Opinião GP: Mercedes teima em não sair da caixa, e insegurança em decisões táticas pode custar título

A Mercedes viu a chance de uma possível dobradinha se transformar em um pesadelo com o abandono de seus carros no GP da Áustria. Ambos por problemas mecânicos – algo que não acontecia desde 2016. Só que a corrida austríaca deixou evidente o grande ponto fraco da esquadra prateada: os erros de decisão no pit-wall. Equívocos estes que podem custar o título a Lewis Hamilton

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AINDA QUE VALTTERI BOTTAS tenha tido uma largada muito ruim da pole-position no GP da Áustria, a rápida recuperação e a liderança de Lewis Hamilton davam a impressão de que a Mercedes apenas confirmava aquilo que havia mostrado na classificação: ou seja, que seria imbatível também na corrida, trabalhando apenas para ratificar a dobradinhas e a arrancada no campeonato. Só que 2018 não vem sendo um ano muito convencional na F1. O imponderável segue rondando a disputa e, desta vez, decidiu voltar com tudo no Red Bull Ring. E foi mais um teste também para entender quem aprendeu mesmo as lições da parte inicial da temporada.
 
E aí que a Mercedes parece ainda carecer de segurança e, como já falado neste ano, ousadia. O que é realmente um contraste. Por um lado, a tetracampeã, com seu trabalho metódico, de excelência e quase perfeição, é capaz de uma sólida e veloz evolução técnica — a versão nova do motor e o grande pacote aerodinâmico deste fim de semana estão aí e não deixam mentir —; por outro, o time comandado por Toto Wolff hesita em momentos cruciais, comete erros absurdos e inaceitáveis para a posição que ocupa no Mundial.
 
Isso ficou muito claro na Áustria. É bem verdade que houve uma ingrata falha de confiabilidade, mas o que chamou atenção foi o vacilo na tomada de decisão do pit-wall. Depois que Bottas deixou a corrida por problemas hidráulicos, o safety-car virtual foi imediatamente acionado — momento proposital para a parada única nos boxes. Todo mundo aproveitou, especialmente os rivais diretos: Red Bull e Ferrari. A Mercedes preferiu deixar o líder Hamilton na pista “para ver o que acontecia”. Resultado: a equipe de engenheiros cometeu o mesmo erro da China. Lewis ficou na pista e precisou fazer o pit-stop com a prova em ritmo normal. Voltou à frente de Sebastian Vettel, para quem perderia a posição na sequência. Mas foi superado por Max Verstappen, Daniel Ricciardo e Kimi Räikkönen.
Lewis Hamilton foi consolado pela assessora da Mercedes após abandonar o GP da Áustria (Foto: Reprodução)

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Neste ponto do ano, não é mais aceitável que a primeira equipe não se permita ousar. Não se permita reagir a tempo e que prefira esperar os demais. São erros que podem custar um campeonato — quase como a falha de Vettel na semana passada em Paul Ricard. Aliás, assim como o alemão, os caras do pit-wall da esquadra prata precisam entender que corridas também são ganhas no instinto e no risco em algumas situções. Então, é preciso arriscar de vez em quando. Necessário até.
 
Hamilton percebeu o erro dos boxes, mas não havia nada que pudesse fazer. Depois, começou a sofrer com as bolhas nos pneus e parou novamente. No fim, também acabou abandonando, o que apenas serviu para ampliar o clima de derrota nos boxes alemães. O campeonato agora volta a ver uma diferença de 1 ponto entre seus líderes, e a Mercedes tem nova chance para redimir. Mas o DNF da Áustria pode assombrar ainda, então os prateados não têm mais descartes.
 
E falando no campeonato… Que campeonato! A F1 vive uma temporada interessantíssima, com três grandes equipes no páreo e dois tetracampeões — possivelmente os dois melhores representantes da atual geração — brigando ponto a ponto pelo penta. E embora a Mercedes tenha realmente dado um passo à frente com suas atualizações, a disputa segue muito equilibrada. Não há ninguém sobrando. É um clichê, mas os detalhes vão determinar o campeão neste ano. Detalhes como a vitória de Max Verstappen neste domingo.
Sebastian Vettel e Max Verstappen: os dois vitoriosos da tarde austríaca (Foto: Twitter/Reprodução)
A vitória da Red Bull — que também poderia ter sido uma dobradinha — joga um tempero na briga pelo título. É claro que, dificilmente, os taurinos vão se manter na luta até o fim, mas serão os fieis da balança, no fim das contas. Quanto Verstappen, ficou a lição de amadurecimento.
 
O holandês pode até negar, mas mudou de postura após as críticas severas que sofreu depois dos incidentes da primeira parte do ano e vem lucrando com isso. Foi pódio no Canadá e na França, e agora veio a hora da vitória. Que siga assim.
Opinião GP é o editorial do GRANDE PRÊMIO que expressa a visão dos jornalistas do site sobre um assunto de destaque, uma corrida específica ou o apanhado do fim de semana de automobilismo.
 

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