Opinião GP: Hamilton retribui sorte com atuação de gala em Cingapura e recupera momento na luta pelo título
Lewis Hamilton não ganhou só o GP de Cingapura no último domingo. Na verdade, o maior triunfo do inglês foi provar que finalmente recuperou a fase forte do início do ano e que a pressão agora está totalmente do lado do rival Nico Rosberg. Na estranha balança em que se desenha o Mundial, o momento é ainda de Hamilton, mais um Hamilton ainda mais forte
Saiu bem da posição de honra e fez o que se esperava dele, ou seja, liderou tranquilo até a metade da corrida em Marina Bay, com um desempenho impecável. Com um Rosberg combalido e fora do caminho — a falha que o deixou parado no grid e o fez largar do pit-lane se agravou e impediu o então líder do campeonato de prosseguir na prova —, a segunda parte da prova tendia ser igual, depois de ter aberto distância rapidamente para Sebastian Vettel e Fernando Alonso no início e sequer tido preocupações durante as duas primeiras paradas. Só que as coisas para Hamilton não podem ser tão fáceis.
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Assim, um toque entre Sergio Pérez e Adrian Sutil provocou a entrada do safety-car na volta 31. A Mercedes preferiu deixá-lo na pista, enquanto os rivais da Red Bull e Alonso foram aos boxes buscar os pneus macios, com o claro objetivo de não parar mais.
Resultado: quando o carro de segurança saiu, Hamilton teve de usar todo o potencial do F1 W05 e dos pneus supermacios para abrir uma vantagem considerável para Vettel, agora o segundo colocado.
Na verdade, Lewis precisava de algo acima de 26 ou 27s. O inglês não perdeu tempo, foi à luta e conseguiu colocar pouco mais de 25s no momento em que teve de ir aos boxes pela última vez. O desempenho foi fundamental e assombroso. O campeão de 2008 voltou logo atrás do alemão, e a ultrapassagem aconteceu em seguida, sem disputa, nada. Daí para a frente, Lewis imprimiu novamente um ritmo seguro e sem erros, para celebrar a sétima vitória do ano e a liderança do campeonato, depois de quase quatro meses.
A conquista revelou também um Hamilton ainda mais calmo, tranquilo e frio, especialmente depois dos tumultuados dias pós-Spa. Em nenhum momento, e isso ao longo do fim de semana em Cingapura pôde ser visto, o britânico cometeu erros ou comprometeu seu desempenho. Foi forte sempre quando exigido e deixou claro que recuperou de vez o momento da primeira fase da temporada, quando se tornou líder em maio.
É verdade que Hamilton só permaneceu no comando por 14 dias, entre os GPs da Espanha e de Mônaco, e que, de lá para cá, Rosberg soube se manter firme na ponta, mesmo com o colega somando muito mais vitórias — no placar são sete triunfos a quarto para o inglês —, mas a estranha balança de 2014, que já pendeu para o lado de Nico, está cada vez mais favorável ao inglês, que não desperdiça chances.
Under pressure
Rosberg, como já havia sido dito depois do GP da Itália, ainda sente os efeitos de Spa-Francorchamps. Ainda que menos intensos nessa fase asiática, Nico tem uma tarefa dura para quebrar o muro construído ao redor do companheiro. A pressão agora está totalmente do seu lado da garagem. E será interessante também ver como o alemão, sempre muito frio e distante, vai lidar com esse novo cenário.
Ainda assim, o Mundial está totalmente aberto, são três pontos separando os líderes e mais cinco provas pela frente, sendo a última com pontuação dobrada. O ponto favorável, aí, é a posição de igualdade de condições da Mercedes. No fim, vai vencer quem conseguir tirar maior proveito das oportunidades e não sucumbir aos contratempos, pressão e situações extra pista.
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