Ricciardo ousa com inteligência ao trocar Red Bull por Renault. E bagunça mercado para temporada 2019

Daniel Ricciardo tomou uma decisão bastante ousada, mas ao mesmo tempo lógica e trocou a Red Bull pela Renault. O australiano deixa a sombra de Max Verstappen, escapa da parceria de risco entre Red Bull e Honda e chega para ajudar a Renault a alcançar o primeiro escalão com uma das melhores duplas com Nico Hülkenberg mantido

Daniel Ricciardo abriu a manhã desta sexta-feira (3) com um movimento que abalou o mercado de pilotos da F1 para a temporada 2019. Após cinco campeonatos, o australiano vai deixar a Red Bull ao final de 2018, para formar dupla com Nico Hülkenberg na Renault.

 
A mudança de Ricciardo assusta em um primeiro momento e, pode, claro, ser considerada bastante ousada, já que a Renault ainda está atrás da Red Bull em pontuação e performance. No entanto, analisada friamente, a opção feita pelo #3 se torna até lógica e bastante inteligente, se pensada no futuro.
 
O primeiro ponto é que a Renault é uma equipe de fábrica e, portanto, depende somente dela para chegar ao primeiro patamar da F1. Ainda que isso possa levar algum tempo, é inegável que os franceses já fazem um bom trabalho com grandes chances de serem a quarta força de 2018 no que é apenas a terceira temporada desde o retorno ao grid.
Daniel Ricciardo bagunçou o mercado para 2019 (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

Ainda nessa linha, a Red Bull, indiscutivelmente terceira melhor equipe do grid, vai passar por um processo delicado nos próximos meses – talvez anos – com a troca dos motores de Renault para Honda. Ou seja, além de ser uma nova fornecedora, se trata ainda daquela que mais sofre nos últimos anos e que menos resultados teve com McLaren e agora Toro Rosso.

 
Ao lado de Hülkenberg, Ricciardo vai formar potencialmente a melhor dupla de pilotos do grid e tende a ajudar bastante o time de Enstone a atingir esse grupo do primeiro escalão da F1. Ainda, terá no alemão um parceiro bem diferente de Max Verstappen, deixando a sombra do holandês e se tornando o primeiro piloto do time.
 
O resultado dessa mudança de equipe pode não ser imediato e Ricciardo até pode sofrer para ir ao pódio durante 2019, mas dificilmente a Renault não crescerá a ponto de ser competitiva nos próximos anos – talvez até antes da Red Bull-Honda – e, o fato de assumir protagonismo, muda o status do australiano.
Pierre Gasly é o grande favorito a ser dupla de Max Verstappen (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)

O mercado em efeito dominó

O movimento feito por Ricciardo era o que a F1 esperava para começar seu efeito dominó. Com a saída do australiano, uma grande vaga acaba se abrindo e, em teoria, a Red Bull tem de escolher Pierre Gasly, jovem de 22 anos que faz excelente temporada pela Toro Rosso.
 
Outra opção seria Carlos Sainz Jr, mas o espanhol não vive boa fase na Renault e, caso fosse escolhido, poderia gerar a saída de Gasly do programa da Red Bull, já que o francês dificilmente toparia seguir na Toro Rosso com dois jovens ocupando as vagas da Red Bull. Nesse caso, faz bem mais sentido imaginar Sainz formando o time espanhol com Fernando Alonso na McLaren.
 
Nessa, Stoffel Vandoorne e a promessa Lando Norris acabariam sobrando e, muito provavelmente, formando o duo da Toro Rosso em 2019. Essa ação seria bastante simbólica também para demonstrar como o programa de jovens da Red Bull realmente está nas últimas.
 
Sauber, Williams, Force India e Haas também têm vagas bem indefinidas para a próxima temporada, mas este cenário deve começar a ficar mais desenhado conforme o andamento do processo de venda da equipe indiana e, consequentemente, o que será feito de Esteban Ocon e Sergio Pérez.

De concreto, o que se tem é um grid aberto e de inúmeras opções interessantes. Talvez só Mercedes e Ferrari sigam com a mesma dupla, o que revela uma dinâmica diferente para 2019 no jogo de xadrez que também a movimentação dos pilotos.

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