Permanência de Interlagos na F1 “está totalmente condicionada à reforma”, diz diretora

Reformulação deve começar com a construção de novos boxes, orçados em R$ 120 milhões, mas depende de aprovação do prefeito eleito Fernando Haddad. Atual prefeito, Gilberto Kassab estima que todas as obras previstas para Interlagos custem R$ 400 mi

Com contrato até 2014, o GP do Brasil só continuará no calendário do Mundial de F1 caso o Autódromo José Carlos Pace passe por uma extensa reformulação, que inclui a construção de novos boxes no local onde hoje é a Reta Oposta. De acordo Claudia Ito, diretora-executiva da corrida brasileira, isso é essencial para que o acordo com Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da F1, e com a FIA, seja ampliado até 2020.

Essas melhorias foram anunciadas em maio deste ano pela Prefeitura de São Paulo e pela SPTuris, responsável pelo complexo que compreende Autódromo José Carlos Pace, e incluem não só os novos boxes, mas também toda a área da pista – à época, valores ainda não estavam definidos. Hoje, com o projeto concluído, o orçamento estimado é de R$ 400 milhões, sujeito a alterações, respondeu o prefeito Gilberto Kassab à pergunta do Grande Prêmio em evento na manhã desta quinta-feira (8), em Interlagos. “O importante é que seja construído em São Paulo o melhor autódromo do mundo”, declarou.

Kassab recebeu de Ito uma homenagem pelos sete anos em que, como prefeito, apoiou o GP do Brasil (Foto: Beto Issa/GP do Brasil de F1)

Questionada pelo GP, Claudia Ito afirmou que a permanência de Interlagos na F1 está “totalmente condicionada à reforma”. Até 2014, o que precisa ficar pronto é “toda aquela área de boxes e o recapeamento total da pista”. Ainda de acordo com dados passados por Kassab e pela SPTuris, esse primeiro ato da reformulação do circuito deve custar R$ 120 milhões. A atual área de garagens e paddock deve ser reformada posteriormente, dentro de um plano diretor de oito anos, e seguirá sendo utilizada por categorias nacionais.

A diretora do GP do Brasil destacou que Interlagos não precisará ficar fechado para competições durante todo o processo, de pelo menos um ano. “Essa parte da obra [os boxes] é interna, a gente consegue isolar sem prejudicar o funcionamento. A gente só entraria na pista nos últimos meses”, explicou. Com relação aos prazos, se os resultados visarem o GP do Brasil de 2014, “precisa começar até a metade do próximo ano”.

Para que o projeto seja levado adiante, porém, será necessária a aprovação do prefeito eleito Fernando Haddad, que representou, durante toda a sua campanha eleitoral, oposição à atual gestão. “Se o prefeito concordar, eu sei que os projetos já estão em execução, mas aí entra o processo licitatório e tudo deve se iniciar só no começo do próximo ano”, disse Ito. Ela falou que organização do GP e Haddad ainda não se encontraram para conversar, mas que isso deve acontecer “mais próximo da época do evento [de 2012]”.

Kassab entrou na pista para ver de perto algumas das mudanças feitas em Interlagos (Foto: Beto Issa/GP do Brasil de F1)

Kassab não se mostrou muito preocupado quanto a isso e teceu elogios às capacidades ao seu opositor, ao menos no pleito de outubro último. “Fernando Haddad é uma pessoa bem preparada, com uma visão clara da importância do investimento na cidade, nos eventos, habilitada para ser um bom prefeito e eu não tenho dúvida nenhuma em afirmar que ele vai compreender a importância do projeto, da F1 e de Interlagos”, assegurou o prefeito. “É evidente que ajustes possam ser feitos. Essa é a essência da democracia. Mas eu tenho tranquilidade em afirmar que muito possivelmente ele deve dar sequência aos investimentos aqui em Interlagos”, completou.

O atual prefeito também demonstrou confiança na renovação do contrato do GP do Brasil com as autoridades da F1. “É fácil renovar. Não há grande evento que não queira estar em São Paulo. E todos querem um evento da F1. É preciso caminhar para uma convergência, e isso com certeza será atingido, do lado do Fernando Haddad e da F1, do Bernie Ecclestone”, finalizou Kassab, que foi homenageado pela organização da corrida paulistana pelos sete anos de parceria na realização da prova.

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