No que deveria ser ano do renascimento, Honda afunda de vez e acaba achincalhada pela McLaren e rejeitada pela Sauber

A Honda esperava um 2017 para responder aos críticos e mostrar que os primeiros dois anos do retorno à F1 haviam sido apenas um aclimatação contra rivais acostumadas ao modelo em curso. No fim das contas, a resposta é totalmente inversa: um motor ainda pior, com reparos desastrosos e um sistema de relações públicas caótico que permite acordo anunciado e desfeito em três meses com a pior equipe do grid

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É uma decepção que não tem fim. Em 2014, quando a Honda deu o OK e resolveu que voltaria à F1 no ano seguinte, certamente esperava que passaria por momentos de dificuldade enquanto embarcava em algo que três rivais já faziam e entendiam há algum tempo. Não seria fácil, pois. Mas se contasse com tanto embaraço e um nível tão alto de pés pelas mãos após três anos, a Honda não teria voltado ao Mundial de F1, simples assim. O ponto de exclamação na torta da vergonha que tem sido o trabalho dos últimos anos veio com o 'não' proferido pela Sauber. Pela Sauber. São 11 pontos em 11 corridas até agora em 2017.

 
Evidente que ingressar num sistema de tamanha complexidade como a unidade de força dos motores V6 turbo contra Ferrari, Renault e Mercedes com mais tempo de rodagem seria um pique em ladeira íngreme. A Honda não escondeu que o primeiro ano era de estudo – e marcou 27 pontos naquele 2015, à frente apenas da zerada Marussia e com o que Fernando Alonso chamou celebremente de "motor de GP2" no escolhido a dedo GP do Japão. Os números melhoraram um tanto em 2016, quando Alonso e Jenson Button fizeram 76 tentos e colocaram o time em sexto lugar no Mundial de Construtores. As novas regras de 2017 davam uma excelente chance para a McLaren ver sua desvantagem findar.
 
Mesmo a Honda tinha altas expectativas. Não de estar no páreo para vencer corridas no começo da temporada, mas de iniciar o ano com a potência que a toda poderosa Mercedes tinha ao final do ano anterior. Era, afinal, a melhor chance de se tornar uma fornecedora competitiva de motor. 
 
"Claro que nós temos como meta alcançar os melhores motores do momento e, hoje, isso quer dizer chegar na Mercedes", disse o chefe da Honda, Yusuke Hasegawa, no final de fevereiro de 2017. "Eu sinto que não estamos longe de onde eles estavam no fim de 2016, mas creio que vamos alcançar isso em Melbourne", seguiu.
Fernando Alonso conversa com Yusuke Hasegawa, chefe da Honda para a F1 (Foto: Getty Images)

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E então chegou a pré-temporada. Ficou evidente que o objetivo não havia sido atingido. O rendimento e a confiabilidade eram ainda piores que nos dois anos anteriores, um completo horror. “É muito duro, muito duro. É difícil expressar o quão duro é. Estou enormemente decepcionado. Claro que percebemos que a maioria das falhas [do conjunto da McLaren] vinham da unidade de potência”, afirmou. 

 
“É justo dizer que nem tudo vem da nossa unidade de potência. Mas, do ponto de vista da performance, a maior deficiência é nossa unidade de potência. Estamos muito decepcionados. Pensamos que fosse algo muito fácil, e foi muito difícil dominar a nova tecnologia. Esse foi meu erro”, admitiu.
 
“Evoluímos com o monocilindro no banco de testes, mas quando concluímos o motor V6, então surgiram muitos problemas. Conseguimos um bom nível com o monocilindro, mas quando passamos exatamente a mesma especificação ao motor V6, não deu certo. E isso nos decepcionou muito, mas já era muito tarde. Nós demos conta disso no Natal. Desde janeiro tentamos entendê-lo. Depois de compreender os problemas, era o momento de confirmar a especificação final, e tivemos de nos comprometer”, explicou.
 
“A única coisa que posso dizer é que nos testes do dinamômetro não tivemos um problema assim, tão grande. Quando acrescentamos o câmbio, os pneus e a transmissão, tivemos alguma ressonância. Não estou culpando o chassi, nos demos conta disso também no banco de testes”, revelou.
 
O fracasso foi tamanho que a McLaren rapidamente abandonou a temporada. Em abril, resolveu que ganharia mais se envolvesse Alonso em outro evento: as 500 Milhas de Indianápolis. Um rápido acordo entre Alonso, McLaren e Andretti, todas as partes com a Honda como parceira em comum, levou o bicampeão mundial ao maior evento do automobilismo norte-americano – e, como ônus, fez com que saísse do GP de Mônaco.
 
Enquanto a McLaren pensava em partir para outra, a Honda começava a se prevenir e discutir uma possível nova parceira para não ser tão refém. Conseguiu. Anunciou uma parceria para fornecer motores para a Sauber em 2018, mas a relação azedou rapidamente. Logo a equipe suíça demitiu Monisha Kaltenborn, chefe responsável por costurar o acordo, e passou a chefia para as mãos de Frédéric Vasseur. Havia melado, pois. E com gosto.
Monisha Kaltenborn (Foto: Sauber)

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Três meses depois de colocar a boca no mundo, a Sauber achou melhor dar para trás. “A parceria tecnológica entre Sauber e Honda, que pretendia ter início a partir de 2018, não está mais em vigor. A nova parceira de motor da Sauber vai ser anunciada em breve”, explicou a equipe em comunicado horas antes de confirmar a manutenção do acordo com a Ferrari.

 
“É lamentável que nós tenhamos de descontinuar a colaboração que tínhamos planejado em conjunto com a Honda nesta fase. No entanto, esta decisão foi tomada com base em razões estratégicas e com a melhor intenção para o futuro da Sauber em mente”, explicou Vasseur. Ao passo que Masashi Yamamoto, diretor de esportes a motor da Honda, também se envolveu. “Construímos uma boa relação com a Sauber, e estávamos ansiosos para começar a temporada 2018 juntos. Mas, por conta de mudanças na direção da equipe, chegamos a um acordo mútuo para cancelar o projeto por conta de diferenças nos rumos que as duas partes querem tomar. Desejamos o melhor para a Sauber no futuro."
 
A Honda ainda tenta alguma outra coisa para 2018: a Toro Rosso, por exemplo. Foi apenas o que restou. Mesmo a parceria com a McLaren está em xeque, mas com ambas sem melhores saídas, devem continuar atreladas – a decisão sai até outubro.
 
E para não deixar de tocar no assunto, caso alguém não saiba: Alonso não ganhou as 500 Milhas de Indianápolis. Acabou abandonando nas voltas finais, quando encostava nos primeiros colocados. O motor Honda estourou
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