Otimista, chefe da Honda vê seu motor “muito melhor” em relação à Renault, mas diz que “Mercedes ainda está longe”

Yasuhisa Arai vem se caracterizando ao longo da temporada pelos discursos cheios de otimismo. Foi assim, por exemplo, que em maio o japonês declarou que esperava ver a McLaren lutando pelo pódio a partir do GP da Inglaterra. Agora, Arai volta a falar com esperança a respeito da unidade de força construída em Sakura. De acordo com o engenheiro, a Honda já está à frente da Renault em termos de potência, mas ainda está atrás de Ferrari e, principalmente, da Mercedes.

“Nós ainda não alcançamos a Ferrari em termos do ICE [motor de combustão interna]. Estamos entre 40 e 50 cv atrás da Mercedes, mas cerca de 25 cv à frente da Renault. Nosso motor ainda está um pouco atrás do da Ferrari, mas muito melhor que o da Renault. A Mercedes ainda está longe. Mas tenho confiança de que vamos tentar alcançar as duas melhores equipes na segunda metade da temporada”, disse Arai em entrevista à revista britânica ‘Autosport’. O japonês vê a unidade de força da Honda cerca de 30 cv atrás da Ferrari.

A Honda acredita que seu motor já é superior ao da Renault (Foto: AP)

Entretanto, além da potência em si, o motor Honda carece de confiabilidade, tanto que isso vem resultado em grandes problemas para Fernando Alonso e Jenson Button, como o que aconteceu no GP da Bélgica, na semana passada. Até agora, o melhor resultado da McLaren Honda nesta temporada que marca seu retorno ao grid foi o quinto lugar de Fernando no GP da Hungria, antes da pausa para as férias de verão.

Sobre Mercedes e Ferrari, o otimismo dá lugar ao realismo, e Arai entende que terá um longo caminho a percorrer. “Pode ser que seja difícil alcançar as equipes top, já que eles têm boa confiabilidade e boas características de combustão. Mas quero estar perto das melhores equipes até o fim da temporada”, afirmou.

Arai ainda revelou que a Honda vem enfrentado dificuldades para encontrar a melhor relação confiabilidade/desempenho do pacote que compreende sua unidade de força devido a um fator inusitado, fruto de uma arquitetura arrojada planejada pela McLaren para o MP4-30.

“O pacote é minúsculo, então é claro que gostaríamos de torna-lo um pouco maior, mas compacto é melhor. É por isso que estamos lutando, por causa do tamanho”, disse o engenheiro, deixando claro que a Honda manterá o conceito. “Será esse o nosso pacote e vamos trabalhar duro para melhorá-lo”, concluiu.