no treino classificatório. Se a Ferrari tem um trato melhor com os pneus e cravou novamente a primeira fila com Vettel-Räikkönen, a Mercedes sofreu muito e amargou uma diferença tão grande como inimaginável tempos atrás: 0s5, sendo Valtteri Bottas o melhor da equipe no grid.
 
Tanto no Bahrein como na China, quando foi preciso usar os pneus médios e macios, a Mercedes alcançou melhor rendimento, refletindo os trabalhos feitos durante os testes de Barcelona, quando a equipe de Brackley alcançou a maior quilometragem com os compostos brancos e amarelos. Na prática, são os pneus que vão ser usados em praticamente toda a temporada, com exceção de uma corrida aqui ou ali — como Mônaco, para onde a Pirelli vai levar sua gama mais macia com supermacios, ultramacios e os novíssimos hipermacios. Aí talvez resida outra preocupação para os mercedinos.
Valtteri Bottas andou à frente de Lewis Hamilton tanto no Bahrein como na China (Foto: Mercedes)
Curioso notar que na maioria das pistas onde a Mercedes refletiu de maneira mais nítida seu caráter de diva no ano passado, como na Rússia, Mônaco ou em Budapeste, Bottas conseguiu tirar mais performance do carro que Hamilton. E a mesma coisa vem sendo nesta temporada. Exceção ao carro no chão que a Mercedes provou ter na Austrália, tanto no Bahrein como na China o finlandês superou o tetracampeão do mundo em ritmo de classificação e também durante a corrida. Enquanto isso, a Ferrari nadou de braçada.
 
Mesmo com um ritmo de corrida bem mais forte quando passou a calçar os pneus macios e médios, a Mercedes não conseguiu vencer nenhuma das três provas do ano, e aí foi muito mais pelo Sobrenatural de Almeida, o imponderável que mudou a história das corridas, onde as Flechas de Prata tiveram, sim, possibilidade de triunfar. Na Austrália, um erro de cálculo tirou uma vitória que parecia destinada a Hamilton. 
 
Em Sakhir, a Mercedes não esperava que a Ferrari fosse arriscar tudo ao deixar Vettel na pista com apenas uma parada, e Bottas não foi competente o bastante para superá-lo na pista. E em Xangai a cena ainda está na retina, com o incrível pulo do gato da Red Bull para levar Ricciardo ao topo do pódio. Aí, sim, era uma corrida que tinha a cara de Bottas até a batida entre os carros da Toro Rosso, que causou o safety-car que mudaria a história da corrida. Resultado: um jejum histórico da Mercedes, que jamais ficou tanto tempo sem vencer desde o início da nova ‘Era Turbo’, quando passou a dominar a F1, a partir de 20114.
 

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A falta de vitórias já começa a preocupar, principalmente Hamilton, que trabalha focado em buscar o pentacampeonato. Jacques Villeneuve, sempre ácido nos seus comentários, já vê o tetra da F1 em crise. Talvez não seja para tanto, mas claro que a curva descendente da Mercedes é um sinal de alerta, ainda mais porque a Ferrari mostrou que tem seu pacote mais forte nos últimos anos e a Red Bull avisa que não quer ser apenas a terceira força.

 
Em tese, a próxima etapa da temporada é amplamente favorável à Mercedes. O circuito de Baku, que produziu a corrida mais insana de 2017, teve o domínio de Hamilton na classificação, que enfiou mais de 1s de diferença para a Ferrari. O longo trecho de pé embaixo de mais de 2km é afeito ao motor Mercedes. Há previsão de temperaturas amenas, pendendo mais para o frio, o que pode atrapalhar mais ainda os prateados na performance com os pneus mais rápidos do fim de semana no Azerbaijão, os supermacios e os ultramacios. 
 
Agora, se a Mercedes vai conseguir se superar e se dar bem em tais condições, aí é outra história.
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