Na Garagem: carro com motor traseiro vence pela primeira vez na F1

Com Juan Manuel Fangio ‘fora’, Stirling Moss começou 1958 de olho em aproveitar a grande chance de ser campeão do mundo. O primeiro passo foi dado com o pé direito: vitória no GP da Argentina — apesar de uma lesão no olho. Foi também a primeira vitória de um carro com motor traseiro

Era a vez de Stirling Moss. Com a ‘aposentadoria’ de Juan Manuel Fangio, o britânico era o favorito para ficar com o título de 1958. Afinal, já havia sido vice em 1955, 1956 e 1957, sempre perdendo para o argentino.

 
‘Aposentadoria’ de Fangio porque o pentacampeão, embora tivesse anunciado que deixaria a F1, estava no magro grid de dez carros em 19 de janeiro de 1958. Ele disputou apenas duas provas na temporada, a outra sendo na França. 
 
Para aquele campeonato, a Maserati havia retirado a equipe de fábrica, então Fangio e Carlos Menditeguy compraram carros da marca italiana para alinhar no grid como Scuderia Sud Americana.
Stirling Moss venceu na abertura do campeonato na Argentina (Foto: Forix)
A Ferrari levou três carros para a Argentina, e o grupo de dez carros só tinha um que não era italiano: o Cooper-Climax de Moss.
 
Moss seria piloto da Vanwall em 1958, porém a marca inglesa não estava pronta para o GP da Argentina, abrindo mão de disputá-lo. A BRM também ficou de fora. Assim sendo, Moss ganhou permissão para correr por outra equipe.
 
Ele, entretanto, precisava lidar com uma lesão no olho. Dois dias antes, no que foi relatado como uma brincadeira, sua esposa, Katie, enfiou o dedo em seu olho. Meia hora antes da largada, Moss foi examinado por um médico para poder correr.
 
A pole era de quem? Sim, de Fangio, a última de sua carreira no Mundial. ‘Sir’ Stirling largou em sétimo e fez uma apresentação burocrática. Enquanto Fangio brigava com Mike Hawthorn, Jean Behra e cia., Moss foi apenas administrando seu equipamento. Aproveitou as paradas de box para assumir a ponta. No final, Luigi Musso vinha em segundo, mas imaginava que Moss ainda iria aos boxes.
 
A vitória foi a primeira da Cooper na F1, e também a primeira de um carro com motor traseiro — conceito popular na época da Auto Union, nos anos 1930, mas que havia caído em desuso. A Cooper ganharia ainda a corrida seguinte, o GP de Mônaco, com Maurice Trintignant.

Em 1958, o título ficou com a Ferrari, ainda com motor dianteiro, e Moss foi vice com a Vanwall, que utilizava o mesmo conceito. Em 1959 e em 1960, a Cooper conquistou o bicampeonato com Jack Brabham, e, de uma vez por todas, os motores traseiros começaram a ditar as regras na F1.

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