Prévia: Rosberg chega a Mônaco para fazer o que ninguém consegue desde Senna

Nico Rosberg pode se tornar neste domingo (24) o quarto piloto a vencer três vezes consecutivas o GP de Mônaco, corrida mais famosa do Mundial de F1. E a chegada ao Principado não poderia ocorrer em momento melhor para quem quer reacender a disputa pelo título de 2015

Não tem GP da Alemanha neste ano, mas uma corrida Nico Rosberg vai fazer em casa: o GP de Mônaco deste domingo (24), sexta etapa do campeonato. Tudo bem que o Principado é a residência de vários pilotos de F1, mas, desde 2013, quem manda lá é o alemão da Mercedes.
 
Filho do campeão mundial Keke Rosberg, sueco que venceu o GP de Mônaco em 1983, Nico nasceu na Alemanha, mas foi criado em Mônaco. Conhece o pequeno território do sul da França como a palma da mão. E também pode entrar para a história da corrida mais famosa do calendário tornando-se apenas o quarto piloto a ganhar três vezes consecutivas nas estreitas e sinuosas ruas de Monte Carlo.
Nico Rosberg venceu em Mônaco em 2013 e 2014 (Foto: Mercedes)
O primeiro piloto a receber do Príncipe o troféu no alto do 'pódio' por três anos seguidos foi o inglês Graham Hill, que ficou conhecido na década de 1960 como Mr. Mônaco. O bicampeão faturou a vitória nos anos de 1963, 1964 e 1965, e voltou a ganhar em 1968 e 1969.
 
Só mais de 20 anos depois seus feitos foram igualados, pelo tricampeão Ayrton Senna. O brasileiro, que teve em Mônaco um de seus momentos de maior brilho, em 1984, ganhou incríveis seis vezes no Principado. A primeira foi em 1987, com a Lotus, e depois foram cinco triunfos seguidos entre 1989 e 1993. Neste meio tempo, parecia que outro multicampeão é que alcançaria Hill: Alain Prost. O francês festejou entre 1984 e 1986 e certamente ganharia mais vezes não fosse o tal Senna.
 
Michael Schumacher, cinco vezes, e Stirling Moss e Jackie Stewart, três, se juntam a eles no grupo dos maiores vencedores do GP de Mônaco, mas não venceram três vezes consecutivas.
 
Portanto, em sua corrida de casa na temporada 2015, Rosberg tem a chance de se igualar a três lendas do automobilismo. A chegada a Mônaco não poderia acontecer em momento melhor: justo depois da primeira vitória do ano, na Espanha, em um momento em que era preciso urgentemente reagir. A diferença entre ele e o líder do campeonato, Lewis Hamilton, é de 20 pontos. 
 
“Tivemos um fim de semana perfeito na Espanha e, particularmente para mim, foi bom reduzir um pouco a diferença nos pontos. Estou focando em uma corrida após a outra. Nossa próxima será em Mônaco, a mais lendária, empolgante e desafiadora do calendário. É uma corrida em casa para mim e é meio estranho ir para o circuito caminhando ou numa scooter, mas também é muito legal dormir na sua própria cama à noite”, comentou.
(Arte: Rodrigo Berton)
A corrida em Mônaco também traz as lembranças de quando a casa caiu pela primeira vez na Mercedes em 2014: a polêmica da classificação, com Rosberg saindo da pista, provocando uma bandeira amarela e impedindo Hamilton de melhorar seu tempo de volta. O inglês considerou que se tratou de uma atitude deliberada e se revoltou. Mas, largando da pole, o alemão controlou a prova e conquistou a vitória.
 
Largar na pole, novamente, será essencial. Desta vez, Hamilton é que andará à frente na volta final da classificação. Um sorteio realizado no início do ano definiu isso. E ele certamente fará de tudo para assegurar a pole, muito embora seja o último vencedor do GP de Mônaco que não largou na frente: em 2008, saiu em terceiro em prova disputada com chuva.
 
A estatística: nos últimos dez anos, só Hamilton venceu sem ter começado na pole.
 
E se a classificação é tão fundamental assim, difícil acreditar que alguém tira da Mercedes. Não em condições normais. Os germânicos têm o carro mais rápido no Principado desde 2012, ano em que Michael Schumacher fez a pole (largou em sexto devido a uma punição recebida na corrida anterior).
 

google_ad_client = “ca-pub-6830925722933424”; google_ad_slot = “2258117790”; google_ad_width = 300; google_ad_height = 600;

Para analisar o que as demais equipes podem fazer, uma boa amostra é o desempenho no terceiro setor do Circuito da Catalunha, palco da última corrida. Trata-se de um trecho travado, em que se fica pouco com o pé no acelerador e onde se muda de direção constantemente. Algo como a Marginal Tietê às sete da manhã ou às seis da tarde: anda e para.

 
Em Mônaco, os pilotos passam apenas 30% da volta em aceleração plena, de acordo com a Williams. E os níveis de downforce utilizados são os mais altos possíveis. Logo, o motor não fala tão alto e o chassi pode fazer mais a diferença. Sabe-se que a Williams prefere circuitos velozes e que a Ferrari tem alguns problemas de tração.
 
Todavia… Rob Smedley disse que tem motivos para ficar otimista por causa do desempenho na Espanha. “Em Barcelona, fomos rápidos nas partes da pista que são semelhantes às de Mônaco, então esperamos um fim de semana decente”, disse o engenheiro-chefe da Williams. Já Maurizio Arrivabene acredita que, justo por se tratar de uma pista de baixa velocidade, os problemas de tração da Ferrari atrapalharão, mas não tanto assim. “Se não pudermos resolver esse problema, isso pode ser pior não em Mônaco — porque em Mônaco você tem um acerto especial —, mas no Canadá… Eu não quero ir para o Canadá com o mesmo problema de tração. Do contrário, será um pesadelo”, declarou.
 
De olho nos tempos: as marcas do setor 3 em Barcelona, a Mercedes leva uma vantagem considerável sobre os demais times, mas há equilíbrio entre Ferrari, Williams, Red Bull e Toro Rosso. Portanto, para as equipes da Renault, esta pode ser a grande chance de se aprontar alguma surpresa no ano. E, claro, um teste e tanto para os novatos da STR. Será que algum deles conseguirá se destacar?
Fernando Alonso continua botando fé na McLaren nos pontos em breve (Foto: Xavi Bonilla/Grande Prêmio)
E a McLaren-Honda também espera ser capaz de dar um salto. Esperava em Barcelona, não conseguiu. Agora novamente tem esperança. Equipes que brigam por pontos, Lotus, Force India e Sauber tendem a gostar mais de traçados mais velozes. É um motivo para sonhar. “Acho que vamos pontuar em Mônaco”, disse Alonso em entrevista à emissora britânica Sky Sports. “[Na Espanha] nossas simulações até o abandono nos colocavam no nono lugar, então já seria a primeira oportunidade de pontuar. Em Mônaco será a segunda.”
 
Soma-se a todo esse prognóstico que leva em conta o possível desempenho dos carros um fator sempre presente em qualquer circuito de rua, especialmente em Mônaco: o risco de acidente. A probabilidade de o safety-car intervir é de 80%, e o momento em que isso acontecer pode interferir nas estratégias.
 
Com só 260 km de prova e um desgaste pequeno de pneus, os compostos supermacios e macios chegam ao fim com somente um pit-stop. A questão chave é saber parar no momento correto para fugir do tráfego e não perder um tempo que é irrecuperável onde não se ultrapassa. E pode chover, especialmente para os treinos de quinta-feira. Sim, anote aí e não se esqueça: quinta-feira. Aí todos têm a sexta-feira livre para curtir Mônaco…

Prognóstico do GRANDE PRÊMIO

 
1 6 NICO ROSBERG ALE MERCEDES
2 44 LEWIS HAMILTON ING MERCEDES
3 5 SEBASTIAN VETTEL ALE FERRARI
4 19 FELIPE MASSA BRA WILLIAMS MERCEDES
5 3 DANIEL RICCIARDO AUS RED BULL RENAULT

RAPIDINHAS…

Sebastian Vettel (Foto: Mark Thompson/Getty Images))"/>

 1) Esta vai ser a 62ª edição do GP de Mônaco. Apenas dois GPs foram realizados mais vezes: o da Itália e o da Inglaterra, 65 vezes ao todo. O GP da Alemanha também tem 61 edições até hoje, mas está fora do calendário de 2015.

2) O GP de Mônaco é a única corrida do calendário que tem menos de 300 km de extensão. As 78 voltas no circuito do Principado totalizam 260 km. É que, com a baixa média de velocidade, a prova ultrapassaria o limite de tempo de duas horas.

3) Dos pilotos em atividade, já venceram em Mônaco: Nico Rosberg (2013 e 2014), Sebastian Vettel (2011), Jenson Button (2009), Lewis Hamilton (2008), Fernando Alonso (2006 e 2007) e Kimi Räikkönen (2005).

4) E já marcaram a pole: Nico Rosberg (2013 e 2014), Sebastian Vettel (2011), Jenson Button (2009), Felipe Massa (2008), Fernando Alonso (2006 e 2007) e Kimi Räikkönen (2005).

5) A equipe com mais vitórias em Mônaco é a McLaren, com 15 triunfos, sete a mais que a Ferrari, segunda maior vencedora. E há alguns jejuns interessantes: a Ferrari não ganha desde 2001, com Michael Schumacher; a Williams, desde 2003, com Juan Pablo Montoya; e a própria McLaren, desde 2008, com Hamilton. 

6) A classificação é tão importante que, só em seis de 61 oportunidades, o vencedor não largou nas duas primeiras filas. O pole-position ganhou 28 vezes, e a pior posição de largada de um ganhador foi o 14º lugar de Olivier Panis em 1996.

7) Falando em Panis, ele é apenas um dos casos de pilotos que só venceu na F1 correndo em Mônaco. Os outros são: Maurice Trintignant (1955 e 1958), Jean-Pierre Beltoise (1972) e Jarno Trulli (2004).

8) Sainte Dévote, Beau Rivage… Sem consultar: de quantas curvas do circuito de Mônaco você consegue lembrar? Valendo!

VIU ESSA? HINCHCLIFFE SOFRE FORTE ACIDENTE E ESTÁ FORA DA INDY 500

determinarTipoPlayer(“15477106”, “2”, “0”);

Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular! Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra e Teleguiado.