Novo flerte com aposentadoria e indiferença ao resto da F1 deixam dúvida: Hamilton é tão diferente de Rosberg?

Lewis Hamilton é um piloto praticamente realizado. Com três títulos mundiais e uma série de recordes em seu nome, vive a carreira dos sonhos. Mas comentários recentes sobre uma possível aposentadoria levam a um paralelo – será que Hamilton está tomando a mesma trajetória de Rosberg?

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Já se vão mais de oito meses desde um dos acontecimentos mais chocantes da história da F1. Às 11h da manhã de 2 de dezembro de 2016, Nico Rosberg revelou ao mundo que estava aposentado. O anúncio veio dias depois de um momento de enorme satisfação – Nico havia se sagrado campeão mundial, seguindo os passos do pai, Keke.
 
O tempo passou e, de certa forma, o mesmo cenário começa a se formar na cabeça de Lewis Hamilton. O britânico, certamente realizado com três títulos mundiais e 57 vitórias na categoria, dá a pinta de estar chegando a um momento decisivo da carreira. Depois de admitir abertamente que já pensa em aposentadoria, o piloto voltou a abordar o assunto e disse não saber se vai estar apaixonado pelo automobilismo no fim de 2017. A postura de Lewis acaba gerando uma dúvida no público – talvez, lá no fundo, Hamilton seja bem mais parecido com Rosberg do que se imagina.
 
Para fazer uma análise sobre a atual relação de Hamilton com a F1, é preciso pegar a semana do GP da Inglaterra como um todo. Na quarta-feira, Lewis abriu mão do F1 Live – evento da categoria no centro de Londres – e virou alvo de críticas. A história de que o piloto não está tão ligado na categoria assim ganhou força – e não era para menos, já que o evento contou com aquele calor do público que o #44 se acostumou a apreciar.
 
No domingo, Hamilton era outra pessoa. Depois de uma vitória maiúscula em Silverstone, o piloto foi celebrar com os compatriotas. A entrevista coletiva com os pilotos do pódio até atrasou, de tanto que Lewis celebrou com o público. Em questão de dias, o tricampeão mudou sua postura por completo. Como sempre fez: Lewis provou-se como um homem de extremos ao longo dos anos.
Lewis Hamilton (Foto: AFP)

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Essas idas e vinhas nos levam a outra pergunta: até onde vai Hamilton? É impossível saber, e isso deve refletir não apenas na cabeça da imprensa e do fã da F1 tanto quanto para Toto Wolff e Niki Lauda. O ex-piloto declarou recentemente que "Hamilton não é como Rosberg", não deixaria a Mercedes na mão. Trata-se do respeitado Lauda, mas que é alguém que não se furta em dizer qualquer tipo de coisa que passa em sua cabeça, especialmente quando está chateado com algo. E desde o ano passado é evidente que Niki não perdoou Nico. Ter que fazer a Mercedes trabalhar tanto no período de férias para encontrar um substituto e uma forma de trazê-lo a bordo às pressas pesou. Rosberg deixou a Mercedes às cegas e largou a bomba em outras mãos.
 
Com Hamilton seria assim? 'Deixar na mão' pode mudar consistentemente de significado de um ano para o outro – porque assim é o esporte e a F1. No mercado de 2018, a equipe alemã terá à disposição gente como Fernando Alonso e Sebastian Vettel, que vivem o fim de seus contratos ao fim deste ano. Com Valtteri Bottas praticamente assegurado para a próxima temporada, é apenas o que importa. Dificilmente uma aposentadoria de Lewis obrigaria a marca de Sttutgart a plugar Pascal Wehrlein ao carro, formando uma dupla consideravelmente mais fraca.
 
Entender o lado da Mercedes na questão de Hamilton é importante porque se trata de uma parte fundamental da equação. Se Lewis é X, a Mercedes é Y. Sem um dos dois fica impossível calcular a parábola, se é que o leitor entende essa opinião que vai ficando mais matemática em escala logarítmica.
Lewis Hamilton (Foto: AFP)

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Mas e Hamilton? Após o vencer o quarto GP da Inglaterra, no último domingo, Lewis falou mais uma vez no prospecto de se aposentar. Ele não promete um afastamento, não diz que está chegando a hora de parar, mas constantemente trata do assunto. "Eu não posso dizer o que vai acontecer nos próximos seis meses, só posso dizer que eu amo correr. Não sei o que vai acontecer", falou Hamilton. "Amo guiar e você pode até dizer que improvável, mas não dá para prever como eu vou estar pensando no Natal. Mesmo com outro campeonato, não vai ser o caso de pendurar minhas luvas. Eu sempre quero mais, mesmo quando eu de fato parar", seguiu.
 
"O mais feliz que eu sou, fora quando estou com minha família, é enquanto estou guiando um carro no limite", disse.
 
O fim de semana na Inglaterra de sua infância é emblemático. Não se trata apenas de alguém que fala continuamente na vida que prepara longe da F1 e que deixa no ar a possibilidade de acordar no Natal e resolver que não quer correr na F1 e deseja seguir para uma nova atividade em sua vida, seja correndo em outro lugar ou cantando, empreendendo, fazer qualquer outra coisa – desde que com intensidade. A intensidade é o único vetor de toda essa discussão que Hamilton promete. Seja fazendo o que for, seja intenso. É com isso que Hamilton vai acordar na cabeça no Natal, Ano Novo e no Dia de Reis do ano que vem.
 
Mas, na Inglaterra, ficou claro todo o dessabor que Lewis tem pelo mundo à parte da F1. Não comparecer ao F1 Live em Londres – único piloto ausente – para viver uma folga, não pode ser visto apenas como uma falta de consideração de Hamilton com os fãs compatriotas. Duas semanas seguidas vivendo apenas a F1 não valem mais a pena para Lewis. Ele quer viver e quer estar num ambiente onde gosta das pessoas e se sente feliz. Por isso a folga e a Grécia. Passar tanto tempo seguido onde você é um estranho no ninho não é recomendável.
Lewis Hamilton (Foto: AFP)

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Na quinta-feira, teve de responder um sem número de perguntas sobre o motivo de não ter ido; na sexta, parecia querer apenas uma única companhia: Billy Monger, jovem piloto que perdeu as pernas em acidente recente e foi convidado pela Mercedes para ficar nos boxes durante os dias de atividade; e, no domingo, abandonou o protocolo da F1, deixou Valtteri Bottas e Kimi Räikkönen esperando extremamente irritados na sala de entrevista coletiva, e foi para os braços da galera.
 
Entendam: nada disso é negativo, longe disso, mas evidencia que Hamilton detesta a F1 como organização e exigência protocolar e espacial, embora ainda seja apaixonado por acelerar os carros de corrida mais rápidos do mundo. E, desnecessário dizer, ele ainda é muito bom nisso. Talvez o melhor do mundo.
O GP da Inglaterra é um leque pequeno para análise. Em maio deste ano, também falou sobre o assunto.
 
“Pensei sobre como tomaria a decisão, sobre quando seria o momento correto. Tenho algum tipo de plano sobre o que quero conquistar antes de tomar a decisão de me aposentar. Tenho trabalhado duro nesses últimos anos para ter uma vida fora da pista, de modo que, quando parar, não faça uma grande diferença. Estou construindo minha marca para quando me aposentar.
 
“Não penso muito em aposentadoria, mas penso sempre no fim de cada temporada e, particularmente, no começo, quando você enfrenta um treinamento duro. Realmente não sei quando vai ser o momento. Pode ser mais cedo ou pode ser mais tarde. E isso é o empolgante da vida”, comentou, deixando em aberto a possibilidade.
 
Em novembro do ano passado, em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO, Hamilton falou um pouco mais. “Por enquanto, eu posso esperar, mas eu estou ansioso em fechar um capítulo da minha vida e abrir outro. Quando você faz uma coisa por 30 anos da sua vida, deixar é difícil. Estou construindo — e sei que tem gente que diz que só vou fazer isso em algum tempo -, mas estou feliz em saber que isso vai acontecer — é a realidade da vida — e eu estou me preparando para fazer outra coisa."
Lewis Hamilton (Foto: AFP)
Hamilton vive momentos de irregularidade esportiva que são estranhos. Neste momento da temporada, voa. Ano passado, passou meia temporada quase sofrendo. Não ia bem, parecia infeliz e houve a sensação – até nossa, do GP – que talvez fosse melhor que Hamilton tirasse um período sabático para descobrir se a F1 ainda o completa, ou se a vida fora de lá deixa o tricampeão mais feliz.
 
Fato é que a personalidade de Hamilton é uma grande incógnita, a maior entre os pilotos da F1. Se o tetracampeonato e superar Ayrton Senna vai fazer com que Lewis ache que atingiu o necessário, se bater Sebastian Vettel na rivalidade entre dois dos maiores de todos os tempos terá esse resultado… É difícil projetar. Mas Hamilton parece sempre que pode cativar o futuro longe da F1 dentro dele mesmo e da Mercedes.
 
Se for em 2018 ou não, a equipe não pode ser refém da qualidade de Hamilton e precisa se preparar para o futuro sem ele. Só assim o tricampeão terá a paz de decidir o que é melhor para a sua vida sem precisar acionar o botão de pânico como fez Rosberg.
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