Na Garagem: Na Holanda, Piquet alcança vitória que representou consolidação na F1

Depois de conquistar sua primeira vitória na categoria, em Long Beach, Nelson Piquet despontou como postulante ao título mundial da temporada de 1980 contra Alan Jones. E o triunfo no GP da Holanda, em Zandvoort, há 35 anos, era um bom indicativo de que o brasileiro seria, definitivamente, um dos bons nomes da década

Há exatos 35 anos, em 31 de agosto de 1980, Nelson Piquet conquistava uma vitória emblemática. No GP da Holanda, disputado no tradicional circuito de Zandvoort, o então piloto da Brabham deixava para trás o ineditismo causado pelo seu triunfo no GP dos Estados Unidos-Oeste, em Long Beach, para se consolidar não somente como postulante ao título daquele ano, mas para projetar que seria um dos grandes pilotos da grande década de 1980.

Depois de um intervalo de quatro semanas após o GPs da Inglaterra, a F1 entrou num período de intensa atividade, e o GP da Holanda foi o terceiro em quatro finais de semana. Nesse período, Nelson Piquet marcou 16 pontos com sua Brabham contra dez de Alan Jones, da Williams. Ambos estariam sempre entre os primeiros da tabela.

No entanto, quem começou bem o campeonato foi René Arnoux, da Renault: o francês venceu duas das três primeiras etapas e liderava após a prova da África do Sul. Depois do GP da França, o sétimo do campeonato, Jones e Piquet começariam a abrir vantagem sobre os outros pilotos.

Após oito etapas, Jones havia vencido três corridas e Piquet, apenas uma. O brasileiro conseguiu manter a diferença em apenas seis pontos porque aproveitou melhor as oportunidades nas quais o australiano abandonou e somou 16 pontos nessas três provas (África do Sul, EUA-Oeste e Mônaco). Já o piloto da Williams conseguiu apenas dez nas duas vezes em que Piquet abandonou.

Nelson Piquet no GP da Holanda de 1980: o brasileiro vencia pela segunda vez na F1 (Foto: Forix)

O GP da Alemanha foi o décimo do certame e, após a corrida em Hockenheim, a tabela apontava 41 x 34 para o australiano: a maior diferença entre eles até então. Carlos Reutemann, com a outra Williams, era o terceiro. Mas o argentino tinha apenas 26 pontos após dez corridas. A briga ficaria mesmo entre Jones e Piquet.

Foi justamente na maratona de três corridas em quatro semanas que Piquet iniciou a recuperação na luta pelo título e marcou 15 pontos contra dez do rival. Jones foi terceiro na Alemanha e quarto na Áustria. Com problemas, foi apenas 11º na Holanda. Nesse giro pelo norte da Europa, Piquet foi quarto em Hockenheim, quinto em Zeltweg e venceu em Zandvoort. Um nas pretensões de título do ‘aussie’.

Com a Williams, Alan Jones acabou por ser campeão mundial de F1 naquele ano de 1980 (Foto: Forix)

Para o GP daquele ano, o traçado tinha modificações: uma chicane e um desenho mais fechado para a primeira curva, com o intuito de diminuir a velocidade média do circuito. Os treinos foram marcados por vários acidentes, boa parte deles com Alan Jones.

A Renault cravou dobradinha no grid com Arnoux em primeiro com 1min17s440; Jean-Pierre Jabouille veio em segundo, com 0s3 de diferença. Na segunda fila, dobradinha da Williams: Reutemann marcou 1min17s810 e Jones cravou 1min17s820. Piquet apareceu apenas em quinto, 0s030 atrás do rival na luta pelo título.

René Arnoux, com a Renault, terminou em segundo lugar há 35 anos em Zandvoort (Foto: Forix)

Na largada, Jones pulou para cima das duas Renault e assumiu a ponta. Porém, o australiano passou por cima de uma zebra na segunda volta e o carro passou a andar lento. Com isso, Jones precisou ir aos boxes e perdeu muito tempo para reparar a Williams. Arnoux reassumiu a ponta e trazia com ele Jacques Laffite, da Ligier. Reutemann, Jabouille e Piquet fechavam os cinco primeiros.

Em seguida, Gilles Villeneuve tomou a quinta posição de Piquet e Jabouille foi aos pits para trocar pneus. O brasileiro iniciou uma corrida de recuperação, retomou a posição do canadense da Ferrari e era o terceiro na 11ª das 72 voltas. Mais duas voltas, e o brasileiro havia passado Laffite e Arnoux para finalmente assumir a ponta da corrida.

Bruno Giacomelli, da Alfa Romeo, era a grande surpresa da prova: o italiano largou em oitavo, mas aproveitou as falhas de Jones, Villeneuve e a parada de Jabouille para chegar ao quarto posto. Giacomelli passou Laffite e Arnoux e já pensava em chegar em Piquet. No entanto, uma rodada fez o italiano cair para a sétima posição. De volta à pista, ele recuperou algumas posições, mas sofreu outro acidente e abandonou na volta 58.

Com o lendário patrocínio da Skol, Emerson fazia em 1980 sua última temporada na F1 (Foto: Forix)

Com muitos abandonos, apenas dez dos 24 pilotos completaram a prova. O mais grave desses incidentes aconteceu com o irlandês Derek Daly, da Tyrrell: o disco de freio falhou e o carro foi direto para a barreira de pneus, levantou voo e caiu em cima da barreira de pneus novamente. Apesar da cena assustadora, o piloto não se machucou.

Na ponta da corrida, Piquet levou o seu Brabham até o fim sem ser incomodado e conquistou a sua segunda vitória na F1. Arnoux passou Laffite e ficou em segundo lugar. Reutemann, Jean-Pierre Jarrier, com a outra Tyrrell, e Alain Prost, com a McLaren, fecharam a zona de pontuação. Com o resultado, a diferença entre os dois candidatos ao título caiu para apenas dois pontos. Piquet fazia um grande campeonato naquela que era apenas a sua segunda temporada completa na F1.

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.