Renault planeja ‘roubar’ funcionários de outras equipes de ponta para crescer na F1: “Vamos recrutar boas pessoas”

A Renault retorna à F1 com o objetivo de deixar para trás a mancha dos dois primeiros anos da nova 'Era Turbo', em que os franceses ficaram marcados por construir motores lentos, pouco confiáveis e sem perspectiva de evolução. Para voltar ao topo da categoria, a nova-velha escuderia já tem uma estratégia: ‘roubar’ profissionais das rivais.

 

Cyril Abiteboul, diretor da Renault, detalhou o plano, mas reconheceu que será difícil recrutar os melhores funcionários logo nos primeiros meses de operação da equipe. Perguntado sobre a quantidade de reforços até aqui, Abiteboul reconheceu que os números ainda são tímidos.

“Poucos até agora. Queremos ter certeza de que vamos recrutar boas pessoas, e normalmente boas pessoas não ficam disponíveis muito rapidamente, e eles precisam ser muito bem realocados, então você pode não os conseguir em seis meses, ou até um ano”, explicou Abiteboul.

 

“Agora temos 490 pessoas em Ensone. O plano é ter 650 até o fim de 2017. As maiores equipes têm 800 pessoas, e pensamos que vamos estar em posição de competir contra Mercedes, Red Bull, com 650 em Enstone. Vamos conseguir isso por dividir muitas atividades entre Viry-Châtillon [base da fábrica de motores] e Enstone [sede da equipe]. Acreditamos que vai dar para alcançar as outras equipes, mesmo com menos pessoas”, disse.

 

“Francamente, sentimos que temos recursos mais do que suficientes em Viry-Châtillon. Sei que a percepção de algumas pessoas, algumas coisas ditas pela Red Bull, é de que não temos recursos suficientes. Nós temos recursos financeiros e humanos suficientes. Agora tem a ver com liderança técnica, know-how e habilidades”, continuou.

 

Cyril também pensa que a Renault é um ótimo negócio para quem quiser trocar de casa na F1. De acordo com o diretor, a história dos franceses deve ser suficiente para seduzir possíveis novos funcionários.

 

“Para atrair gente de competidores você precisa de história. Existe um marco para contar a história da Renault, os planos, a administração, os parceiros, as perspectivas. Agora temos um plano, então tomara que dê para atrair o talento”, contou.

Tentando afastar a imagem negativa dos últimos dois anos, Abiteboul contou que as dificuldades com a nova unidade de potência foram consequência da falta de experiência daqueles que foram convocados para desenvolver o novo V6 Turbo.

 

“O que aconteceu em Viry-Châtillon foi que precisamos recrutar uma quantidade absurda de gente para esse novo regulamento. O problema é que, com gente nova, recém-saída da universidade, você precisa de treinamento. Agora eles estão treinados, afiados, motivados para esse novo projeto, e eles terão mais do que suficiente para fazer o trabalho necessário”, finalizou.

 

A Renault, que terá Jolyon Palmer e Kevin Magnussen como pilotos em 2016, prepara os últimos detalhes antes dos testes de pré-temporada, com começo marcado para 22 de fevereiro, em Barcelona. A temporada começa de fato em 20 de março, em Albert Park, com a realização do GP da Austrália.

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